A função positiva da dor: Aprofundamento em si e Humanização.

A função positiva da dor:  Aprofundamento em si e Humanização.
Autor Ingrid Monica Friedrich - [email protected]
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Se a Inteligência Creadora é perfeita, causa ordenadora primordial, tudo que existe tem uma função que está de acordo com as Leis e Princípios que foram expressas por Deus, para que tudo ocorresse de acordo com sua intenção. Portanto, se cremos que Deus está em tudo, contém tudo, e tudo está contido em Deus, tudo é perfeito, ou seja, Deus não erra, tudo ocorre de acordo com sua Obra, apenas nós é difícil perceber o como Deus pensa, o que ele planeja- a limitação de compreensão é nossa. Portanto se algo existe no reino divino é porque tem uma função de acordo com seus planos, e quando algo não mais tem função, deixa de existir, é extinto, e novas coisas “surgem”.

Por seus planos, só existem dois fluxos possíveis- o que se move de acordo com os planos, podemos chamar de Bem, ou funcional, e tendem a fluir com facilidade, as situações se revelam positivas e evolutivas como que por magia. Porém, quando com nosso mapa pessoal existencial, resistimos a este fluxo determinado por Deus, entramos no contra fluxo, ou seja, em um caminho não funcional, ou seja, o que podemos chamar de mal, e o mal, o que não se move em equilíbrio com os planos maiores, ou está estagnado causa problemas, seja de saúde física, emocional, desequilíbrios mentais, sintomas de que temos em nós uma ação que causa resistência ao fluxo.  Portanto a dor é apenas sintoma de algo que está se movendo no caminho de desorganização, aumentando o caos, sua causa verdadeira é algo muito mais profunda.

Para falarmos da função indicadora de desvios da dor, primeiro precisamos separa-la daquilo que chamamos de sofrimento, para que possamos compreender este texto, uma vez que para o dicionário seriam sinônimos.

A dor é uma manifestação corpórea, um recado de que existe uma urgência, que nem sempre é ruim, apesar de ser dolorosa. Se não fosse a dor da fome, da sede não nos nutriríamos, espasmos no intestino ou bexiga nos faz buscar o desapego dos resíduos, uma dor de dente, ou outra mais aguda nos encaminha rápidos a assistência medica adequada.

Além das dores físicas, existem as dores emocionais que reverberam no corpo físico, e muitas vezes são muito mais dolorosas que as causadas pelas lesões no próprio físico. São dores intensas, que nenhum remédio alivia, e por isto mais desesperadoras. Dor de magoas, raivas, podem afetar gravemente o corpo físico, pois o utilizam como válvula de escape, para manter a integridade do Ser, evitar que ele cinda, se fragmente para além da lucidez, ou seja, se torne doente mental. Em geral, os corpos que deveriam estar alinhados e centrados em condições normais, podem perder este “encaixe” por proteção e um dos corpos se deslocar um pouco, de forma a não danificar os demais, tentando evitar que o corpo físico receba a descarga e adoeça, mas se este deslocamento não ocorrer, será o corpo físico que será o “fio Terra” podendo “queimar”.

Podemos trabalhar a palavra Sofrimento pela junção das palavras Sofre+ Mente, em geral ao sentirmos uma dor, entramos em processos mentais-emocionais que nos desequilibram, e tendemos a ter “alucinações, deste um processo mental dramático, um vitimíssimo, sensação de impotência, carências…conforme como aprendemos a lidar com a dor, como as vivencias na infância, o como fomos atendidos a cada dor, a ponto de aprendermos a manipular os adultos quando estávamos doentes a busca de atenção.

Podemos entender o sofrimento como sendo a resposta mental-emocional que temos para a dor, um condicionamento, subconsciente. Ou seja, utilizamos a mental para gerar um sentimento, conforme nossas crenças, ou seja, é um sentimentalismo (sentir com a mente) e muitas vezes nem existe uma dor real que provoque o sofrimento, mas apenas a expectativa de existe uma dor, uma perda, uma frustação, magoa...em geral o sofrimento vem ou da antecipação de uma situação difícil, ou do ressentimento de situações do passado, fruto de uma memória incomoda, que foi dolorosa na época, mas sua fonte não está no aqui e agora.

Vários filósofos concordam com a frase: A Dor é inevitável, mas o sofrimento é uma escolha.

Se o sofrimento é fruto de uma postura mental, de uma visão/percepção, ao mudarmos nosso modo de observar algo, o sofrimento pode ser dissolvido, resignificando, ou mesmo apagado no seu ponto de origem, apenas mudando a forma de pensar/perceber a situação.

