Por trás da dor, mistérios - Parte I

Por trás da dor, mistérios - Parte I
Autor Teresa Cristina Pascotto - [email protected]
Facebook   E-mail   Whatsapp


O ego sempre oculta as chaves da cura, quando estas chaves estão escondidas por “baixo” da densa camada de dor e sofrimento, os quais são hiperexplorados e alimentados pelo ego. O ego adora “se fazer” de coitado e vítima, na intenção de desviar a atenção, da própria pessoa, a respeito de suas manobras autossabotadoras, insanas e doentias, que a camada de dor oculta. Ele sabe que ao acessar essas chaves, ultrapassando a camada de sofrimento que ele cria, um portal interno se abrirá e mais conteúdos sombrios do inconsciente, que ele tanto se esforça para esconder e negar, virão à tona e isso levará a pessoa a se abrir mais para conhecer-se profundamente e para lidar com esses conteúdos de forma sábia e saudável, abrindo-se também para um fluir natural de Cura Real.

Em parte, a dor e o sofrimento são verdadeiros, mas não são a verdade total. Esta chave está inserida bem profundamente nos conteúdos do inconsciente, os quais dizem respeito aos “aspectos de nossa responsabilidade”. Somos responsáveis por tudo o que nos acontece na vida, que são condições em que saímos do papel de vítimas e nos tornamos os responsáveis por toda a nossa dor, pelos jogos que criamos, induzindo os outros a nos machucarem, para permanecermos como pobres vítimas, ou por submetermos, dominarmos e subjugarmos os outros, nas dinâmicas ocultas das interações humanas. Para que nunca cheguemos perto destas verdades libertadoras, o ego nos mantém apenas focados, apegados e viciados nas nossas dores, para que nunca possamos chegar perto da verdade impactante: por trás de nossa dor, existem  grandes mistérios, uma estratégia doentia de nosso ego. Para aqueles que são perseverantes e corajosos, a revelação destes mistérios até então ocultos no seu inconsciente, torna-se uma poderosa ferramenta de cura “milagrosa”, pois então o início de uma vida de libertação poderá realmente acontecer. Se as pessoas não soltarem a dor e não pararem de se esconder atrás da dor, e não tentarem transcender o vício na dor, da qual não querem abrir mão, então não deverão reclamar se sua vida for sempre um lugar sombrio de eterna dor.

Para tornar mais fácil a compreensão desta questão, vou falar da historia de Alda. Antes, quero ressaltar que sempre que escrevo sobre a historia de alguém, peço permissão para tal e mudo alguns aspectos, que não comprometem a verdade da citação, mas que preservam a identidade da pessoa.

De tudo o que vou relatar, uma mínima parte é proveniente do que Alda me contou, segundo suas percepções superficiais, sobre si mesma, sobre esse período de sua vida e sobre os “fatos”, mas a maior parte do relato trata-se de tudo o que fui captando em seu inconsciente a respeito das condições e questões ocultas, que são as verdades que o ego escondia de Alda.

Alda, mulher madura, viveu um longo relacionamento, por 25 anos, com um primeiro namorado, João, com o qual casou e viveu até sua separação, há uns 6 anos. Enquanto estava em processo de separação, conheceu uma pessoa, Ed, num centro espírita. Naquela altura Alda estava vivendo muitas situações de sofrimento geral, estava bem determinada a se separar, por escolha dela, mas tinha muito medo e insegurança, pois nunca havia vivido a liberdade verdadeira. Somente viveu certa liberdade, mas com João, que durante todos esses anos foi seu companheiro. Alda saiu da casa dos pais, onde morava e foi morar com o marido após o casamento. Ela sempre se achou fraca, vazia e impotente, mas não sabia que havia dentro dela uma grande força que sempre carregou. Ela viveu um alheamento – como um isolamento da realidade - grave durante toda a sua vida, mas nunca se sentiu infeliz, teve uma vida boa com a família, assim como com João. Porém, depois que se casaram João mudou muito, ficou mais distante e isso fez com que Alda, intuitivamente, fosse buscar ajuda terapêutica, não porque achava que estava mal e nem exatamente pela mudança de João, mas porque sentia um vazio. Hoje ela sabe que o vazio, que sempre existiu dentro dela, só não era percebido, porque se “preencheu de João”, se envolveu profundamente com ele e isso lhe dava a falsa sensação de satisfação e de saciedade de vida, mas somente enquanto sua relação com João era boa e enquanto João tinha tanto interesse nela, que a envolvia energética e psiquicamente, “abduzindo-a” totalmente para si e isso dava à Alda, a sensação de “sou amada”. Suas buscas terapêuticas fizeram com que se desenvolvesse e evoluísse um pouco, enquanto João “parou no tempo” e involuiu. Estas diferenças fizeram com que Alda percebesse claramente a necessidade de se separar, mas tudo foi muito difícil.

