Um e-mail de uma internauta, que me pareceu absolutamente desesperada em suas colocações (tantas desgraças em sua vida e nenhuma luz no fim do túnel!) me inspirou este artigo e quero compartilhar minhas observações com todos que fazem parte deste site maravilhoso.
Quanto mais enveredamos no caminho espiritual, mais percebemos que estamos envolvidos num caminho sem retorno. Porém, à medida que avançamos no Conhecimento, percebemos que podemos tomar o controle das situações. A Cabala nos ensina que o estudo espiritual nos possibilita obter esse controle. Mas por controle não quero dizer a manipulação de situações ou pessoas com o intuito de satisfazer nossos próprios interesses. O significado de controle é na realidade a habilidade para nunca ser uma vítima e sempre saber transformar uma situação ruim numa boa, e isso para todos aqueles que estão envolvidos na situação e não somente para nós mesmos.
Nas palavras de um mestre cabalista: “Controle quer dizer ver a Luz em todas as situações”.
E é aí que a maioria das pessoas perde... o controle. Quando alguém de seu convívio age de forma amargurada, ressentida, se expressa com palavras cheias de veneno, quando alguém puxa o gatilho de seus botões emocionais para magoá-lo, quando parece que nada de bom pode resultar de uma situação difícil, costumamos nos sentir vítimas do destino e então desistimos de nosso poder de controle.
O desafio está em conseguir obter a força e o caráter para enxergar a Luz Divina, mesmo nas situações mais difíceis e assim manter o controle.
E podemos descobrir a Luz Divina quando nos perguntamos:
- Porque isso acontece comigo?
- Qual o sentido de tudo isso?
A pergunta: “Porque isso está acontecendo comigo” nos ajuda a focalizar a razão pela qual a situação veio, o que ela irá nos ensinar e como podemos usá-la para transformar nosso caos pessoal em harmonia espiritual. Não esqueçam que a Cabala nos ensina que as situações difíceis são simplesmente Luz Divina contidas numa casca de negatividade (chamadas de Klippot). Evitar as situações difíceis seria também rejeitar os presentes de Luz que o Criador nos envia para nosso próprio bem. Quantos remédios amargos nossa mãe nos deu para nos curar quando doentes? Eram difíceis de engolir, não é mesmo? Mas nos fizeram um grande bem. Pense em outras situações.....
Isso significa que devemos comutar nossa resposta a esse tipo de situação, não com uma queixa, mas com um pedido: “Tragam o remédio amargo!”, e não “Como posso me livrar disso?”. Somente tomando o remédio poderemos descobrir o presente divino que está encoberto pela dificuldade, presente que fará crescer nossa alma no caminho da espiritualidade.
Com a segunda pergunta “Qual o sentido disso?”, mudamos do foco pessoal para o foco compartilhado. No lugar de focalizarmos a forma com a qual a situação está nos magoando, devemos perguntar o que está sendo inadequado para a outra pessoa e como nós podemos ajudar, se podemos. Assim, compartilharemos também o crescimento espiritual decorrente da situação.
A beleza desse processo de dois passos é que no momento em que pudermos ver claramente pelo menos uma das respostas, a situação começará a se resolver por si só. E a razão disso é que, quando começamos a ver a Luz podemos mudar nossa posição do “modo vítima” para o “modo controle”. Mas para isso, devemos trabalhar duro na modificação de nós mesmos.
Uma de minhas clientes estava tendo um relacionamento difícil com o marido que a maltratava, verbalmente, abusivamente, deixando-a com uma sensação muito grande de inferioridade. Muitas vezes essas situações são situações chamadas de “espelho”. O efeito espelho nos ensina que aquilo que nós vemos nos outros, nada mais é que o reflexo do que está dentro de nós. È a famosa Lei da Causa e Efeito (vejam no site as Leis Herméticas).
Se você está tendo dificuldades de relacionamentos, com colegas, maridos e filhos, procure mudar o espelho, ou seja, vire o espelho para você mesmo(a) e veja sua própria imagem refletida. É esta imagem que você projeta nos outros. E é a parte dessa imagem de “que você não gosta” que você joga como um manto sobre os outros, para que você possa criticar a situação ou até mesmo detestar a pessoa. Assim, aconselhei minha cliente a verificar se, em sua vida, ela não estaria fazendo o mesmo com outra pessoa, em outras circunstâncias ou mesmo de outra maneira. Apesar de não ter gostado nada de ouvir este conselho, prometeu pensar no assunto.
Algumas semanas depois, ela me escreveu que havia percebido fazer o mesmo, com menos intensidade talvez, com um colega de trabalho que ela “detestava”. Assim, ela precisava modificar a sua pergunta de “Eu não mereço isso”, para “Porque isso acontece comigo?”. Ela precisava compreender que, ao descobrir a Luz, estaria evitando de fazer o mesmo com outras pessoas, filhos, colegas e desta forma abriria um caminho para a sua cura espiritual. E a dificuldade em relação ao marido acabou aos poucos se resolvendo por si só. Este é o caminho do controle.
Ao procurarmos responder à segunda questão “Qual o sentido de tudo isso?” estamos nos envolvendo num processo de crescimento coletivo, desvendando a Luz não somente para nós mesmos, mas para todos os envolvidos na situação. É claro que isso é muito difícil e não se faz da noite para o dia. Mas procure aplicar esse processo de dois passos em todas as situações difíceis em que você está metido. Pode ser doloroso enfrentar todas as situações e você não precisa fazer tudo ao mesmo tempo. Mas aproveite essas semanas antes da Lua Nova de Gêmeos (que acontece dia 06 de junho) de maneira que os canais da comunicação possam se abrir e as situações enroscadas possam começar a fluir num campo energético mais aberto e cheio de Luz Divina.
Descubra os presentes que Deus escondeu para você dentro de cada situação e viva mais feliz, seguro de que estará no caminho de seu crescimento espiritual.
Publicado por Graziella Marraccini
em Astrologia
