Ah, as aparências!

Ah, as aparências!
Autor Flávio Bastos - [email protected]
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"Seria aquilo que você pensa ser uma máscara o seu verdadeiro rosto? Ou seria o seu verdadeiro rosto, na verdade, uma máscara?" (Kobo Abe)

No âmbito das aparências, tudo é relativo, pois a verdade relacionada ao fato, ou momento, é encoberta por uma invisível máscara que impede que transpareça o que se encontra escondido. Geralmente, o culto às aparências vem na esteira do excessivo apego aos valores da cultura materialista, que tem na vaidade, orgulho e ostentação, a sua referência máxima.

Por estar encoberto, o culto às aparências é uma ilusão, um vício ou dependência de origem obsessiva, pois caracteriza-se pelo ser o que não é na essência. A pessoa mostra-se com várias máscaras que sufocam o seu verdadeiro eu. Como decorrência dessa sufocação existencial, vive na ilusão de ser aquilo que na verdade não é, mas aparenta ser.
Jesus Cristo, que vivia entre os pobres, enfermos, injustiçados e foras-da-lei, e também foi procurado pelos ricos em suas pregações, tornou-se um exemplo de transparência, que revela um paradoxo criado pela visão distorcida do homem civilizado em relação a si mesmo, à medida que tal paradoxo representa a divisão da sociedade pela discriminação social e racial. Além, é claro, do culto às aparências e aos rótulos. Mas será que as máscaras estimulam pessoas a serem o que não são? Ou apenas liberam impulsos que, no contato social, preferíamos manter escondidos?

As respostas de tais questionamentos nos acompanham ao longo dos milênios de experiência civilizatória, pelos quais reencarnamos em diferentes "cascas", embora o "conteúdo", a essência fosse a mesma. E nesse peregrinar, inúmeras vezes escolhemos usar máscaras para liberar impulsos, que no contato social poderíamos manter escondidas.

No entanto, novos tempos surgem no horizonte da humanidade, como um alvorecer que avança com a sua luminosidade sobre a escuridão, dando visibilidade ao que antes estava escondido pelas trevas. É a fase de transição, na qual conceitos e pré-conceitos passam a ser questionados, o desconhecido a ser conhecido, o encoberto a ser descoberto e o enígma a ser decifrado.

É tempo de deixarmos aflorar a essência, de vibrar em alta ressonância na energia da gratidão, da compaixão, da generosidade, da benevolência e do compartilhamento mútuo das ideias, elevando o pensamento para coisas nobres.

É tempo de prestar atenção na intuição e nas inspirações, pois seu espírito não está mais querendo fazer o que não faz mais sentido e não preenche o seu propósito de vida. Ele está forçando-o a entrar com força total no seu centro de sinergia, aquele que sintoniza com as forças que vem do universo.

Sintonia é o caminho, sintonia consigo mesmo, essa é a verdadeira espiritualidade que os mentores desejam de nós, pois estando completos e conectados, estamos em plena sintonia com o Todo.

Nesse sentido, as regressões a vidas passadas, realizadas por intermédio de mentores espirituais nas quais o terapeuta é apenas o facilitador, demonstram que o objetivo de tais experiências é alertar as pessoas que uma mudança interior é plenamente possível, bastando querer e perseverar, que gradativamente as máscaras são substituídas pelo verdadeiro eu: a essência.

Portanto, condição ou status social não são referência, assim com aparentar generosidade, altruísmo, não significa passaporte para o paraíso. O que conta mesmo é a forma como assumimos o que somos, na relação com o outrem e com o universo no qual estamos inseridos.

O culto às aparências foi muito difundido e utilizado pela realeza e castas dominantes ao longo do processo evolutivo da humanidade. Atualmente, perde a sua força, à medida que a energia que estimula à transparência do existir, assume o seu lugar na fase de transição energética a qual vivenciamos.

As aparências enganam e podem enganar a vida toda ou dezenas, centenas, talvez milhares de vidas reencarnadas de uma mesma essência. Porém, é chegado o momento da conciliação do ego com a sua realidade interior, e o processo agora é outro, pois exige o cultivo do eu superior através da transparência de atitudes que dignificam o espírito, trazendo harmonia na relação do eu com o mundo ao seu redor.

Chegamos numa época preconizada por William Shakespeare, quando registrou: "Possam as aparências serem menos essências. O mundo ainda se ilude com ornamentos".

Contudo, não devemos abrir mão da aparência saudável, ou seja, para que a essência possa se expressar satisfatoriamente é necessário um corpo saudável e bem cuidado. É preciso cuidar da aparência, mas não fazer disso uma obsessão. A boa aparência é fundamental para a autoestima. Cuidando de sua aparência, você está fazendo bem a si mesmo e àqueles que o cercam. O desprezo pela aparência não é prova de superação das coisas materiais.

Os valores espirituais e morais são infinitamente mais importantes que a beleza física, mas é necessário cuidar de sua aparência e de sua saúde para viver mais e melhor, para aproveitar ao máximo a sua experiência terrena, para ser grato pela oportunidade que teve de receber um corpo, pois o corpo físico é uma dádiva da vida, é um instrumento de interação com o mundo material que precisa funcionar em harmonia com a essência, em busca da felicidade possível.

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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