Por que você vive perturbado?

Por que você vive perturbado?
Autor Teresa Cristina Pascotto - [email protected]
Facebook   E-mail   Whatsapp


O ser humano se acostuma tanto com as dificuldades da vida e com a dor causada pelas frustrações, medos, ansiedade e decepções, que chega um momento em que o sofrimento faz parte de seu ser. A pessoa se acostuma a ele e não consegue mais viver sem o sofrimento que acaba sendo um referencial para sua sobrevivência. Na verdade não se trata exatamente do sofrimento, mas sim da perturbação ininterrupta que acomete o ser humano, que é a causa do extremo sofrimento. Há apenas uma variação na intensidade com que se vive essa experiência – quer haja percepção consciente desse estado ou não -, mas inúmeras pessoas vivem diariamente sob o comando de suas perturbações e do sofrimento que elas causam.

Existem pessoas que são conscientemente perturbadas e dizem sofrer por isso; afirmam que querem, mas não conseguem deixar de viver em perturbação. Porém, a verdade é que essas pessoas não querem deixar de viver em perturbação e nem se livrar do sofrimento que isso causa, querem apenas poder controlar a intensidade do sofrimento que isso causa. Isto porque as perturbações e o sofrimento fazem com que a pessoa esteja sempre alerta, buscando meios para sobreviver, elas se habituam a essas sensações e só vivem por impulsos, apesar de serem hiper-racionais, pois racionalizam tanto para a tomada de decisões, que se perturbam a ponto de perderem o discernimento, o que as leva à impulsividade, acreditando que tomaram a decisão a partir de escolhas racionais. É pura confusão!

Essas pessoas dizem que querem encontrar um caminho para se libertarem dessa carga insana e destrutiva, porém, quando atendo pessoas assim, o que capto em seus inconscientes é que na verdade não querem se livrar desse comportamento adquirido, mas sim, querem poder controlar esses eventos, querem “sofrer sem sofrer”, querem ter recursos de autocontrole extremo para poderem prosseguir “perturbadoramente em sofrimento”, como se isso fosse seu gerador e seu motor de funcionamento instintivo para lidar com a vida, e não querem deixar de ser como são. Esses egos entendem que esse estado “pilhado” faz com que ele exista, com que esteja sempre pronto para a próxima batalha, o ego acha que se deixar de funcionar desse jeito ficará apático, fraco e sem força e poder para as batalhas. Então ele só quer acabar com as consequências graves que isso causa: exaustão, dor extrema, descontrole e pânico, dentre tantos outros sentimentos e emoções que esse estado gera.

Elas acreditam que esse estado as define, em sua distorção de percepção da realidade acreditam que são alertas e ativas. A perturbação incessante é a realidade dessas pessoas, faz parte do seu ser. Algumas percebem a perturbação somente quando alguma situação de vida as leva a esse estado mais grave. Porém, a perturbação está sempre ali, dentro delas, como se fosse um “órgão interno”, que faz parte de seu ser. Esse órgão acaba sendo “vital” para essas pessoas e somente quando esse órgão está em sofrimento é que o percebem e então acham que há algo errado. Errado mesmo é ter essa perturbação fazendo parte de seu ser como se isso fosse normal! É muito difícil essas pessoas perceberem que carregam o “órgão da perturbação” e quando ele causa sofrimento mais explicito e intenso, elas não entendem que isso se deve ao fato de “não ser normal” ter essa perturbação arraigada em seu ser, elas apenas entendem que há sofrimento do qual querem se livrar. Mas não há como se livrar do sofrimento sem abrir mão do órgão da perturbação.

É fundamental que esse tipo de pessoa se observe atentamente, com muita paciência e boa vontade, para que consiga perceber as nuances dessa verdade, até o ponto de constatar a totalidade dessa verdade ocorrendo dentro de si. Caso você esteja lendo este texto achando que “isto não é com você”, sugiro que pare, e reflita e se observe com humildade e coragem, e deseje que sua alma te mostre o quanto estas verdades “lhe caem bem”, o quanto você é perturbado e nem sabe disso. Ser perturbado e ter certa percepção disso é um bom começo, mas achar que é “perfeitamente racional” e equilibrado, sem perceber a perturbação, é algo muito grave. É preciso perseverar para que perceba que vive em perturbação, que acorda, passa o dia e vai dormir em eterno estado de perturbação, que é tão comum em sua vida, que já nem percebe a sua existência. Cito um exemplo: ter pulmões e respirar é tão comum, que não paramos para pensar nisso. Isso simplesmente faz parte de nossa realidade. Somente quando temos algum problema respiratório/pulmonar é que “lembramos” de sua existência. Imagine fazer da perturbação um órgão interno, como fazendo parte de sua realidade! Se, p. ex., eu disser a um cliente: você tem uma grave perturbação eterna dentro de você! Isto seria – na percepção desse ego – tão desnecessário e absurdo quanto se um médico dissesse: você tem pulmões dentro de você! Só que no caso dos pulmões o ego sabe que existem, no caso do órgão da perturbação ele finge não saber do que se trata. O ego “instalou” esse “órgão vital da perturbação” dentro da pessoa secretamente. Às vezes, o ego quer tanto guardar esse segredo, que instala o órgão e depois esquece de sua existência, o que significa que até mesmo o ego poderá não saber mesmo da existência do órgão da perturbação e/ou achar que é tão obvio ter esse órgão quanto ter pulmões. Ele então não entende se eu disser que há um “órgão inadequado” e arraigado dentro dele que deverá ser “extirpado”.

