Com o tempo, todos nós acabamos por nos repetir nas formas conhecidas de funcionamento que aprendemos para sobreviver desde a mais tenra infância.
Na verdade, reconhecemos quem nós somos através dos fatos vividos.
Mesmo que tenhamos consciência de que algo não vai bem e de que as nossas respostas para a vida não andam satisfatórias, ainda assim, na maioria das vezes fica muito difícil mudar esses ciclos repetitivos que fundamentam o nosso modo de ser. As nossas identidades são baseadas em nossas histórias de vida, sejam elas de qual ordem forem, portanto, nunca podemos subestimar o poder da forma conhecida de viver.
Essas repetições de cenários e de desconfortos frente à vida geralmente são resultados de situações traumáticas que fatalmente todos nós, em algum momento já passamos. Em minha prática de consultório, faço uso de terapias de Reprocessamento Cerebral para que os temas que ficaram mal parados possam ser totalmente ressignificados a ponto de que a percepção e a vida das pessoas possam ser totalmente redimensionadas para melhor. Essas terapias fazem com que exista um intercâmbio dos hemisférios cerebrais de modo harmônico, onde o lado racional não tenha supremacia sobre o lado intuitivo e vice e versa. Além disso, memórias de sobrevivência emocional e da espécie passam a ser reprocessadas e os conteúdos mal digeridos, reprocessados.
Nessa caminhada de transformação, em primeira instância, tem que se ousar romper com as formas conhecidas que permanecem de algum modo mal adaptadas na realidade atual. As abordagens de Reprocessamento Cerebral auxiliam sobremaneira para que essas passagens sejam efetivas. Sabemos que não é tão simples sair do lugar de pseudoconforto já conhecido. Sabemos também, que recuperar a vida de volta em meio a todas as suas possibilidades requer força, determinação e foco, posto que as nossas máquinas biológicas estão viciadas num mesmo padrão de funcionamento e o novo às vezes assusta.
As memórias passadas perturbadoras funcionam como gatilhos emocionais para toda sorte de reação cega desprovida de escolhas conscientes. Recuperar-se, portanto, significa enfrentar e aprender novas formas de viver.
Quanto mais despertamos destes padrões antigos e não mais necessários nos dias de hoje, mais possibilidades de existir melhor espontaneamente vão surgindo diante de nós e mais possibilidades de fazer opções saudáveis sobre o que se deseja viver no presente e no futuro, livre das obrigações incutidas pelas lembranças inconscientes ou não e livre para não mais se repetir em comportamentos indesejados.
Para sermos donos dos nossos próprios destinos, portanto, temos que ousar literalmente fechar portas para que universos maiores possam legitimamente serem abertos diante de nós.
Enfrentar o medo do "eu não sei o que será" pode trazer um novo e inusitado colorido de uma vida nova repleta de aventuras sem o controle que antes restringia as nossas infinitas possibilidades de existirmos.
Sabemos, porém, que qualquer atitude diferente do usual pode trazer situações inovadoras na vida.
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Sobre o autor
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos
Publicado por Silvia Malamud
em Psicologia