Apesar de comunicar ao marido que queria se separar, não conseguia se sentir realmente capaz de se separar de João, isto ocorreu por conta de todos os seus sentimentos de inferioridade, impotência e incapacidade, que a acompanharam durante toda sua vida. Até mesmo como mulher, nunca se sentiu bela (sempre foi uma bela mulher), sempre teve uma autoestima baixa, e João fez questão de alimentar esse sentimento de inferioridade, na intenção de mantê-la junto de si. Tudo isto fez com que Alda precisasse de um bom tempo para se fortalecer um pouco e para ter realmente a coragem de dar curso à separação, além disso, João dificultou muito o fluir da separação, pois entrou em estado depressivo (ficou muito gosmento energeticamente) e criou uma grande resistência à separação, pois não queria se separar de Alda. Por conta das dificuldades internas de Alda, somadas às de João, eles ainda moraram juntos por uns 2 anos, sem a condição de marido e mulher, até a finalização do processo de separação. Foi tudo muito desgastante e houve muito sofrimento.

Foi aqui que Ed entrou na vida de Alda, no início do processo de separação. Ela havia iniciado suas buscas de autoconhecimento e espirituais e isso a havia conduzido ao centro espírita, onde conheceu Ed. Ali, quando ela o viu pela primeira vez, o achou “feio e inferior a ela” em vários aspectos – mesmo com sua baixa autoestima, sentia que era “mais” do que Ed -, e esse pensamento a deixou com culpa, numa época em que ainda acreditava que deveria se culpar por coisas assim... Então, tentou fazer o papel de pessoa humilde, caridosa e bondosa, como “boa” frequentadora de centro espírita, e se tornou amiga de Ed, como se fosse um favor feito a ele, para se redimir dos pensamentos negativos a seu respeito. Ed se apaixonou de imediato por Alda. Ela não sentia nada por ele, a não ser “pena” por estar apaixonado por ela, o que fazia com que ela tivesse até mesmo repulsa por ele. Seu aspecto físico, sua expressão como homem e como pessoa, enfim, tudo nele era meio repugnante para Alda, ela não entendia porque sentia essa aversão por ele.

Nesta fase de sua vida, Alda estava despertando para as suas percepções, não sabia que era sensitiva e não entendia nada sobre isso, mas logo começou a perceber nuances disso, ao estudar um pouco sobre espiritualidade e tudo foi muito rápido para ela neste sentido e logo começou a sentir mais a energia das pessoas que a envolviam e, por não saber como lidar com tudo o que sentia, teve Ed que se colocou como amigo, ajudando-a nesse sentido, pois ele já havia estudado mais sobre mediunidade (os dons) - na verdade, conforme eu capto na frequência de Ed, ele somente buscou os caminhos espirituais e o desenvolvimento de habilidades e dons, para ter poder, para desenvolver seu forte poder psíquico, mesmo que ele não soubesse disso. E, assim, ele ganhou um lugar mais próximo na vida de Alda e foi orientando-a, ajudando-a a lidar com sua sensitividade e tudo o mais. Porém, esta aproximação e toda a fragilidade e carência de Alda, foram abrindo espaço para Ed usar seu poder psíquico e ele passou a invadir a mente de Alda, manipulando-a psiquicamente para que se abrisse para ele, como homem, e não somente como amigo. Ele estava determinado a conquistar Alda e ela, mesmo percebendo isso, estava determinada a mantê-lo bem afastado como homem em sua vida. Alda sempre foi uma bela mulher, mesmo mais madura, e muito atraente e, ali no centro espírita era assediada por vários homens que faziam isso dentro de um protocolo de respeito hipócrita, e nenhum era explícito em suas demonstrações de interesse por Alda, mas todos os que se agradavam dela, a assediavam bastante, principalmente energeticamente. Ed odiava isso e sentia-se inseguro e com muito medo de perder a chance de conquistar Alda e perder para algum outro homem.