Quando uma pessoa consegue sentir, intuir e até mesmo reconhecer que carrega essa perturbação eterna, já é um começo para sua jornada de cura. Mas é muito difícil perceber as raízes profundas e destrutivas que esse “órgão vital da perturbação” gerou e criou dentro da pessoa.

Mas por que o ego seria tão ignorante a ponto de instalar um “órgão da perturbação” dentro de si? Que vantagens ele acredita ter, ao fazer essa instalação? Antes, devemos lembrar que o ego é ignorante da realidade superior e ele sempre acredita que está fazendo o melhor por nós. Ele não é bom nem ruim, é apenas uma “parte de nossa personalidade que tem vida própria” e se acha o dono de nossa realidade. Ele, na verdade, em estado saudável, deveria ser o condutor e protetor amoroso e poderoso de nossa alma, mas pelas experiências de vida que tivemos desde nosso nascimento, ele entendeu que a alma é ingênua demais para se livrar dos males da vida, e decidiu assumir o comando, deixando a alma de lado ou aprisionada, e sem pleno poder sobre nós. Portanto, por mais absurda que seja uma decisão do ego, é sempre com a intenção real de nos proteger e nos colocar firmes diante dos perigos e desafios da vida. Dessa forma, ele entendeu que se não tivesse perturbações – que são geradas pelos sentimentos e emoções negados e reprimidos, como angústia, medo, pânico, dor e tristeza, dentre outros – se tornaria um ser inválido, apático e presa fácil de ser manipulada por dominadores e predadores em geral.

Ele entende que o “órgão da perturbação” é o mais vital de todos os órgãos, pois acredita que sem esse órgão, não ficaria alerta o suficiente para perceber os perigos antes que cheguem a ele. Esse órgão da perturbação tem várias funções: sensor, alarme, prontidão para a luta ou para fugir/se esconder, dissimulação, ataques, defesa e uma infinidade de outras funções. Se a perturbação será leve e imperceptível ou extrema e percebida, dependerá dos eventos com os quais a pessoa estiver envolvida. Quanto mais difícil e perigoso o ego entender que é um contexto, mais ele ativará a perturbação grave e explicita para que, em grave perturbação, a pessoa possa ser mais cautelosa, estrategista, perigosa e boa jogadora. Se a situação for menos perigosa, a perturbação estará ali, sempre ativada, mas muito mais leve para que a pessoa não a possa perceber, porém ativa o suficiente para se manter alerta.

Se a pessoa buscar a meditação como caminho para se libertar desse “órgão da perturbação”, o ego ativará a perturbação mais grave para que a pessoa, mesmo meditando, não se sinta plena e sinta desconforto, irritabilidade e distrações ou qualquer outro recurso que o ego decidir usar para tirar a pessoa do caminho que poderá fazer com que ela transcenda a mente e acesse seu estado de expansão de consciência, onde tudo é claro e leve, e onde a perturbação não atua. Se a pessoa atinge esse estado ela, com certeza, começará a perceber a total diferença que existe entre seu estado habitual de mente perturbada e seu estado de equilíbrio. Porém, quando a pessoa persevera e prossegue com seus intentos meditativos, ela precisa aceitar e permitir que o ego faça o que quiser para impedir que ela “suba” a um lugar onde ele não acessa. A pessoa, ao mesmo tempo em que mantém a intenção de transcender a mente, poderá também estar presente para se perceber em suas perturbações manifestadas de várias formas durante esse processo. Com a consciência de que dentro de si há um “órgão da perturbação”, a pessoa aceitará e não criará luta para acabar com o desconforto e irritabilidade, mas aproveitará o momento da meditação para se perceber com muito mais amplitude, justamente por intentar expandir suas percepções. Existem pessoas que usam a meditação para “fugir de si mesmas”, negando a existência de sua realidade humana, com todas as perturbações que contém. A meditação deve ser um recurso para um autoconhecimento mais profundo, atingindo um estado de expansão de consciência, a pessoa poderá descobrir vários conteúdos em seu inconsciente e, neste caso, perceber o quanto “É perturbada” em potencial.