Se avaliarmos nosso histórico, toda vez que tivemos dor, ou em sofrimento, em doença, tudo que nos preocupava, sumia perante esta urgência. Não tem como jogar uma dor física para debaixo do tapete, se fazer de conta que ela não existe, só porque temos um compromisso. Ela exige atenção.

Ao termos uma dor, instantaneamente paramos tudo que fazemos, e damos atenção à dor, ou seja, saímos de nosso movimento perante o mundo exterior, as “necessidades” de atuar em algo, para nós mesmos. Ela muda nossa consciência, ação, percepção de direção: do externo para nós mesmos. Ela nos torna conscientes de que existimos e temos necessidades urgentes, algo essencial para darmos atenção.

Portanto a primeira reação a dor é Percebermos a nós mesmos e de aprofundamento ao nosso mundo interior...

Pena que muitos de nós precisam que a dor surja, e literalmente grite para que realizemos este movimento de voltar o olhar para nós mesmos, para nosso comportamento e caminhar.  Por isto temos que evoluir pela dor, pois somos reativos, apenas nos movemos pelos estímulos externos, desprezando as necessidades internas. Nunca paramos por alguns minutos diários e voltamos nossa atenção para como está nosso corpo, se nossa alma está presente em nossas ações, se estamos alinhados com a missão que nosso espirito projetou para nós, em nós e deseja realizar através de nós. Vivemos identificados ao Ego terreno/persona, e nós percebemos como separados de nossa verdadeira essência, e nem a reconhecemos.

Para podermos evoluir pela inteligência, pelo amor, precisamos modificar este mecanismo, e romper com os condicionamentos do sofrimento como despertador.

Agora a dor é algo real, um sintoma que deseja nos comunicar algo, portanto ela é uma ferramenta evolutiva.

Mas temos o habito de fugir da dor, de evita-la como se ela fosse ruim, indesejável, e a negamos, e se possível, a anestesiamos com remédios ou com distrações, esquecendo que se a causa não for resolvida, ela irá ficar em putrefação e uma hora irá purgar.

A dor não é má, mas nossa inabilidade de lidar com nossas dores é que é danosa.

Se queremos evoluir pela inteligência, ao sentir um primeiro sinal de dor, um incomodo, podemos de forma proativa, buscar um local privativo, sentarmos e perguntarmos para a dor, o que ela está querendo nos mostrar a respeito de nós mesmos, dispostos a Aceitar a Verdade, sem resistência para defender nossa autoimagem.

A dor exige coragem, força, vontade de se conhecer para ser “Seguida”.

Uma primeira dica é percebermos em que parte do corpo ela se manifesta, qual a função desta parte, e no que seu mal funcionamento afeta…e se focarmos esta parte do corpo, colocarmos a mão sobre ela, podemos nos perguntar qual é a energia que está estagnada nela, e o porquê - o que NO NOSSO COMPORTAMENTO a está danificando, assumindo a auto responsabilidade, humildes, e deixarmos a mente silenciosa, dispostos a ouvir a resposta.

Por exemplo as pernas, representam nosso caminhar, nossa liberdade, e qualquer dificuldade pode simbolizar que não estamos nos sustentando em algo, que estamos nos puxando para trás, não querendo avançar em algo que precisa ser feito. Dores de coluna, ciáticos que são mais fortes no inverno, podem nos falar de nossa rigidez, inflexibilidade em certo ponto de vista sobre algo, a falta de adaptação, o não “jogo” de cintura, o não permitirmos que a energia sulfúrica flua livremente para cima, ou que a amorosidade penetre nossas ações. As articulações, nossa incapacidade de nos articularmos, de “negociarmos”, de transformar situações a nosso favor e dos demais. O peso e dores nas costas, por estarmos carregando uma carga maior do que temos capacidade, em geral assumindo responsabilidades que não nos pertencem…basta se observar e perceber o que a dor está nos impedindo de fazer- o porque a dor nos pede um momento de reflexão, e se dermos espaço a ela, ela irá “conversar” conosco, pois nosso corpo não deseja sofrer, ele prefere resolver as coisas com o menor esforço possível, com a maior eficiência.  Nós é que somos duros de aceitar a ouvir nossas dores.