Assim, Ed intensificou suas investidas psíquicas em Alda e até mesmo ele, que se mostrava interessado em ajudá-la a se fortalecer, inconscientemente, inseria na mente dela sugestões de insegurança, fragilidades e carências, para que ela ficasse cada vez mais enfraquecida, o que faria com que ele se tornasse mais importante e necessário, além de confiável e protetor. Alda, que estava vivendo um momento muito delicado em sua vida, por conta da separação em andamento e dos medos da vida em geral, que a impediam de dar logo um fim ao casamento, estava muito confusa e, ao mesmo tempo, encantada com a liberdade que acenava para ela. Sentindo-se mais livre, pois entre ela e João já estava definido que, apesar de morarem juntos até a separação real, já se consideravam separados e nada deviam de responsabilidades de marido e mulher um ao outro. Tudo o que estava vivendo trazia para ela uma enxurrada de sentimentos intensos e essa mistura de sentimentos deixava Alda muito confusa e em conflitos, o que favoreceu ainda mais a investida mais impositiva e invasiva de Ed: ele captou a carência geral de Alda, mas captou e sentiu também a intensa carência sexual.

Ed tem características espirituais, escolhas de sua alma, que fazem com que seja muito ligado à sexualidade, mas no caso de Ed, estas condições estavam ainda em estado primitivo e de grave desequilíbrio. Ele tinha sérios comprometimentos com a sexualidade, poderia dizer que Ed tinha uma “sexualidade suja e pesada”, uma condição muito sombria no seu inconsciente, mas que ele tinha certa consciência. Justamente por conta deste lado “sujo”, Ed sentia-se culpado, o que o impulsionava a tentar se livrar da culpa, frequentando centros espíritas, na tentativa de se esconder por trás da máscara do bom moço. Ali no centro em que Alda e ele frequentavam, ele era caridoso, generoso, se mostrava interessado em ajudar os mais fracos, tudo pura encenação, que se intensificou desde que conheceu Alda, pois queria convencê-la de que era “puro e limpo” e belo. Ela também estava iludida, acreditando que em centros espíritas todos são puros e bem intencionados. E facilmente Ed a enganou, levando-a a confiar cada vez mais nele.

Depois de um tempo, Ed começou a mostrar mais seu interesse e desejo por Alda. Ela recuava em sua repulsa, mas ele havia conseguido invadir profundamente sua mente, e conseguiu captar frequências sobre a sexualidade oculta de Alda – de forma inconsciente - e foi ali que “montou seu cenário” e começou a inserir sugestões psíquicas a Alda, no sentido de fazer com que ela começasse a acreditar que estava desejando Ed. Para tentar explicar esta condição, num nível muitíssimo superficial, seria como dizer que ele a hipnotizava e a sugestionava. Então, sabendo que ela era sensitiva e que estava muito aguçada em sua sensibilidade, enviava para ela energias sexuais agradáveis – claro, não poderia assusta-la com suas energias densas e sujas  – e ela, em sua carência, começou a sentir e a gostar da energia que recebia. Longe de Ed, ela conseguia sentir desejo por ele, mas quando estavam próximos ela sentia “nojo” dele, era como se olhando para ele, ela conseguisse ver a sujeira oculta estampada na cara dele, justamente por ele ser feio, de acordo com o gosto de Alda. Porém, quando se afastava dele e estava em sua casa e em sua carência, eles se falavam por telefone e isso o ajudou a assedia-la mais profundamente e foi conduzindo-a, quase hipnoticamente, a ouvir sua voz e a sentir sua energia, envolvendo-a numa teia perigosa e sombria (na dinâmica oculta), mas em nenhum momento isto ficava claro, toda a encenação de Ed era para deixar Alda totalmente confiante e à vontade com ele, e jamais poderia emanar qualquer vibração de perigo, pois sabia que Alda já estava mais reagente às energias que percebia por sua sensitividade e isso poderia fazer com que ela fugisse dele.