Somente quando a pessoa tem a coragem de perceber a perturbação eterna em que vive é que ela poderá começar a dissipar o sofrimento e, consequentemente, a se desapegar desse “órgão da perturbação”, pois perceberá que ao invés de ser um gerador/motor/estimulador ativo e intenso em sua vida, esse tal órgão nada mais é do que um “câncer vibracional” disfarçado de potencial vital. Se é um câncer, deverá ser diagnosticado, reconhecido, aceito, para então ser tratado e “retirado”.

Parece simples, mas é algo mais complexo, por se tratar de ego. Devemos lembrar que ele acha mesmo que a perturbação é vital, ele não vai aceitar que esse órgão seja definido como um “câncer”, portanto, haverá a negação da doença. Tudo será um processo, pois existem outros fatores envolvidos. Além de o ego achar que esse órgão o mantém vivo, ou melhor, o deixa sobreviver, ele também, secretamente, sabe que a perturbação evita um outro estado, mais sublime do que a expansão de consciência: é o estado de plenitude que nos leva à conexão com a Consciência Divina e ao alinhamento com as “Forças Sagradas”.

Tudo o que precisamos viver, é determinado por nossa alma antes da encarnação. Se mantivermos um “alinhamento com as Forças Sagradas”, viveremos e realizaremos tudo o que for preciso, dentro das “Leis Sagradas”. Isto significa que mesmo que uma pessoa encarnar “para ser um mago negro”, se ela estiver em alinhamento com as Forças Sagradas, tudo o que ela fizer estará dentro das Leis Sagradas que regem o Universo. Lembremos que não há certo ou errado, bom ou ruim, se tivermos um olhar superior.

Muito de nossas perturbações e do sofrimento extremo que elas causam, devem-se justamente porque não estamos alinhados com as Forças Sagradas. Além de não estarmos conectados com a Consciência Divina. Portanto, o ego não quer que possamos nos alinhar, pois isso faria com que simplesmente “fizéssemos o que deve ser feito”, por impulsos naturais manifestados pelo nosso coração. No alinhamento Sagrado, estamos ligados às Forças do Amor Divino, e então “somos amor” e manifestamos esse amor. Não importa o que precisamos fazer, simplesmente faremos por e com amor divino. Obviamente o ego odeia isso, ele não quer ser amor e muito menos oferecer amor aos outros. Isto porque há um sistema de crenças arraigado em nós que nos mostra e confirma sempre que: não vale à pena amar, que o amor só traz dor, que quem ama sempre sofre e se perde de si mesmo, dentro de tantas outras crenças a respeito o amor. Porém, não estou falando do amor limitado, da dualidade, que é o amor da mente – e não do coração – que é o que os seres humanos conseguem, em sua máxima intenção amorosa, alcançar. Estou me referindo ao “Amor Real”, aquele que “É” e se manifesta em essência e nos “arrebata” a experimentar e viver essa experiência que fala por si só, que não é definida pela mente, mas que aquele que consegue se elevar, transcender a mente, se conectar e se alinhar às Forças Sagradas do Amor, simplesmente SABE do que se trata, ele já não precisa explicar sobre isso, muito menos se vangloriar de ter alcançado esse estado supremo de amor. Ele então se torna uma “Fonte de Amor”, mas uma fonte sutil, natural, saudável, proveniente do coração e não da mente. Com esse Alinhamento, cria-se um “espaço sagrado dentro de nosso espaço sagrado”, para que possamos viver essa realidade com intensidade, sem que isso altere nossa realidade, o que faria com que ficássemos muito confusos. As mudanças ocorrem de forma sutil e suave, para que possamos nos habituar com as novas frequências em que vibraremos e que passaremos a emanar a todos. Não é algo fácil de se viver, pois causa várias reações desconfortáveis, pois estamos muito habituados à densidade sombria da dualidade e só conhecemos o pseudo-amor - quando alguém emana uma vibração diferente e mais suave que as vibrações densas do ódio, p. ex., acreditamos ser o amor. Dentro da dualidade densa e sombria, qualquer energia mais agradável nos traz mais leveza. Porém isto é raro ocorrer. Imaginem então, o que acontece quando alcançamos níveis reais e elevados de puro amor e nos permitimos “trazer essa força de amor” para dentro de nós quando “voltamos dos lugares superiores que visitamos”! Acessar, ancorar, suportar e sustentar essas Forças Sagradas do Amor não é algo tão simples e tão agradável de se experimentar. O impulso natural de “defesa” contra algo que não entendemos e que é forte demais para nós, mesmo sendo o puro amor, é rejeitarmos, repelirmos e lutarmos contra, como se precisássemos nos defender de algo. Portanto, é preciso muito discernimento e determinação para assumirmos o “Alinhamento com as Forças Sagradas do Amor”, para sermos os receptores desses novos códigos de Luz e Amor que estão “vindo a nós” a partir do Criador.

