Expansão da consciência e autodiagnósticos

Expansão da consciência e autodiagnósticos
Autor Camilo de Lelis Mendonça Mota - [email protected]
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Um tema recorrente entre os alunos que participam dos cursos de Reiki que venho ministrando nos últimos dez anos é a relação entre a harmonização dos chakras (centros de energia do corpo humano) e a expansão da consciência. Mesmo antes de tomarem conhecimento da técnica desenvolvida por Mikao Usui (1865-1926), alguns já trazem uma bagagem cultural que associa a ocorrência de “sintomas” em determinadas áreas do corpo a alguma disfunção energética, iniciando assim uma busca para identificar sintomas, uma necessidade de se autodiagnosticar. É justamente neste ponto que gostaria de desenvolver o tema neste breve artigo, a fim de esclarecer a diferença entre expansão de consciência e busca de diagnóstico.



O Reiki é uma técnica de harmonização que compreende um conjunto de práticas que incluem, entre outras, a meditação e a imposição de mãos (tanto em si mesmo como também em outros seres). Com isso, o praticante amplia a compreensão de sua própria realidade, além de promover qualidade de vida a partir do desenvolvimento de um estado de saúde mais dinâmico, com melhorias nos sistemas imunológico, límbico, nervoso, etc. O processo é gradual e, à medida que mais se pratica Reiki, melhor se torna a própria percepção e o estado de bem estar vivenciado. Nesse sentido, promove-se um equilíbrio entre as necessidades fisiológicas e os potenciais de transcendência que poderíamos chamar de espiritualidade.



Durante esse desenvolvimento gradual, tomamos como referência princípios originais que encontram raízes em outras escolas de conhecimento do Oriente. É o caso dos chakras, que são os centros de energia distribuídos ao longo do corpo e que funcionam como centrais de distribuição da Energia Vital (Prana). São 7 os principais chakras que, por sua vez, têm relação direta com todo o sistema endócrino do corpo humano. Manter essas regiões em harmonia favorece a saúde e a longevidade, sendo que o Reiki trabalha como um sistema que proporciona esse equilíbrio, assim como o Yoga e outras práticas que utilizam a Energia Vital.
 
De acordo com Hermógenes (2016, p. 72), é a partir do desenvolvimento desses centros energéticos que a pessoa encontra disposição para viver, entusiasmo, capacidade de trabalho, força física, nervosa, psíquica e espiritual:



“Chama-se trabalhar os chakras desenvolvê-los a ponto de cumprirem as funções espirituais, parapsicológicas e fisiológicas a seu cargo. À medida que o praticante vai conseguindo despertar seus chakras, poderes paranormais podem também começar a se manifestar, causando-lhe surpresa, autoconfiança e natural satisfação”.



A prática do Reiki, portanto, pretende levar o indivíduo a encontrar esse equilíbrio e perceber o que é preciso fazer para manter-se em estado de paz e harmonia, mesmo quando, aparentemente, o corpo parece estar em guerra contra alguma enfermidade. É propósito da técnica de imposição de mãos levar a pessoa ao estado de “Anshin ritsumei”, um conceito zen budista que Usui propunha a seus alunos e que corresponde à aceitação do próprio destino (PETTER, 2013). Esse estado de iluminação é o que, em Reiki, chamamos de expansão de consciência, ou, ainda, como diz Hiroshi Doi (2014, p. 34), é o estado em que se alcança o “propósito da vida”.



É natural para todo praticante de Reiki a percepção de que há uma mudança gradual em sua consciência. Não só as mãos esquentam durante a prática, mas também a intuição fica mais afinada com o passar do tempo. No entanto, é sempre importante não sucumbir às ilusões criadas pela mente.



