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Autoconhecimento
Evolução ou involução disfarçada de evolução?
por Teresa Cristina Pascotto
Por várias vezes, venho dizendo que tudo o que ocorre nas dimensionalidades mais densas de nosso ser, o submundo do inconsciente, o lugar misterioso e oculto que há em nós, é que determina a nossa realidade. Para o ser humano, no estado atual de seu desenvolvimento, os recursos disponíveis em sua dimensionalidade superior, pouco são verdadeiramente utilizados. Esses divinos recursos superiores estão em estado latente, aguardando o momento que os egos irão permitir que eles possam ser utilizados de acordo com os desígnios das almas.
Mas estamos muito longe disso, em se tratando da grande massa densa da humanidade. Pouquíssimos seres humanos conseguem tanto entrarem em contato profundo com seus estados mais destrutivos e desequilibrados das suas dimensões inferiores, quanto entrarem em contato com os recursos e verdades que estão disponíveis nessas dimensões superiores. Justamente por conta da grande massa estar ainda limitadamente vivendo a dualidade como se esta fosse a “realidade real”, é que esses poucos seres humanos que vivem de uma forma mais consciente e “poderosa”, não conseguem efetivamente ajudar a humanidade.
De que adianta estes poucos se empenharem em sua Evolução Sagrada, se tudo o que é Sagrado é negado, ridicularizado, profanado e desprezado? O Sagrado foi aniquilado da face da Terra. Tudo o que é Sagrado foi proibido e, hoje em dia, por mais que seja “permitido” resgatar o Sagrado, de nada adianta essa tal pseudo-permissão, se o Sagrado não é reconhecido como válido, poderoso e absoluto em termos de ascensão real e Evolução Sagrada.
Considerando a nossa vida na dualidade, estamos totalmente limitados e “encaixotados” dentro de um contexto que nos impossibilita ver a verdade sagrada, vivemos uma realidade ilusória, mas nos habituamos a ela e acreditamos que as ilusões são “de verdade a nossa verdade”. Assim, o despertar que tanto se prega por aí, nada mais é, dentro deste contexto de limitação, do que uma mudança mínima do estado de inconsciência máxima para um estado de sonolência, enquanto achamos que estamos acordados. Seria como se uma pessoa, num domingo preguiçoso, acordasse, saísse da cama, mas se instalasse preguiçosamente no sofá. Ela, aparentemente, está acordada, pois não está em sono profundo, mas de verdade, essa pessoa está muito longe de estar verdadeiramente desperta. É disto que estou falando.
Houve, sim, um despertar maior da humanidade, mas foi apenas um “sair da inconsciência profunda”, para entrar num estado de (mínima) semi-consciência. Avaliando dentro deste contexto limitante, podemos dizer que estes que são os mais despertos, atingiram um nível bem mais elevado do que aqueles que continuam dormindo profunda e preguiçosamente, sem nunca saírem da cama.
Este despertar, mesmo que limitado, levou alguns a irem muito além desta sonolência desperta. Algumas pessoas realmente foram a níveis mais elevados de consciência, mas mesmo assim, só alcançaram o teto desta grande caixa chamada dualidade. Houve evolução, se entendermos que do estado de sono profundo, alcançaram o estado de despertar máximo, mas reforço, que tudo dentro de uma caixa limitadora. Nesta condição, os hiper despertos que alcançaram o teto, por muito tempo se sentiram muito bem, pois sair da “gosma pegajosa da dualidade inconsciente”, já nos traz um imenso alivio. É divino acordar e despertar de verdade dentro desta grande caixa gosmenta e limitadora. Porém, ainda estamos presos nesta gosma.
A consciência nos ajuda a não nos entregarmos novamente à sonolência tão convidativa. Sim, um soninho que nos entorpece e nos leva a viver novamente nas ilusões, é algo maravilhoso para qualquer ego. O ego nunca quer este despertar que nos leva a perder o interesse por tudo aquilo que antes nos interessava. O despertar traz um desinteresse generalizado pelas coisas mundanas sem sentido. Há muitas coisas maravilhosas para apreciarmos em nosso estado humano e mundano, mas não da forma como o ego, dos despertos, gostava de viver e agora não gosta mais. Há, normalmente, um profundo desânimo, pois o ego, enquanto somos inconscientes e acreditamos nas ilusões que criamos e vivemos, está sempre disposto a conquistar algo ou alguém, que ele elegeu como seu próximo alvo de conquista.
Quando há o real despertar dentro da caixa dual, já não conseguimos mais querer o que o ego queria. O que o ego quer é “querer”, ele não se importa com o ter, o sustentar e com a conquista em si, mas sim com “querer alguma coisa”. Isto o torna obsessivo-compulsivo sempre que consegue despertar o interesse por algo que achar “querer”. Se o despertar nos faz descobrir que o que tanto “queríamos” já não é mais tão fundamental ou importante, logicamente que passamos a “não querer” quase nada, o que nos leva ao desânimo.