E, assim, Ed conseguiu conquistar Alda, que ainda estava casada, mas se sentia no direito de viver essa experiência. Eles “namoraram” por dois anos, praticamente durante o processo “enrolado” de separação de Alda. Ela ficou tão influenciada e envolvida pelo poder psíquico de Ed, que mesmo sentindo e sabendo que ele “não era homem para ela”, ainda assim, não conseguia pensar em se separar dele e ficou meio dependente dele. Alda também tem seu lado oculto, assim como tem necessidades ocultas, o que fez com que Ed encontrasse pontos de apoio aos seus planos.

Ed, que morava com os pais, rapidamente alugou uma casa para poder receber Alda nos dias em que ela estava livre e nos finais de semana. Ele era o “melhor homem para ela” e fazia de tudo para agrada-la e ela o manipulava para isso, ela se aproveitou bastante das carências e necessidades de Ed, mas tudo isto de forma inconsciente para ambos, mas consciente em alguns aspectos para Ed. No fundo ele sabia que era perigoso e sujo. Ed “abduziu” Alda para si, tirando-a dela mesma. Alda ficou meio ausente em sua própria vida, mas presente quando estava com Ed.

Durante o relacionamento, Ed se sentia muito inseguro, pois Alda ainda estava morando com o até então marido, e ele achava que existia “algo” entre eles, o que foi motivo de algumas brigas. Nos momentos em que Ed estava com raiva dela por conta disso ou por causa do ciúme dos outros homens do centro espírita com quem ela conversava, brigava com ela, e para puni-la recolhia a energia com a qual envolvia, na intenção de fazer com que ela se sentisse vulnerável e desprotegida sem sua intensa energia e de fazer com que acreditasse que não poderia viver sem Ed. Porém, quando ele retirava sua energia, Alda se sentia livre e forte, era como se recuperasse sua energia, sua vida, sua lucidez e conseguisse perceber a insanidade de viver uma relação com um homem que ela, no fundo, desprezava e abominava, tudo ficava claro para ela e ela só sentia o impulso de romper com ele. Então nesses momentos de força, quando brigavam e se afastavam, ficava determinada a romper a relação. Porém, quando Ed sentia que suas chantagens veladas não estavam funcionando a contento e nem trazendo os resultados que desejava, e quando percebia que estava perdendo psíquica e energeticamente Alda, então a enlaçava novamente e invadia-a psiquicamente mais profundamente, inserindo a sugestão de que ela não conseguiria viver sem ele, e então a “puxava” de volta para seu domínio e voltavam a ficar juntos.

A relação tinha pontos bons para Alda e foi muito conveniente em alguns aspectos, por isso, ela acabou se deixando ficar. Com o tempo, com a sensitividade mais aguçada e com capacidades de percepção extrassensorial que estavam aflorando naturalmente em Alda, ela foi percebendo outros níveis de realidade. Certo dia, quando estava com Ed, teve um flash de uma imagem muito forte e clara de que ele havia sido um inquisidor na Idade Media. Ela chegou a ver algumas cenas rápidas e viu o braço dele com uma luva negra de couro, que ia até seu cotovelo. Aquilo a deixou muito mal e com muito medo. Num impulso instintivo, Alda sentiu que deveria tirar essa luva energética de Ed e, assim, fez um trabalho puramente intuitivo. Ao fazer este trabalho, sentiu-se muito mal, sentiu náuseas, sofrimento e muito medo. Atribuiu isto ao fato de lidar com uma energia tão densa como esta e “esqueceu” disso.