Uma das ilusões é: tudo o que penso é sinal de que há relação com essa consciência ampliada. Não é propósito do Reiki preparar diagnósticos. Isto é um atributo dos médicos, quando se pretende o reconhecimento de alguma patologia. Quando se tem o foco sobre si mesmo, achar que está com alguma desarmonia ou que tal chakra está indicando isto ou aquilo, é sinal de que algo não está bem com nosso próprio estado mental, pois nossa paz está abalada por causa de alguma apreensão, insegurança ou medo. Ou mesmo pode acontecer de estar havendo uma sobrevalorização narcísica, o que é justamente o contrário daquilo a que o Reiki se propõe.



Quando focamos nossas observações sobre nós mesmos em busca de um diagnóstico, corremos o risco de nos perdermos em busca de um rótulo com o qual possamos nos identificar. E o que é pior: podemos nos identificar com o processo de adoecimento e não com a totalidade do nosso ser que nos conduz no sentido da Vida.



Se a pessoa sente, por exemplo, certa opressão no peito (correspondente ao chakra cardíaco), é importante avaliar a si mesma para compreender se há alguma tristeza que a incomoda, se o desânimo está mais forte do que a própria vitalidade, se está havendo algum descompasso entre os anseios de sua alma e as programações de sua mente. Não há a necessidade de observar o sintoma prolongadamente, ou mesmo patologicamente, mas buscar a causa, e esta só pode ser encontrada através do desenvolvimento da Paz Interior, pois no silêncio é que se encontra a resposta e a força necessária para repor em equilíbrio o campo energético.



Expandir a consciência é sair dos limites da matéria e compreender que o corpo é mutável, está em constante transformação e que isso não significa que precisamos ficar o tempo todo preocupados se estamos em harmonia ou não. O foco é manter-se em estado presente, viver o aqui e agora, de maneira a estarmos em paz com o universo, procurando sentir e seguir o ritmo da natureza para nos sentirmos bem. Podemos entender isso como a aceitação do próprio destino.



Em caso de sintomas persistentes e que provocam desconfortos acentuados (uma dor ou uma febre constante, por exemplo), é mais que recomendável procurar assistência médica, um terapeuta holístico, psicólogo ou outro profissional da saúde ao invés de buscar uma explicação mágica. E, ao mesmo tempo, intensificar a prática do Reiki através de autoaplicações e de meditação.



Concluímos que a expansão de consciência através do Reiki é a capacidade que todos temos de alcançar um estado de paz que permite localizar-se no tempo presente com o conforto e a segurança de que somos seres moldados pela Luz. Tal sensação de pertencimento ao Universo amplia nossa compreensão de unidade, contribuindo para o desenvolvimento de maior confiança nos propósitos da Vida. Tal consciência permite não o diagnóstico, mas a contemplação do próprio estado vivencial: se algo nos incomoda, devemos estar cientes da decisão a tomar e escolher o melhor caminho. Pode ser uma mudança de comportamento, uma adaptação, um reconhecimento de fraqueza pessoal, uma atitude proativa, uma reação mais intempestiva... cada coisa em seu devido tempo e de acordo com o que a natureza pede.



REFERÊNCIAS


DOI, Hiroshi. A modern Reiki method for healing. Southfield (EUA), The International Center for Reiki Training, 2014.


HERMÓGENES. Autoperfeição com Hatha Yoga: um clássico sobre saúde e qualidade de vida. 57ª ed. Rio de Janeiro, Best Seller, 2016.


PETTER, Frank Arjava. Isto é Reiki: das origens tradicionais japonesas ao uso prático: cura para o corpo, a mente e o espírito. Tradução: Flávio Quintiliano. São Paulo, Pensamento, 2013.



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Conteúdo desenvolvido por: Camilo de Lelis Mendonça Mota   
Terapeuta Holístico, CRT 42617, Psicanalista, Mestre de Reiki, Karuna Reiki, Terapeuta Floral. Atendimento terapêutico em Araruama-RJ, São Pedro da Aldeia-RJ e Saquarema-RJ com hora marcada Tel. (22) 99770-7322. Visite também o site www.camilomota.com.br
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