Despindo-se das Armaduras Internas

Despindo-se das Armaduras Internas
Autor Tania Paupitz - [email protected]
Facebook   E-mail   Whatsapp


Engana-se quem pensa que o caminho para o autoconhecimento é um caminho fácil.
Geralmente quem o percorre, sabe que durante a trajetória encontrará muitos percalços, dificuldades, espinhos, pedras de todos os tipos e tamanhos, a serem removidas durante a caminhada.
Dá trabalho ir ao encontro de si mesmo, especialmente, quando ansiamos pela mudança, pela vontade sincera de nos transformarmos em pessoas melhores – não somente para o mundo, mas, sobretudo, para nós mesmos.

Quem leu o livro “O Cavaleiro preso na Armadura”- de Robert Fisher, acabará identificando-se, de alguma forma, com a história que relata a dificuldade que muitas vezes, temos em nos mostrar exatamente como somos, em baixar nossas armas e revelar nossa essência.

O cavaleiro que existe dentro de cada um de nós incita, de alguma maneira, este anseio pelo novo, pela autodescoberta, pelo rompimento definitivo das amarras que nos aprisionam as velhas crenças, a preconceitos defasados e, principalmente, da cômoda posição de exercermos o papel de “vitimas coitadinhas”, relacionado às pessoas e situações.

Encontramos no âmago do silêncio profundo, que habita dentro de cada um de nós, o inicio desta longa viagem pessoal e intransferível, que cada um deve fazer de forma solitária, desbravando novos caminhos, percorrendo os labirintos do medo, da angústia de ser, da dúvida; para finalmente, atingir o ápice de uma nova forma de ser e sentir.

Quantas vezes nos cobramos ou criticamos excessivamente nossa forma de agir e pensar, em detrimento, de uma decepção ou um fracasso.
Quantas vezes, precisamos cair para aprendermos a levantar; quantas vezes, escolhemos o caminho da ilusão enxergando somente aquilo que nos interessa, diferentemente, da realidade que vivemos; quantas vezes nos deparamos com os nossos “nãos” para a vida, a alegria, a paz, a tranquilidade, enfim, para os momentos do aqui e agora que não nos permitem vivenciar a fluidez natural do presente, encontrando o tão desejado equilíbrio emocional.

Não nos lembramos de que aqui neste momento, não há dor, não há problema, não há sofrimento. Tudo são ecos, ora de um passado distante que habitualmente teimamos em colocar frente a frente, diante das nossas “preocupações”, com os “tem que”, com os “ E se..”; ora de um futuro que ainda não chegou, mas que fatalmente, virá nos brindar com a ansiedade inquietante e a inevitável insatisfação que nos corroi por dentro, em detrimento do quanto queremos e desejamos Ter ao invés do simplesmente SER.

No decorrer do caminho, acabamos deixando de lado coisas tão simples, porém, muito significativas - o poder de um abraço, de um sorriso, o prazer do beijo, a importância do muito obrigada, do ombro amigo. “Estamos vivendo na era da ‘introspecção”, de ter vergonha de dizer e fazer coisas tão simples; do próprio medo que nos acovarda no momento de dizer um simples “olá” para qualquer desconhecido e, pior ainda, é quando acabamos nos descobrindo vivendo dentro da mesma “mesmice” por anos a fio, sentindo através dos anos o tempo desperdiçado, muito mais vivido “em cima do muro”, introjetados dentro de nossa própria armadura.

Carregamos juntamente com as nossas armaduras, o peso das frustrações e das expectativas geradas pela nossa a ânsia de querer mais e mais, esperando que o outro venha nos amar, nos acolher, porém, enquanto não aprendermos a fazer o caminho inverso, praticando o autoamor, a autoaceitação, pagaremos o preço de vivermos nesta constante insatisfação de carências, de vazios inquietantes, de altos e baixos e profundos estados melancólicos.

Diante do vazio, surge o medo e a solidão que nos deixam ainda mais distantes daquilo que realmente somos – nossa verdadeira identidade.
Por incrível que pareça, também acabamos nos acostumando com a dor e sofrimento e, mais engraçado, é acabar descobrindo que o perigo mora muito mais perto do que imaginamos - no final das contas, vamos nos dando conta de que somos nossos próprios algozes e inimigos ocultos, enclausurados dentro da própria masmorra que criamos para nos proteger de dragões e fantasmas, geralmente, criados e mantidos pelo nossa própria incompetência.

Texto Revisado

Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 59



Compartilhe Facebook   E-mail   Whatsapp
foto-autor
Conteúdo desenvolvido por: Tania Paupitz   
Tânia Paupitz é Artista Plástica e Professora de Artes, há 37 anos, sendo sua marca registrada as cores fortes e vibrantes, influência dos estudos de vários artistas Impressionistas. Cursos de Pintura em Óleo sobre tela, para iniciantes, adultos, terceira idade. www.taniapaupitzartes.blogspot.com waths - 48 9997234
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.



© Copyright 2024 ClubeSTUM - O conteúdo desta página é de exclusiva responsabilidade do Participante do Clube. O site não se responsabiliza por quaisquer prestações de serviços oferecidos pelos associados do Clube, conforme termo de uso.