Alda foi ficando mais forte e mais perceptiva, o que a levou a estar mais atenta, apesar de ainda estar sob o domínio psíquico extremo de Ed. Tudo isto a levou, num certo dia, por pura intuição seguida de natural ação, a pegar o celular de Ed – coisa que não é comum em Alda, ela nunca invade a privacidade do parceiro –, dizendo a ele que queria ver as fotos que ele havia tirado dela. Para ela essa era a verdade desse impulso. Sem conseguir recusar, Ed deixou, e logo foi ao banheiro, sentindo “dor de barriga” (puro medo pelo que sabia que aconteceria a seguir). Alda então, naturalmente começou a ver as fotos, porém, logo após suas fotos, em um ponto no álbum, havia fotos de outra mulher, fotos bastante “estranhas”. Ao ver aquilo, foi como se uma luz entrasse na mente de Alda e a invadisse com discernimento suficiente para “saber tudo o que aquilo significava”, mesmo sem saber de nada. O problema ali não era pelas fotos mais “sujas” de outra mulher, impressionantemente ela não ficou chocada com isso e nem com ciúme. O que a impactou foi o fato de que, ao entrar em contato com essa energia sexual suja de Ed, algo despertou em Alda, despertou-a para a verdade de quem era Ed realmente. Um homem sujo e sombrio, que se vestia de caridoso e generoso, para esconder sua verdadeira identidade: de pedófilo (não na fisicalidade, pois ele vivia a pedofilia velada com o lado velado infantil da mulher carente e insegura) cheio de taras sombrias. Ela simplesmente “soube de toda a verdade”, sem pensar sobre isso.

Alda, que nunca havia gostado de verdade de Ed, não sofreu porque se sentiu traída e preterida, mas porque havia se deixado enganar por uma criatura sombria como Ed e por ter se envolvido com ele, ela sabia que era responsável por sua escolha, mesmo porque, desde o momento que o conheceu, sentiu repulsa... Isso era um sinal poderoso para ela e ela não ouviu os sinais. Ela tinha raiva e nojo de si mesma.

Hoje em dia, em nosso trabalho terapêutico, quando abordamos as questões com Ed, Alda já conseguiu entender e aceitar (que é fundamental) que ela continha em seu inconsciente uma subpersonalidade de vida passada que havia sido adotada por um casal, em que o pai adotivo era pedófilo e ela foi abusada por ele desde os 8 anos de idade, até a fase adulta, prisioneira de uma condição de impotência. Apesar de ser algo sujo e doloroso para a criança que viveu isso, essa era a única fonte de carinho que tinha em sua vida. Assim, mesmo com a energia suja do pedófilo que abusava dela, isso lhe dava a energia de desejo, que a criança confunde com amor, além de dar prazer, como recompensa por toda a dor que vivia, em suma, ela aprendeu a gostar da sexualidade suja. Seu pai verdadeiro havia morrido e sua mãe a culpava pela morte dele, inadequadamente. Não suportando ter a filha por perto, vendeu-a para esse casal. Assim, Alda carrega em si a historia de vida passada onde, num momento de fragilidade, dor e carência profunda, um pedófilo que a abusava, era a única pessoa que lhe dava afeto. Na experiência com Ed, essa subpersonalidade criança da vida passada foi ativada, favorecendo o assédio e a invasão psíquica de Ed. Assim, Alda “gostava” (inconscientemente) da sexualidade suja que vivia com Ed, não que ela percebesse a sujeira oculta e nem percebia o prazer nisso, mas quando capto as informações no seu inconsciente, essa é a verdade: ela gostava do que vivia com ele, pois ele era o único que a deixava “segura” e que a desejava tão intensamente, que emanava energias que supriam suas carências afetivas.