É tudo muito mais complexo do que isto, mas é impossível transmitir em palavras escritas toda a realidade e magnitude destas verdades tão elevadas, mas se você puder “ler com seu coração” e deixar seu ego de lado, conseguirá “saber” do que estou falando, mais do que entender racionalmente.

Por toda essa força e responsabilidade suprema que assumimos quando nos oferecemos para sermos os canais receptores desse Amor Sagrado, por todas as reações desconfortáveis que temos quando iniciamos esse processo, por conta do nosso sistema de crenças sobre a dor do amor arraigado no inconsciente coletivo e por inúmeros fatores e aspectos pessoais, o ego entende que quanto mais nos aproximamos disso, que o levará a “se perder de si mesmo”, mais ele precisa ativar seu “incrível órgão vital da perturbação” e assim o faz.

Portanto, se de alguma forma você já trilhou um longo caminho em busca dessa abertura para o Amor Real e do alinhamento com as Forças Sagradas do Amor, e se depois de tanto buscar e estiver prestes a alcançar, for acometido por perturbações graves – consciente ou não disso – e de um sofrimento extremo, desconfie. Pare, reflita sobre isso e busque a verdade, pois com certeza irá se deparar com a realidade: seu ego está desesperado, fazendo de tudo para evitar que você finalmente se alinhe e se conecte, criando perturbações e sofrimento para que você se perca, se desespere e fique totalmente incoerente com as frequências de luz e amor que as Forças Sagradas emanam. É preciso criar coerência em suas frequências, incluindo a das ondas cerebrais, para que você entre em coerência com as Forças Sagradas do Amor para então poder se alinhar a elas. Porém, já aviso que quando você consegue se alinhar, mesmo que tente se desalinhar – pelo ego -, já será impossível, o que significa que na tentativa de “desplugar” seu ego criará mais perturbações e mais sofrimento. Infelizmente, o ego sempre luta contra o que a alma deseja o que significa que ao alcançar a conexão e alinhamento, numa reação “natural de sobrevivência” ele irá lutar para se desalinhar. Então aceite as consequências disso e não fique tirando conclusões distorcidas acreditando que é impossível estar em alinhamento. Você é humano e as reações humanas são assim mesmo, até que você entenda, aceite e aprenda a “dominar” esses impulsos. É preciso se adaptar às Forças Sagradas do Amor, é tudo muito lindo e divino, mas reforço que é muito difícil viver em alinhamento enquanto ainda estamos na dualidade, com toda a força contrária que ela exerce sobre nós, com toda a resistência das mentes que temem que as alinhemos também, e com todo o medo do ego. Enfim, esta é uma jornada para o inicio de novos tempos. Os pioneiros sempre “sofrem as consequências” iniciais das reações em cadeia de toda a massa contrária do inconsciente coletivo, enquanto também fazemos parte, mesmo que com “menos intensidade” dessa grande massa. Temos que lidar com as nossas resistências e com a do todo coletivo.

Portanto, se você se sente impulsionado a ser um desbravador e pioneiro na manifestação de novas possibilidades de vida para todos, não reclame das consequências, mas apenas aceite e perceba a beleza que há nessa condição. Se apenas focar na beleza e no amor de seu empenho e intenções amorosas e de tudo o que conquista, sempre se fortalecerá, mas se ficar sempre focando nas condições ruins que esse caminho manifesta, sempre estagnará e atrapalhará o grupo de almas que estão empenhadas nesse mesmo processo.

Faça sua parte, entregue-se a esta aventura, escolha se alinhar e se entregar à vida, ao Amor Sagrado, às experiências “reais” de nossa existência multidimensional e então... aprecie e viva intensamente! Faça sempre com que sua vida seja uma adorável aventura!


Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 16



Compartilhe Facebook   E-mail   Whatsapp
foto-autor
Conteúdo desenvolvido por: Teresa Cristina Pascotto   
Atuo a partir de meus dons naturais, sou sensitiva, possuo uma capacidade de percepção extrassensorial transcendente. Desenvolvi a Terapia Transcendente, que objetiva conduzir à Cura Real. Atuo em níveis profundos do inconsciente e nas realidades paralelas em inúmeras dimensôes. Acesso as multidimensionalidades Estelares. Trago Verdades Sagradas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.