O Milagre de Nívea - Capítulo I

O Milagre de Nívea - Capítulo I
Autor Milton Roza Júnior - semendereç[email protected]
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Escrevo para que os leitores tenham em mãos um texto que não fale sobre o amor com restrições, pois o livro se revela em uma leitura sobre o amor incondicional. Durante esta viagem pelas suas páginas, seremos capazes de compreender que a felicidade pode ser ampliada. A leitura é de descoberta. Descoberta do que temos de mais importante na vida sem sairmos do Universo, que se encontra em nosso Coração. 



Sinopse:   

O Milagre de Nívea é uma história do amor que renasce, ou melhor, desperta. É um amor que transcende e permanece através de muitas vidas. Este amor reúne dois seres em uma união divina para que, juntos novamente, sejam capazes de recuperar o caminho interrompido em outras existências, dando assim continuidade ao que nós, em suma, chamamos de Ascensão.  



Confira a seguir uma pequena amostra do primeiro capítulo do livro "O Milagre de Nívea"



Cap. 1 - Os Quatro Elementos da Concepção

Ao escurecer, a viagem de volta ao lar teve seu fim.

Porém, os que continuaram foram os sonhos e devaneios. Era difícil de dizer onde estavam os pensamentos dos dois amantes, no entanto, fácil de detectar suas emoções. Emoções estas que causavam tremores de paixão em alta escala. O casal estava com uma pequena desafinação nestas emoções, pois a mulher estava pensando em preparação de uma nova vida, e ele, numa talvez despedida do sossego. Algo de muito importante iria acontecer. Talvez um novo sistema solar aparecesse aos dois astrônomos do amor. Algo em suas mentes tinha que ser mudado, não se podia ter discórdia por discussões bobas, onde que iria receber a tão nobre presença de sentimentos avassaladores.



Acontece que a chuva às vezes é levada pela ventania - a chuva era fina, o vento era brisa, mas por algum propósito da natureza, o vento se fortaleceu deixando a água cair dos céus mais agressiva.

Eles chegaram em sua casa ensopados, pois não tinham levado guarda-chuva.

O vento, com seu lado masculino, culpava a chuva por ser tão sensível ao seu poder de sedução. A chuva, em contrapartida, culpava o vento por ele sequer achar que o seu medo poderia o levar a tanta agressividade, fazendo com que a chuva afetasse sua feminilidade.



Os sapatos dos dois estavam cheios d’água. Eles os tiraram logo que adentraram no seu lar.

O homem tinha esquecido a janela do quarto de dormir aberta. O vento com a chuva já tinham adentrado no coração da casa, e ele apressou-se em parar a natureza com um trinco. Mas a vontade do homem de não deixar que se entrasse o inevitável foi em vão, pois com seu forte sopro o vento destroçou esse mesmo trinco, fazendo com que as janelas batessem com uma violência incalculada na parede. Às vezes, o vento se tornava ensurdecedor com seus sussurros, e a chuva fazia enfrentamento com uivos para que mudasse de posição como se estivesse esquivando de um violento boxeador.



Na verdade, a chuva sempre desejava confundir sua comunhão, afastando-se e, ao mesmo tempo, deixando se avassalar com uma mistura de amor, dor, pudor e culpas, ou como se pode falar com mais eufemismo: uma união instável.

A instabilidade estava nos movimentos contínuos, cautelosos e profundos que ocupavam o caminho ao Vaso de Jung.



“A tempestade chegou ao cume do Monte Shasta, com mistura de frio, quentura e tremor”.



Tanto o vento quanto a chuva, depois do enlace, foram ajudados pelo sol do amanhecer a secar o solo já inundado, pois foram criadas possas e buracos no chão de tão forte tempestade. E nenhum dos dois transeuntes, do finalizado crepúsculo, poderiam arriscar a cair de novo em tal amoroso atrito.



“O desejoso fato tinha sido consumado”.



