Odiadores, odiarão

Autor Andrea Pavlo - [email protected]
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Gosto da energia da raiva. Ela é poderosa. Ela nos leva a fazermos coisas que nem imaginávamos que fôssemos capazes. Já vi gente ficar rica só de raiva de um padrão que o tratava mal. Já vi gente emagrecer 70 quilos só de raiva da vendedora da loja que disse que não tinha nada no tamanho dela. Ou seja, até aquelas críticas mais ferrenhas são boas para o nosso desenvolvimento.

E gosto de receber críticas. Principalmente ao meu trabalho. Recebo muito, milhões de elogios e agradeço um por um. Mas sei que uma crítica bem feita, bem colocada, de maneira clara e contestando o que não se concorda, pode mudar a gente. Eu fiz terapia por anos e sempre prestei muita atenção ao que meu terapeuta me dizia. Quando alguém aponta alguma coisa, a primeira coisa que eu faço é parar para pensar. Será que existe uma razão ali? Será que realmente aquilo poderia ser real ou verdadeiro e eu que não estou enxergando?

Mas o que andamos vendo nos últimos tempos não é isso. Não são críticas reais, com argumentos verdadeiros. Não são pessoas que querem ajudar com a sua opinião. Não é mais a raiva sendo usada de uma maneira bacana, em prol de uma mudança positiva na sua vida. Estou vendo o ódio. As pessoas guardam as raivas. A raiva de não ser o que se queria ser. A raiva de não estar onde se queria estar. Guardam dentro de si mesmos, sonhos e mais sonhos que acham, acreditam e impõem a si mesmo que jamais serão realizados. “Eu nunca vou ser aquele cara”, “Eu nunca vou ter aquele corpo” ou qualquer coisa assim, bem fora de si. Isso gera a tal inveja, aquela que destrói. A inveja, assim como a raiva, quando bem utilizada, também pode operar milagres.

E aí as redes sociais são um bálsamo. Um alívio para corações cansados e cheios de porcarias que não sabem onde colocar. Uma maneira de odiar, atrás de um computador, protegido por uma tela de led. Na crítica entra de tudo: ofensas pessoais, machismo, preconceitos, palavras de baixo calão. Cada “possível defeito” do outro é apontado, execrado. A partir daí só vale a sua “verdade”. Tudo o que o mundo pesquisou ou sabe é inútil. A mulher é vista assim e pronto. Os sentimentos dos outros não valem mais nada. “Será que a pessoa ficará chateada e não vai dormir de noite? Ah, que se dane”.

Isso gera uma energética pesadíssima. Aquele que recebe a crítica precisa ter uma casa de tijolos bem maciço, como aquela dos três porquinhos. Os chamados “haters” não tem limites e nem empatia. Não é mais uma opinião contra a outra, mas é uma vida contra a outra. Nessa seara entra tudo: política, sentimentos, gostos pessoais, sexualidade. Tudo que é o que eu não acredito, o que eu não concordo, é porcaria, é lixo e merece ser execrado em praça pública. E junto com isso vem as maria-vai-com-as-outras, os atos de vandalismo, as invasões de contas particulares. Ódio e mais ódio. Raiva e mais raiva. E tudo aqui não passa, somente, daquilo que o agente critico está sentindo dentro dele.

Vou dar uma dica, apesar de ninguém ter me pedido: cuide mais de você mesmo. Avalie seus sentimentos. Perceba se aquilo que você ataca não é exatamente aquilo que você mais precisa. Mais compaixão por si mesmo. Mas amor a si mesmo. Defender sim, o seu ponto de vista, sempre, mas sem misturar as estações. O nosso racional é muito capaz, a nossa inteligência é maravilhosa, ela pode sim dar conta disso sem misturar as coisas. Menos é mais. Sempre.

Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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