O mundo virtual e as apatias!

O mundo virtual e as apatias!
Autor Paulo Salvio Antolini - [email protected]
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Fomos às compras e, como sempre, conversando. Minha companheira estava me contando sobre o número elevado de jovens que aparecem atualmente para consulta espiritual no local onde auxilia nos atendimentos. Nesse momento, uma de suas funções é a primeira entrevista e o preenchimento da anamnese de cada um.
Anamnese é o histórico da pessoa para que se possa direcioná-la para o atendimento. Também é feito nos consultórios médicos, psicológicos e outras áreas de trabalho e cuidado com o ser humano. Também no consultório tenho me deparado cada vez mais com esse tipo de problema. Adolescentes e jovens adultos que se fecham em suas casas, não querem fazer nada, ficam nos jogos virtuais, videogames, nos celulares com mensagens a uns poucos ou mesmo também jogos, individuais ou interativos, em que disputam com algum adversário também conectado.
É claro e nítido que há um comprometimento espiritual e grande. Alguém que se fecha para o mundo passa a ter uma vibração energética densa e negativa. Porém, é preciso considerar também a estrutura de personalidade que essas pessoas construíram. Em um mundo onde se busca dar todas as facilidades aos filhos, muitos recebem essas facilitações como algo que deverá continuar a ocorrer por todo o sempre.

Nos primeiros anos de estudo, do primeiro ao terceiro ou quarto ano do ensino fundamental, antigo ginasial, eles vão levando e sendo levados a passarem de um ano para outro mesmo com as deficiências ou dificuldades, muitas vezes não claramente reveladas pelas formas que buscam para que as aprovações possam ocorrer.
A cada ano que sobe, as complexidades exigem maior esforço e raciocínio, maior dedicação e atenção e então eis que as crises acontecem. Podem surgir primeiro com uma crise onde os medos os afastam das aulas, o que para os pais é considerado como algo temporário. Podem surgir como uma negação total de voltar às aulas ou mesmo exercerem qualquer atividade que os coloque fora do que se tornaram seus lares: reduto.
Vejam a definição pelo Michaelis: “Local bem abrigado no interior de um sistema de fortificação para lhe servir de resistência. Espaço fechado e protegido”.

No mundo virtual quando algo não dá certo o jogador começa de novo. Volta à fase anterior e busca a superação das novas dificuldades que o jogo apresenta. Em última instância, se há um limite de tentativas o jogo ganha (o famoso e comum game over) e começa tudo novamente.
No mundo real, não há retorno. O que há é o refazer, porém, em um processo contínuo e cujo registro das tentativas fica na mente a lembrar “você falhou”; “você não conseguiu”, “a vida é mais forte e melhor que você”.
Intenso sentimento de impotência e fragilidade, disfarçado em alguns casos pela agressividade que a pessoa apresenta quando questionado, tornam esses adolescentes e jovens adultos cada vez mais inseguros e fragilizados para o dia a dia. Se inicialmente o desligamento parece ser uma apatia, desinteresse generalizado apenas, na realidade, é o início de uma intensa e duradoura depressão de quem olha a vida e a vê como uma imensa e intransponível muralha. É um dos males da atualidade. Despreparo mais facilidades que geram ainda maiores despreparos e ponto. O afastamento de tudo que possa mostrar isso.
A saída desse encapsulamento depende muito do meio de conseguir gradativamente mostrar que a pessoa é capaz sim, mas precisa admitir que necessita se preparar para tal. É um processo longo e árduo. Quando essas amarras são rompidas, a satisfação e realização são imensuráveis.
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