Sobre o medo de jogar Tarô

Sobre o medo de jogar Tarô
Autor Andrea Pavlo - [email protected]
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Há alguns anos uma moça me procurou no consultório. Ela era uma amiga e queria uma consulta de Tarô. Não me lembro se já tinha feito alguma, mas me deu a liberdade de falar o que aparecesse nas cartas. Lá pelas tantas, senti uma forte energia de morte. Aparecia um homem mais velho. Eu falei que possivelmente era a morte de um tio, algum parente mais distante. Não aparecia para mim a energia de alguém muito próximo. Algumas semanas depois dessa consulta, o pai da moça faleceu repentinamente. Era ele que aparecia nas cartas. Ela ficou muitos anos sem jogar qualquer oráculo novamente.

Já escutei, algumas vezes, que pessoas gostariam muito de uma sessão com o Tarô, mas tem medo. Medo do que vão ouvir, medo de eu dizer coisas que a machuquem. Interessante, porque a função do tarô não é essa. Ele não é fechado, nem tudo o que está lá vai mesmo acontecer ou não, tudo mostra a energia e os caminhos ocultos que estamos sendo levados. Aparecem, muitas vezes, os medos das pessoas, mas no fundo não queremos saber de coisas que, de alguma forma, já sabemos.

A moça não sabia que o pai morreria. Mas o seu inconsciente possivelmente já havia captado algo estranho com relação a ele. Ela sabia que, talvez – e aqui são só suposições para ilustrar o fato – ele já não tinha a mesma vontade de viver. Ela poderia saber que ele vivia meio triste ou que acabou falando muito de morte nos últimos meses. Mas ela ama o seu pai – e falo no presente porque amor não acaba só porque a pessoa morreu – e não queria vê-lo ir embora. Então, é como se uma proteção do inconsciente aparecesse, como uma cortina de fumaça.

Muitas vezes, ignoramos os sinais, mas eles existem. No caso do fim de relacionamentos, isso é ainda mais claro. Ou casos de relacionamentos que não têm futuro, mas que deixou alguém muito apaixonado pelo outro. De qualquer maneira, se não estamos prontos para ver algo, não veremos.

E não, as cartas também não mostrarão. A não ser que haja algo em você realmente preparado para aquilo. O seu inconsciente está escondido justamente porque o seu ego, de alguma maneira, não aceita ou não quer ver alguma coisa. O seu espírito, sua alma já viu, mas o seu ego está negando. Em casos de “medo das cartas”, é o medo do ego de ser desvendado. Ele esconde as coisas tão bem de você, porque ir lá cutucar?

O Tarô, como os sonhos, os chistes e as tais “coincidências” têm a função de desvendar o ego. De tirar o coelho da cartola e mostrá-lo a você. Mas se você não estiver preparada, isso não vai aparecer. Se realmente algo for dolorido demais, as cartas não têm como lhe mostrar. A sua resistência será muito alta e isso simplesmente não vai acontecer.
O medo das cartas é o medo de você mesmo. Medo do que você tem e percebe dentro de você. Então, não tem o que temer. O Tarô mostra o caminho, o que podemos ou não podemos fazer para mudar. Quando é com outras pessoas, aparece justamente para fazermos algo com o tempo que nos resta com o outro e nos preparar para uma separação, por exemplo. O mais importante é termos a coragem de olhar para dentro de nós e aí, sim, com certeza, as cartas só ajudam. Sempre.

Texto Revisado


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Conteúdo desenvolvido por: Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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