Os cônjuges resolveram, então, após a chegada gloriosa da luz do sol, saltar da tempestade para as gotas que caiam das telhas e abrir todas as janelas para arejar a casa. O chão já estava seco e sem qualquer umidade. Mesmo assim, os dois deixaram alguma pegada do passado que repercutia sem condenação ou inquisição.

Aconteceu, então, o óbvio. O casal, repentinamente, retornou Às suas breves lembranças com os olhos já fixos um ao outro, e com um novo sopro de sedução, os lábios, ambos umedecidos, se tornaram imantados. Eles pareciam que queriam fazer tentativas a um novo modo de se conduzir, de dar uma nova direção e sentido à vida a dois. Uma nova forma de se conduzir o prazer em uma rodovia com passarelas azul e rosa. A situação era mais uma vez um encontro de almas gêmeas, sendo iluminado e abençoado pela luz solar.



Suas vestimentas encharcadas não escondiam o suor dos amantes. O fogo era o suporte onde se mostrava a sagrada união feita por Deus. Desejos inundaram o solo árido da já finalizada asperidade e discussão. De novo, os pólos estavam juntos, demonstrando um arder de paixão e amor. De união instável, passou a ser estável e a casa foi abençoada por uma nova comunhão de corpos. Roupas no chão. Cabelos esvoaçados. Mãos atadas. Carícias em chamas. Brasa no meio da cama. Fogo que não podia ser apagado por nenhum bombeiro, muito menos por alguma frota, pois a água fervilharia e os quatro elementos seriam confundidos. A água se tornaria fogo e a terra se tornaria ar.



Após a segunda consumação, eles se despediram com cada um colocando seus pés no celebrativo tapete vermelho que os aguardava após união de astros celestes, formando assim uma “supernova”, uma maneira de se comunicar sem palavras, pois astros só se falam no palco.

Assim como o Universo é silencioso e atuante, saíram os dois de mãos dadas do quarto, descalços dos pés até o último fio de cabelo, amando-se ainda com olhares contentes e com descompromissadas carícias nas pontas dos dedos.

Ao abrirem todas as janelas de seu lar, viram que o solo já se encontrava totalmente seco. O "concreto” da cidade grande, ainda com seu cheiro de umidade, já tinha se despedido fazia algum tempo, dando lugar a um ensolarado dia, pois fora uma noite de troca. O tempo e espaço se despediram de sua comum realidade. O dia já tinha retornado ao seu encontro com os trabalhadores. A noite tinha sido muito quente e o café da manhã já estava pronto para apreciação dos “três seres”...



O café extra forte os manteve com alto metabolismo - a cafeína ativou seus cérebros, seus corações já estavam um pouco deixados de lado com suas outroras batidas fortes e descompassadas. O intelecto e o cotidiano tinham retornado ao seu lugar de costume. Os cérebros, após o café, estavam agora funcionando com alto grau de discernimento, começaram a entender o que tinha acontecido na longa e tempestuosa noite passada.

Eles foram movidos a pensar no que acontecera, estavam querendo entender por qual motivo uma experiência comum ficou tão fora de seus limites, de uma simples noite de amor. A magia vermelha e rosa que pairava sobre o ar se tornou violeta e, naquele instante, era sentida com um renascer.

Pensamentos, não mais conflituosos, estavam borbulhando silenciosamente em suas mentes e, com a ajuda da telepatia, começaram a rir com extrema felicidade.



- Será que foi desta vez? - Disse ela em êxtase.

- Só Deus sabe. Disse o homem encobrindo o óbvio.



Não importa tentar se enganar sobre o que realmente tinha acontecido. O importante é que aconteceu a união dos quatro elementos - terra, fogo, água e ar - formaram uma alquimia que, num futuro de “virar de página”, transformaria suas vidas.

O Milagre tinha acontecido...



  



Texto revisado

 

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Conteúdo desenvolvido por: Milton Roza Júnior   
O autor Milton Roza Júnior, lançou seu livro "A Semente" na bienal do Rio de Janeiro (estande M33/pavilhão VERDE). Uma conquista feita por trabalho, empenho e talento. O escritor só tem a agradecer e nada a pedir. NAMASTÊ.
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