Em geral, lidar com a dor nos deixa tristes, deprimidos, mas ambas nos fazem buscar o mergulho em nós mesmos...a dor cada vez nos faz aprofundar este mergulho, pois por enquanto ela se manifestar, é porque ainda não chegamos na causa primeira...na hora que tomamos consciência da mesma, a dor cede, e só retornará se repetirmos o comportamento.

Temos dois tipos de dor, um derivado de nossas provas, onde determinados condicionamentos, as colheitas de certos plantios precisam ser colhidos e experimentados, mas estas apesar de mais difíceis de se lidar, são evolutivas, buscam nos fazer corrigir uma forma de viver que afeta nossa integridade, nos coloca no caminho de desorganização, de caos. Este podem ser resolvidos pela mudança de atitude não apenas momentânea, mas de forma persistente.

A outra dor pode não ser consequência do plantio- colheita, mas visa desenvolver dons, virtudes, nos colocar em movimento, corrigir rumos, sendo próprias da necessidade de colhermos aprendizados desejados por nosso Espirito.

Mas ambas exigem o nosso aprofundamento em nós mesmos...e irão aumentar o quanto mais resistirmos a sermos humildes e deixarmos que elas nos conduzam...A dor emocional em geral é derivada do orgulho ferido, que pretende defender a persona, a autoimagem, e pode ser manifestação tanto da dor carmica como de aprendizado.

Mas não importa tanto que tipo de dor se manifesta, mas o que ela deseja de nós....

Ela nos paralisa e faz refletir, nos coloca no centro de tudo, nós faz priorizarmos a nós mesmos, deixando qualquer outro foco como secundário, ou seja, a dor é um mecanismo que nos leva a nos “encaixarmos em nós mesmos.

E este encaixe nos leva ao aprofundamento, a vivencia em nós, a percepção de nossas sensações. De nossas emoções, sentimentos, ou seja, nos conduz rumo a nossa alma, que é HUMANA.

A dor, além de nos encaixar em nós, nos aprofundar em nós, busca nos HUMANIZAR, rumo a ágape.

Apenas pode compreender as dificuldades de outrem, que as conhece e vivenciou.  Podemos desenvolver a compreensão das dificuldades alheias, ser fraterno, tolerante, paciente, acolhedor, facilitador, apoiador que já se sentiu abandonado, rejeitado, sofreu com a segregação, com a impotência, suas inabilidades, a ignorância, que tem consciência de quanto já errou e feriu os outros e a si mesmo, mesmo ao tentar agir de uma forma que lhe parecia correta, fazendo seu melhor. Por ter conhecido o pior sobre si mesmo, é capaz de aceitar o pior dos outros, compreende-los e agir como agente ordenador de quem se perdeu no caos, para quem se desorganizou a ponto de não perceber mais a si mesmo, estar perdido em suas ilusões, alucinado, totalmente desencaixado.

Dificilmente quem não sentiu a dor, terá consideração pela dor e dificuldades alheias…a dor nos humaniza....

Apenas quem já vivenciou grandes perdas, rupturas inesperadas, um luto por algo que deixou de existir na sua vida, que era fonte ou de afeto, de carências, ou de sobrevivência, um fechar de caminhos, e se permitiu mergulhar nelas, de forma lucida e as integrou, será capaz de compreender a dor de quem está neste processo e ajudá-lo a se ordenar. Ou seja, só se tornará um curador, quem integrou, ou ao menos busca integrar, sua própria dor, ou seja, se humanizou.

Tentar negar a dor como processo de humanização é desejar que ela se torne tão mais poderosa a ponto de quebrar todas nossas resistências, nosso orgulho, que abramos a mão de nossa autoimagem rígida. Por isto, tudo que jogamos “debaixo do tapete”, uma hora irá aflorar, para que lidemos com a dor e seu ensinamento.

Também a humanização exige, que aceitemos nossos limites, o momento que somos capazes de lidar com algo, e o quando precisamos de um facilitador, termos a inteligência para priorizarmos aquilo que já é possível lidarmos, o que ainda não temos os recursos necessários, e ao verificarmos o que nos falta, buscarmos desenvolver  a estrutura base que nos permitirá lidar com esta dor especifica mais para frente....e poderemos perceber que ela cederá enquanto estivermos trabalhando em nossa capacitação para lidarmos com ela, mas voltará toda vez que sairmos do caminho.