Ao término do relacionamento, Alda foi recuperando sua lucidez, foi retomando parcialmente seu poder e foi conseguindo perceber algumas coisas que não conseguia perceber quando estava envolvida por ele. Tudo isto a levou a sentir um nojo mais forte ainda por ele, mas o pior, é que ela começou a sentir um intenso nojo de si mesma, pois não se conformava em ter vivido essa relação com esse homem, por quem ela sentiu repulsa desde o início, não se conformava por não ter ouvido sua intuição e, pior ainda, não se conformava por ter gostado das relações sexuais com ele. Ficou abismada em constatar que tinha se sentido confortável com uma sexualidade tão suja e nojenta. Não que fizessem coisas sujas e nojentas nas relações sexuais – mesmo porque, o que é sujo ou limpo em se tratando de sexualidade? -, muito ao contrário, toda a atividade sexual entre ambos era dentro do que se diz “básico e normal”, mas Alda já estava começando a perceber as coisas num plano mais sutil. Além disso, conseguiu constatar e aceitar que durante as relações com Ed, em alguns momentos, tinha fantasias sexuais de que ele era um pedófilo e, muitas vezes, somente fantasiando assim é que sentia prazer com ele. Por isso, ao constatar a sujeira que havia dentro de Ed, sofreu muito mais por perceber que foi conivente com esta experiência sexual suja que ocorreu no nível das fantasias. Mas hoje, conforme lhe mostro, sabe que essas experiências ocorreram em uma realidade paralela, enquanto eles estavam transando na fisicalidade, projetavam-se para um lugar de “sujeira sexual”, ambos dando vazão ao seu lado sombrio, ele como pedófilo nojento e manipulador, ela como criança ingênua e carente, gostando de ser abusada.

Hoje, após tantos anos, Alda ainda não se perdoa por ter vivido isso com Ed. Mesmo tendo tanta consciência do que existe em seu inconsciente, que favoreceram essa conexão com Ed, ela ainda não se perdoa.

Após o término do relacionamento, Ed “grudou” psíquica e energeticamente em Alda, como um obsessor, envolvendo-a com tentáculos. Já muito mais sensível Alda o sentia o tempo todo a assediando e isso a enfurecia e a deixava desesperada, pois não conseguia se livrar dele nunca. Por não lidar adequadamente com a questão, por ficar prisioneira do inconformismo, ela se abria para ele invadir. Nunca mais se encontraram e nem se falaram. Porém, uma única vez em que Alda estava disposta a acabar com o nojo e o ódio que sentia dele, pois sentia que isso a mantinha ligada a ele, ela vibrou essa intenção e, por forças do Universo, Ed ligou para ela – já havia se passado um ano do rompimento -, dizendo que precisava vê-la, para se desculpar, pois não conseguia se perdoar. Alda disse que não suportaria olhar para a cara dele e que a única coisa que sentia por ele era nojo, muito nojo e aversão. Pediu que desaparecesse que a deixasse em paz e parasse de assedia-la, dizendo que ele bem sabia que ela sentia “as coisas” e que já não suportava mais ter que sentir a energia nojenta dele o tempo todo a assediando. Depois disso, Ed recolheu um pouco sua energia, mas logo voltou a obsedia-la. Ele era um obsessor incansável e imbatível. Alda teve que aprender a lidar com seu assedio 24h por dia, por todos esses anos.

Agora vou deixar um pouco de lado esta questão entre Alda e Ed e vou abordar rapidamente outra questão importante na vida de Alda. A terapia de Alda não gira em torno da historia com Ed, mas esta é uma questão que nunca morre e, ao contrário, sempre se mostra viva e ativa, deixando claro que precisa ser trabalhada.

