As sete lágrimas de um preto velho

As sete lágrimas de um preto velho
Autor Maísa Intelisano - [email protected]
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Sentado num cantinho do terreiro, pitando seu cachimbo, um triste preto velho chorava. De seus olhos molhados, lágrimas estranhas desciam-lhe pelas faces e, não sei bem por que, eu as contei… Foram sete.

Na incontida vontade de entender o que se passava, aproximei-me dele e o interroguei.

– Fala, meu preto velho, diz ao teu filho por que externas uma dor assim tão sentida?

E ele, suavemente, respondeu:

– Tá vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas são pra cada um desses filhos... 

– A primeira é pelos indiferentes que vêm aqui em busca de distração, para depois saírem dando risada daquilo que suas mentes fechadas não conseguem entender…

– A segunda, dei aos eternos duvidosos, que acreditam desacreditando, na expectativa de um milagre que seus próprios merecimentos não autorizam...

– A terceira, distribuí entre os maus, aqueles que procuram a Umbanda apenas em busca de vingança, desejando sempre prejudicar um semelhante.

– A quarta é pelos frios e calculistas, que sabem da existência de uma força espiritual e procuram se beneficiar dela de qualquer forma, sem conhecer a palavra gratidão...

– A quinta, chega suave, acompanhando um sorriso, mas, se reparar bem, em seu reflexo verá aqueles que dizem: "Creio na UMBANDA, nos seus caboclos e no seu Zambi, mas só se resolverem o meu caso, ou se me curarem disso ou daquilo"...

– A sexta, eu dei aos fúteis e inconstantes, que vão de terreiro em terreiro, sem acreditar em nada, buscando aconchegos e conchavos, com o olhar que revela um interesse diferente...

– A sétima, filho, percebeu como foi grande e pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Fiz doação dessa aos médiuns vaidosos, que só aparecem no terreiro em dia de festa e faltam aos trabalhos e doutrinas, esquecendo que existem tantos irmãos precisando de socorro e esclarecimento...

Assim, filho meu, foi para esses todos que deixei cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO-VELHO.

Autor desconhecido

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Texto revisado

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Conteúdo desenvolvido por: Maísa Intelisano   
Psicoterapeuta com formação em Abordagem Transpessoal, Constelações Familiares, Terapia Regressiva, Florais de Bach e Reiki II, é também tradutora e revisora; palestrante e instrutora em cursos sobre espiritualidade e mediunidade; e fundadora e presidente do Instituto ARCA de Mediunidade e Espiritualidade.
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