Ou seja, a urgência da dor real, que nos aterra no aqui e agora, é priorizante na busca do encaixe, do despertar das qualidade humanas tem uma função que é própria para este planeta,  que foi escolhido para ser o campo de desenvolvimento da Humanidade, ou seja, visa fazer de nós seres que tem em si integradas e desenvolvidas como potenciais ( poderes)  tudo que Deus projetou para que o Ser Humano se tornasse, e neste aspecto somos co-criadores de sua obra, já que estamos encaixados em um corpo Humano.

Já caminhamos de um meio primitivo, sem nenhum recurso, até épocas onde tínhamos alto poder mental e capacidade de realização, mas destruímos o planeta, já fomos nesta raça atual, de primitivos, passando pelas épocas trevosas de domínio-submissão, onde usávamos nosso poder para conquistar materiais a qualquer custo, sem a mínima consideração pelo outro, bem egoístas, e pela dor, vida após vida, estamos desenvolvendo a fraternidade, a capacidade de conviver pelo bem de tosos e o seu próprio de uma forma cada vez mais funcional, nos mudando, sendo mutantes, ou seja, vamos nos humanizando cada vez mais....e toda vez que tentamos fugir desta humanização interna, vem a dor, nos colocar de volta ao caminho evolutivo, ou seja, na obra que como co-criadores temos para realizar para não só para nosso Espirito como para toda a Humanidade, que evolui quando cada um de nós evolui, ou seja, se humaniza mais.

Mas então como podemos fazer uso inteligente da dor como ferramenta evolutiva de Humanização?

Podemos escolher, todo dia sentarmos em reflexão com as nossas dores...e conversar com ela: O que você quer me mostrar? E escolher uma, se não temos alguma urgente, que está debaixo do tapete....

Não precisamos reviver nada, apenas como observador, desidentificados, a seguimos, e deixamos que ela se revele, se mostre....e pela nossa vontade de ordenação, de cura, a deixamos livre para seguir seu fluxo, e encontrar um modo de ordenar aquilo que tínhamos de desencaixe, e gerar um novo encaixe, a dor se tornando de negativa em algo positivo, libertador, desmontando nossas ilusões, nos fazendo nos aceitarmos melhor, a agir de forma extremamente humana em relação a nós mesmos, de forma que, se tornando esta nossa natureza interna, possamos agir de forma mais humana com os demais humanos, sem julgamento, os aceitando assim como são, um misto de ignorância, carentes, de trevas caóticas, com sabedoria, luminosos ordenadores , ou seja, são só virtudes em vários graus de desenvolvimento de suas inteligências, e estamos todos no mesmo barco, todos com o mesmo desafio - nos Humanizarmos e cada vez sermos humanos melhores, e agirmos com a melhor humanidade de que somos capazes de manifestar...portanto somos todos iguais, ninguém é melhor que ninguém, então cultivar o orgulho não tem nada de positivo.....

Quem é humilde (o que nada haver com auto depreciação) é a melhor forma de evitar a dor e sua ação, inclusive ser humilde a ponto de aceitar a própria dor e aprender o que ela deseja nos ensinar...

Mas como não conseguimos refletir, realizar o aprofundamento quando estamos com dor, é claro que todas técnicas para buscar o equilíbrio, seu alivio são validos, o que não podemos é nos permitir que com o anestesiamento da dor, nos abandonemos e desprezemos o aprendizado, sendo encantados pelo dia a dia, pela ação superficial, sob risco que ela irá retornar, cada vez mais forte...

Se uma perda não nós desperta, outras perdas ocorrerão, pois, a intenção evolutiva é que despertemos como HUMANOS que somos feitos a semelhança de Deus (e não o oposto), co-criadores.

Apenas quem realiza o desafio de se iluminar como Humano poderá buscar outra escola, outras vivencias diversas…enquanto não realizarmos nossa humanidade, não poderemos deixar esta roda de sansara, pois ainda não teremos desenvolvido nossa maestria tanto como indivíduos, como enquanto humanos.

A dor faz parte desta escola…e como agente de encaixe, é um agente de conexão com nosso espirito, com nossa centelha divina, enquanto humanos, desenvolvendo a Inteligência das Formas Manifestas, na forma que manifestamos no aqui e agora.



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Conteúdo desenvolvido por: Ingrid Monica Friedrich   
Ingrid M. Friedrich (CRT 44680) Atua com Psicoterapeuta Alquimista e Junguiana- Conselheira Metafisica, Mediúnica e Profissional-Terapeuta Breve-Lado Sombra, Reprogramação Autoimagem, PNL, e técnicas em sincronícidade, como facilitadora no processo do autoconhecimento, em busca de melhor qualidade de vida.
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