Em uma regressão que fizemos, captei que Alda havia sido uma moça – vou chamar de Ana -, uma curandeira, em uma época de inquisição, que viajava pelos vilarejos e aldeias, a cavalo, em busca de enfermos para ajudar em sua cura. Ela fazia curas “milagrosas” e vivia plenamente para essa função, ela sentia que sua vida somente fazia sentido quando cumpria sua missão como curadora. Ela era muito feliz e nada temia, apesar da época sombria da Inquisição, que era perigosa para uma curandeira, que nada mais era do que uma bruxa aos olhos da inquisição.

Um dia Ana foi capturada pela inquisição e levada para um lugar nos arredores de onde ela vivia, lugar este que havia sido estabelecido por inquisidores, como uma base de controle e comando, na caça às bruxas. Ali naquele lugar, ela foi interrogada e colocada na roda de tortura, exposta ao tempo. Um determinado inquisidor se interessou muito por ela, por tudo o que soube que ela fazia, mas mais do que isso, foi pela poderosa energia que ela vibrava (além de sua beleza) e ele tinha um faro apurado para detectar energias de poder. E foi isso que, num primeiro momento, o fez interessar-se mais por ela. Ele começou a testar seus limites, ele a torturou demais. Como era o “chefe” daquela equipe de inquisição, ele determinou que ela seria “sua” e ficaria sob seus cuidados. Passou então a tirá-la da roda de tortura e levá-la para dentro de um galpão, dizendo que ia usar outros métodos de tortura para arrancar dela mais confissões e informações. Porém, sua real intenção era a de abusar dela sexualmente, estuprando-a inúmeras vezes, além de espancá-la cruelmente durante e após o estupro. Durante, pelo prazer de machucá-la enquanto tinha orgasmo, depois, por sentir ódio dela por provocar tanto desejo nele. Ele ficou tão obcecado por ela, de todas as formas, que conseguiu criar um lugar onde somente ele ficava com ela, deixando a equipe num lugar mais afastado. Sua tortura não se atinha somente ao corpo físico, sua performance mais perversa de torturador era a de tortura-la psiquicamente, ele invadia a mente dela de forma a deixá-la em pânico mais do que quando ela sabia que ele iria estupra-la. Ele quis ter privacidade para que sua equipe não soubesse de seu interesse por ela. Ele a tirava da roda, a torturava e estuprava, depois a colocava novamente na roda de tortura, cada vez com mais ódio, desejo e obsessão por ela, até que chegou num ponto em que ficou muito perturbado e evitou, por uns dias, se aproximar dela, deixando-a exposta ao tempo, sem água e sem comida. Como ela estava muito fraca, desnutrida, muito ferida e com feridas purulentas, e praticamente destruída, quando voltou para mais um jogo de tortura encontrou-a morta. Foi realmente uma historia brutal.

Durante todo o período desde que foi capturada até o dia em que morreu, Ana perdeu toda a fé. Ela acreditava que por fazer o bem, estaria protegida por Deus e por seus Anjos. Mas tudo o que ganhou foi abandono e destruição com extremo sofrimento. Em dias de delírio, pois estava doente e febril, por tantos cortes em seu corpo sem os devidos cuidados, que geraram infecções graves, ela gritava, como louca, contra Deus e prometia que se vingaria Dele. Ela dizia a Deus que o odiava, com todas as forças de seu ser. Pude “ouvir” claramente seus gritos.

E assim, a vítima morreu... 

continua...

Parte II - https://www.somostodosum.com.br/clube/artigos.asp?id=45426



Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 8



Compartilhe Facebook   E-mail   Whatsapp
foto-autor
Conteúdo desenvolvido por: Teresa Cristina Pascotto   
Atuo a partir de meus dons naturais, sou sensitiva, possuo uma capacidade de percepção extrassensorial transcendente. Desenvolvi a Terapia Transcendente, que objetiva conduzir à Cura Real. Atuo em níveis profundos do inconsciente e nas realidades paralelas em inúmeras dimensôes. Acesso as multidimensionalidades Estelares. Trago Verdades Sagradas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.