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Ela voou para Deus

Ela voou para Deus

por Wilson Francisco
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Uma cliente me informa que fabrica caixão de defunto. E ela quer saber o que falar para as pessoas, neste momento de dor.
Que missão/trabalho difícil desta amiga. Ela fica constrangida diante dos que pranteiam seus entes queridos!
Eu a incentivo a conversar amistosamente. Oferecer um cafezinho. Ele sempre traz boas lembranças, memórias de prosas boas do passado.
Uma xícara de café e a fumacinha subindo me trazem a lembrança de "causos" que meu tio Simão contava, sentado debaixo de frondosa árvore.

Oriento que ela diga, com carinho, que a criatura amada não está perdida. Ela se encantou e viaja pelo Universo, voou para Deus. É mais uma estrela no firmamento!
Nada está perdido. O corpo estará guardado com carinho nessa embalagem natural que ela fabricou e será entregue na mão de Deus. Ele cuidará da alma dela. Agora e para sempre!

A morte poderia ser diferente. Um amanhecer suave e ensolarado que surge e viaja pelo corpo, tirando dele a alma.
Ou então, um anoitecer brando andando ternamente pela relva úmida e tocando com singeleza os pés, os ossos e a mente, finalizando seu caminhar na Terra para levar você ao país dos sonhos.
Ajeito um chapéu de abas largas que me protege da areia e do vento e sigo por um deserto árido em busca de respostas para este mistério. Eu não temo a morte, lido com a vida e com os sonhos.
Investigo tudo e todos e tenho respostas e sempre um outro jeito de discernir o mistério do viver.
A morte dói. Dói morrer! Vivo cada segundo, sonhando e anunciando encontros! É suave viver. Subo e desço alamedas em busca do perfume do viver e da elegância da vida.

Ale vivia a intensidade de seus dezessete anos quando a morte visitou seu corpo. No velório, diante da consternação de todos, uma amiga de escola faz um discurso/oferenda inusitado. Fala da alegria do viver! E num dado momento, joga beijinhos na direção onde está o caixão com o corpo da amiga.

Sua mãe, perplexa, indaga: para quem? Ela, sorri e diz: é para a Ale, ela estava ali, acenando adeus para mim!

Esta cena não é miragem, é real e desfaz, numa fração de segundos, todo um universo de mistérios, teorias e padrões.
Nessa cena, a morte deixa a vestimenta fúnebre, encapuçada com uma foice na mão, para vestir-se de arlequim e irradiar alegria e o perfume da eternidade. A morte não existe! É apenas uma transição para uma outra dimensão.

Horácio e Maria estavam casados há sessenta e cinco anos. Ela era apaixonada pelo coral da Igreja Metodista que frequentava. A leveza com que vivera, contrastava com o peso da doença que invadiu seu corpo.
Internados os dois, em quartos próximos, surgiu o impasse. Eles queriam, todos desejávamos que eles se vissem, antes que ela partisse. Médicos e enfermeiras não aceitavam o encontro, escrúpulos profissionais.
Um dia, de surpresa, a filha e a neta pegam a maca e levam o Horácio para o quarto da esposa. Ela, como que por encanto, sai da inconsciência que estava, levanta o rosto e diz:
Eu te falei, nós vamos juntos embora. Eu vou antes, com Jesus preparar no céu um lugar pra nos dois! E terna e carinhosamente joga beijinhos para ele, que chora copiosamente. Todos, pacientes, enfermeiras e familiares se emocionam com a cena.
Dias depois, à noite, senti que era a hora dela partir. Pedi para a acompanhante sair e estar com Horácio. E olhando os olhos de sua alma, eu disse: D. Maria, está tudo resolvido e harmonizado, por aqui. Você cumpriu sua missão. Olha! Jesus está aguardando você de braços abertos! Ela respirou fundo.

No outro quarto, Horácio sentiu dores no peito. Esta sensação anuncia que ele pressentiu o desligamento.
Pedi para a acompanhante que ficasse com D. Maria e cantasse com ela. A mulher iniciou um cântico de louvor e D. Maria abre os olhos, canta com ela até a metade do cântico. E fecha os olhos, partindo para o Além, aconchegando-se nos bracos de Jesus!

Hoje, de madrugada, minha mulher me acorda e diz que finalmente os Espíritos do Bem a levaram para ver sua mãe. Ela está no Portal das Flores, uma estância espiritual dirigida por Mãe Kwan In, Mestra da Compaixão Universal.

Diz ela que, Sofia, Glorinha e outras crianças estavam lá, cuidando da sua mãe, num amplo salão cor de rosa, muito lindo e perfumado. Não pode vê-la, mas está aliviada e feliz.
Amigos! A história não terminou. Três dias depois, pela manhã, Horácio diz para a filha: a Maria está me esperando na pracinha!

Era a sinalização de que ele estava partindo também. E à noite, ele se desligou do corpo e foi ao encontro daquela que foi sua companheira e fiel escudeira por sessenta e cinco anos.
Na verdade, a morte dói, deixa saudades. A ausência deles dois impacta olhos e corações. Mas a partida de ambos teve seus encantos, magia e poesia!



Texto revisado
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Atualizado em 1/19/2015

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