Hippies, Nova Era e as farsas do ego

Hippies, Nova Era e as farsas do ego
Autor Leandro José Severgnini - [email protected]
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Na década de 60 um movimento surgiu nos Estados Unidos, visando a libertação de um grupo de pessoas de um sistema opressor e ditador de regras; este movimento chamava-se contracultura e visava uma parcial libertação da dependência que o sistema capitalista criou em torno de uma grande massa de indivíduos. As pessoas queriam liberdade de pensamento, liberdade religiosa e uma libertação desse sistema consumista que foi se enraizando na mente dos indivíduos como um estilo de vida padronizado.

De certo modo, o objetivo principal desse movimento era muito benéfico, pois dentre os diversos sistemas políticos existentes, podemos dizer que nenhum deles visa a formação de um indivíduo integral, material e espiritual, capaz de pensar, capaz de aprender mais sobre a sua essência espiritual e, principalmente, despertar o seu senso humanitário que encontra-se adormecido na maioria. Não. Infelizmente a manipulação já começa na infância, onde o indivíduo é criado e educado seguindo diretrizes rígidas, para que mais tarde este mesmo indivíduo esteja apto a servir este mesmo sistema. É uma espécie de robotização em série.

O problema é que a grande maioria desses indivíduos que se rebelaram contra o sistema, fizeram-no sem saber para onde ir após a dita libertação. “Ok, estamos livres. E agora, o que fazer”? Aquilo que tinha tudo para ser um grande movimento de expressão das artes e do desenvolvimento da inteligência criativo-racional, acabou sendo ofuscado pelo desinteresse de levar uma vida fisica, espiritual e moralmente sadia. “Ok, estamos livres. E agora, o que fazer? Para onde ir? A quem seguir”? Alguns de seus ídolos morreram de overdose nos palcos. “Para onde ir? A quem seguir”?

Por outro lado diversas linhas espiritualistas e esotéricas propõe que nós estamos adentrando em uma Nova Era. Porém, esta Nova Era não tem nada a ver como esses movimentos rebeldes – apesar de muitos confundirem. A Nova Era anunciada pelas tradições esotéricas é um movimento de reconstrução moral e espiritual do indivíduo, onde o esforço pelo autoconhecimento e autotransformação do indivíduo, visa colocá-lo em posição de participe da evolução cósmica, diluindo o seu ego para a expansão de uma consciência cósmica criativa e evolutiva. E este indivíduo terá um papel fundamental junto daqueles que caminham ao seu lado.

De tudo o que foi exposto, surgem três tipos de interpretações: 1) um grupo de indivíduos quer imitar os rebeldes da década de 60, usam e abusam de entorpecentes com o propósito inconsciente de anestesiar seus conflitos internos. Falam mal de todo o sistema e todas as religiões, mas nada fazem para acrescentar algo à humanidade além de divulgar seus pontos de vista rebeldes para induzir outros indivíduos ao seu mesmo estilo de vida; 2) outro grupo de indivíduos é o dos conservadores extremistas, que por conta dos equívocos do primeiro grupo, julga que tudo o que esteja relacionado ao amor à natureza, a espiritualidade, yoga, meditação e autoconhecimento sejam modismos relacionados com os hippies pseudorevolucionários e as farsas do seu ego; 3) já o terceiro grupo é composto por indivíduos que querem sim se libertar, mas não se libertar dos outros, porém se libertar das tendências viciosas e irrefletidas do seu ego. Estes estão realmente compromissados com a Nova Era.

Este é o menor dos grupos, mas é nele que deposito a minha fé, pois é um grupo formado de indivíduos que buscam a todo o custo evoluir pela pureza, pelo caráter e pela moral transcendental exposta pelos grandes Mestres espirituais. Um dia irão compor a grande maioria da humanidade e tudo será diferente. Afinal, o paraíso na Terra só poderá existir quando houver um paraíso dentro do coração de cada um.


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Conteúdo desenvolvido por: Leandro José Severgnini   
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito".
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