Quando os caminhos não se cruzam!

Quando os caminhos não se cruzam!
Autor Flávio Bastos - [email protected]
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Tenho recebido mensagens que revelam sentimentos de culpa, perda e abandono, resultantes de experiências frustradas no âmbito do amor. Algumas paixões arrebatadoras, outras, relações temporárias que acabam quando as diferenças se acentuam ou as máscaras caem.

O jogo do amor é um desafio de regras incertas, que dependem do caráter dos envolvidos e dos acontecimentos que vão estabelecendo limites ou avanços nas relações. Limites que dizem respeito ao conjunto de crenças e valores que trazemos internalizado desde muito tempo, e que fazem parte da imprescindível regra da "cedência", ou seja, permitir ao outro aquilo que ambos concordam no quesito liberdade individual. Avanços são progressos na qualidade do relacionamento, baseados no diálogo e na aceitação.

Algumas mensagens são de "socorro", no sentido de ajudar a pessoa a resolver o seu problema relacional, que, acima de tudo, é pessoal, único e intransferível. São situações nas quais os indivíduos se encontram envolvidos num relacionamento onde o passional é o pano de fundo da angústia, da dor e da obsessão, que tornam um ou os dois, prisioneiros de um ciclo vicioso de intensa energia psíquica e emocional.

Em nível mundial, o histórico das relações amorosas está repleto de casos onde o desespero deixou a sua marca e o evitável foi ignorado pela falta de amor próprio, pela característica obsessiva ou pelo autodesconhecimento.
Embora venhamos a reboque, na carona de uma progenitora e dependente de seus cuidados ou de alguém que a substitua nesta difícil tarefa de cuidar, educar e amar, a estrada da vida é individual e intransferível no sentido de seu significado e objetivo, que é o de aprender e autoconhecer-se. No contexto vital, a família é formada de coadjuvantes, cabendo a cada um de nós o papel principal neste "filme" real. E assim é o trilhar nos muitos caminhos da existência do espírito imortal, pelos quais caminhamos solitariamente em busca do amor como base para aprendizados e conhecimentos.
Quando os caminhos individuais se cruzam, surge a oportunidade de compartilhar saberes, intimidades, afeto e esperanças. No entanto, dois caminhos cruzados não é garantia de uma relação estável, feliz e duradoura, porque naquele ponto de intersecção encontram-se dois espíritos com históricos completamente distintos, onde o psíquico, o emocional e o comportamental irão interferir, cedo ou tarde, no relacionamento, que poderá afetá-lo inapelavelmente ou gerar sentimentos de felicidade e realização.

Uma pessoa do sexo masculino me escreve relatando o seu drama. É o que veremos a seguir, onde usaremos um pseudônimo no lugar do nome real do mensageiro.

"Meu nome é Carlos e devido a uma fase na minha vida procuro algumas respostas científicas ou não, para tal momento. Procurando no Google sobre sintomas de definhamento, eu achei o seu blog e seu artigo "Paixão não correspondida". Após ler o texto eu resolvi enviar este e-mail. Tenho 27 anos e namorei por quase seis anos, sendo que há três meses, após o meu retorno ao Brasil, depois de sete meses no exterior, o meu namoro foi rompido. No entanto, a decisão não foi minha.
Nestes três meses, venho pesquisando incessantemente os padrões que temos após este tipo de rompimento. E, realmente, passei por alguns deles e estou me curando dia após dia. Além disto, pude perceber como a nossa imaginação é fértil e se não cuidarmos de identificar isto, a dor nos envolve de forma inapelável.
Este e-mail é uma forma singela de pedir uma ajuda. Hoje, pela quantidade de livros, artigos e blogs lidos, tenho uma base se solidificando para criar pensamentos positivos e sair, vamos dizer assim, desta situação. Pensando clara e friamente, já acabou, houve rompimento e não tem volta. Mas por que ficamos remoendo? Sentimento de culpa pelo término? Se não estamos juntos era para não estarmos, não seria a melhor opção a ser pensada?"

Comentário
Em geral, os rompimentos amorosos geram ressentimentos e sentimentos negativos, ou seja, feridas emocionais a serem curadas com o passar do tempo. Neste sentido, a culpa é o sentimento mais expressivo de uma experiência frustrada no âmbito do amor. O abandono (rejeição) segue os passos da culpa na direção do cultivo da dor, até que o tempo se encarregue de apagar seus principais "vestígios".

No caso abordado, Carlos processa a sua experiência relacional de forma satisfatória, embora ainda permaneçam algumas dúvidas que ele procura dirimir através de consultas na internet. São "respingos" de um relacionamento duradouro, que revela o grau mínimo ao qual Carlos encontra-se emocionalmente envolvido, embora ele tenha uma percepção real de seu final quando afirma convictamente: "Acabou, houve o rompimento e não tem volta". No entanto, ele questiona: "Mas por que ficamos remoendo?"

A minha resposta foi objetiva e procurou abordar a "essência" daquilo que tanto Carlos quanto a sua ex-namorada não encontraram um no outro: o companheirismo, a parceria e a cumplicidade como combustível que alimenta uma relação de compromisso. É o que veremos para finalizar.

"A vida é um caminho pelo qual temos que trilhar. É uma situação única, pessoal e intransferível. Se, por acaso, alguém cruzar o nosso destino, esse alguém terá que ser companheiro ou companheira para que possamos andar juntos. Caso contrário, a vida segue o seu rumo porque o caminho não é o mesmo para os dois".

Texto Revisado


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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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