Cheiros e Lembranças:caminho para dentro

Autor Sirlene Alves - [email protected]
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Cheiros e lembranças : caminho para dentro


Vou cozinhar feijão! Isso mesmo, você leu certo: vou cozinhar feijão. Está chovendo e eu senti saudade da minha infância, da minha mãe nos afazeres domésticos, do fogão fumegando e aquele calorzinho dando um ar de aconchego e o cheiro de feijão. Ah! O cheiro do feijão cozinhando e contemplando nossa casa e a vizinhança toda com o seu odor especial. O cheiro de feijão cozinhando deixa no ar uma sensação de segurança, de casa, de "está tudo bem".

Também há outros cheiros de minha infância que me trazem muitas recordações primorosas. Gosto de recordar dos domingos à tarde. Eles sempre tinham cheiro de bolo de baunilha (pode ser de caixinha) e, se víamos televisão na casa de uma amiga de minha mãe, também agregava cheiro de pudim de leite (leite mesmo!) e gelatina de framboesa. E dê-lhe assistir Silvio Santos ou Daktari (eu sempre me comovia com as histórias dos leõezinhos e suas famílias).

De novo falei em família, notaram?
Então vamos ao ponto! Poderia escrever sobre as crianças, a juventude, os adultos, as pessoas jovens há mais tempo (mas que nós insistimos em chamar de idosos), mas vou falar de mim.

Fui crescendo e sentindo a necessidade de uma família como apoio, como suporte, mas, ao mesmo tempo, eles não podiam me sufocar. Aí, em algum momento, passaram a ser "os outros", os que me oprimem, me castram, blá, blá, blá, me envergonham. Sim, eles me envergonhavam porque já não podiam manifestar-se da forma que eu gostaria que o fizessem, ou seja, que me orgulhassem.

Veja bem, disse que queria me orgulhar "deles" com o orgulho que carrego dentro de mim.

E aí eu posso dizer que não sei por que estou aqui?

Gosto muito de atender as pessoas, porque me vejo nelas em 99% dos casos e, nos 1%, também.

Nesta semana, atendi uma pessoa que dizia que sua maior tristeza era a "injustiça humana". Disse isso se colocando acima da humanidade, imaginando-se superior a todos. Disse ainda que sua família estava atrasando sua evolução espiritual e mais, ainda, "sua evolução no planeta". Confesso a vocês que ainda estou devendo esta última parte; minha vã filosofia ainda não alcançou a profundidade desta manifestação.

E, continuando, portanto, ela não queria fazer uma releitura de sua vida com base na reencarnação, porque o melhor seria deixar isso para lá, uma vez que eles não estavam cooperando mesmo!

Tentei fazê-la ver que sua família era a grande aliada que lhe tinha sido dada para que ela empreendesse essa caminhada terrena com sucesso. Falei-lhe da responsabilidade que tem pelas coisas, imperfeições, etc. que carrega dentro de si e que é essa mesma família que irá propiciar-lhe o encontro com suas necessidades de evolução e purificação.

Em certo momento, ela me olhou como se olha para "algo sem nome", "algo nunca visto antes" e me disse: se você acha isso, tudo bem, mas eu não quero mais olhar para trás. E eu lhe disse: a gente pensa que está olhando para trás, mas é esse o mesmo olhar que vai te levar para dentro.

É aí que queremos entrar, dentro de você, para descobrir o que você carrega que é tão pesado, tão doloroso, tão sofrido! Porque suas dores estão virando sofrimento? Como você tem lidado com as lições que a vida tem-lhe enviado?

E aí, um balde de vaidade e orgulho me foi despejado em meu colo! Com o conteúdo exatamente igual ao do meu balde! Ao balde que venho tentando transmutar seu conteúdo! Mas que dificuldade, aqui e ali, estão as armadilhas; lá e acolá, estão as iscas disfarçadas de oportunidades imperdíveis! E vamos nos debatendo até compreender que a simplicidade, o amor ao próximo e que todo conflito decorre de falta de Luz em nossa vida, em nosso pensar, em nosso agir.

A dor ainda é o nosso melhor mestre. E, se compreender a lição que essa dor traz, ela não terá sido em vão, porque toda dor desperdiçada vira sofrimento. Então, aprenda logo que a dor vier para que ela não se torne em vão e acabe em sofrimento, árduo fardo a ser carregado pela eternidade afora.

Mas, a família...Ah! A família abençoada seja; abençoadas sejam todas as famílias; da terra, espiritual, universal, cósmica, seja lá o nome que lhe dermos, a família é a única que vai nos mostrar com honestidade o que ainda precisamos conhecer dentro de nós.

Ah! E o feijão? Já está aromatizando minha casa e me trazendo minha família de volta ao meu coração!

Abraço carinhoso
Sirlene Alves

Por: Sirlene Alves
Terapeuta Transpessoal, Psicoterapeuta Reencarnacionista, Mestre em Reiki 



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Conteúdo desenvolvido por: Sirlene Alves   
Sirlene Alves Psicoterapeuta Reencarnacionista, Mestre em Reiki e Palestrante Motivacional, Ministrante da ABPR
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