Assim, mesmo com este parcial despertar máximo dentro da caixa limitante e dual, pelo fato de ainda não termos conseguido transcender a própria caixa, não enxergamos a verdade e não entendemos que de nada adiantará continuarmos a tentar arrumar as coisas, porque nunca estaremos satisfeitos. Não há como ter satisfação se apenas chegamos ao ponto máximo de elevação dentro da dualidade. Precisamos aceitar que neste novo estado, nada nos interessará como antes e que isto é excelente. Este tipo de desinteresse generalizado, neste contexto, é fundamental para o caminho para a Cura Real. Enquanto houver interesse pelo falso e ilusório, estaremos apenas “caminhando em esteira ergométrica”, ou seja, nos esforçaremos demasiadamente, sem sair do lugar, acreditando que estamos buscando a evolução, quando na verdade apenas estaremos criando uma evolução ilusória, dentro da caixa. Evolução dentro da caixa, é apenas um estado melhorado de nossas condições internas que nos dão forças para “enxergarmos a verdade”.
Porém, há um ponto delicado neste processo evolutivo (?). Enquanto buscamos alcançar o topo da caixa limitadora da dualidade, estamos sim evoluindo. Mas preciso reforçar (sinto muito) que esta evolução é dentro do mundo das ilusões, o que significa que ela “não é real”. É real dentro da dualidade, mas ilusória quando olhamos acima e além da dualidade. Quando as pessoas alcançam o topo da caixa através de seu processo ilusório-evolutivo, elas precisam se esforçar ainda mais para observarem seu ego, pois este fará de tudo para camuflar suas intenções sabotadoras e para nos prender na ilusão de que estamos de verdade buscando a Evolução Sagrada.
Se uma pessoa chega a este nível e não faz de verdade seu esforço consciente, ela poderá passar a involuir, não somente “descendo nos níveis da caixa dual”, mas “NÃO subindo” para além do topo, na transcendência real das limitações máximas que nos são impostas pelo Sistema de Controle oculto na dinâmica do inconsciente coletivo.
Todas as pessoas que um dia conseguiram alcançar um “estado máximo” de elevação espiritual, apenas chegaram ao topo da caixa. Garanto que estar no topo já é algo divino e nos traz mais plenitude. Mas ainda está muito aquém do que de verdade podemos alcançar.
Por enquanto, não há Evolução Real e Sagrada. Tudo o que fizemos até hoje somente nos levou ao estado de evolução limitada. Que é evolução, mas que engana todo aquele que achar que chegou ao máximo de potencial evolutivo.
Estamos impregnados de crenças limitantes e vivemos na dualidade. Isto significa que é muito difícil descobrir e aceitar estas verdades e fica fácil acreditarmos que atingimos a evolução tão sonhada (pura ilusão). Viver dentro do plano das ilusões, sempre nos faz viver ilusões. Meu apelo é para que despertem ainda mais, e de verdade, ou melhor, estou estimulando a que decidam ativar seus potenciais para a VIDA, pois até hoje tudo o que “vivemos”, nada mais é do que o potencial limitado para a pura sobrevivência. Ninguém VIVE de verdade. Se não reconhecemos os influxos vitais poderosos que podemos ativar e liberar dentro de nós, então nem podemos imaginar o que é vida de verdade. Para nós, qualquer coisa diferente de sermos sonolentos e desanimados, passa a ser interpretado, distorcidamente, como vida real. Para alguns que já experimentam um estado mais elevado de consciência, com um pouco mais de expressão vital liberada em seu ser, se não tiverem um pouco de humildade e boa vontade para consigo mesmos, poderão achar que o que estou falando é pura besteira. Eles caminharam para uma evolução limitada (e ilusória) dentro da caixa, e hoje são muito mais “vivos” do que antes, o que faz com que entendam que atingiram a “vida”e o estado Evolutivo Sagrado.
Se ignorarem isto por inconsciência, tudo certo, mas se o fizerem por pura arrogância, querendo se enganar e continuar nesta pseudo-evolução-vida, estarão manifestando a mais pura expressão de involução - quanto mais conhecemos das verdades Sagradas, mais nos é cobrado o avançar em busca de mais verdades e a abertura para o fluir Sagrado das verdades e potencialidades máximas de nossas almas.
Tenho deparado com inúmeras situações de pessoas que, infelizmente, simplesmente estacionaram, alegando desmotivação e que não conseguem mais acreditar que conseguirão alcançar uma vida melhor. Estas pessoas fizeram seu caminho evolutivo, apenas para atender às necessidades de seus egos. Sim, atualmente os egos entenderam que podem “se dar muito bem”, se fingirem que estão dispostos a serem guiados por suas almas. Eles falseiam uma boa vontade e empenho no sentido de EVOLUIREM, quando na verdade, só buscam a evolução ilusória que os leva acima de todos, somente buscam um estado de (pseudo) superioridade e, também, um estado de “menos sofrimento”. Tudo o que os egos querem é parar de sofrer. E perceberam que foram eles mesmos que se aprisionaram em suas armadilhas das estratégias de sobrevivência ignorantes e limitantes que desenvolveram ao longo da vida. Quando entendem que eles mesmos estão se destruindo - e ficam em pânico diante disso -, obviamente eles tiram um pouco de sua força insana e até se deixam conduzir parcial e fracamente pela alma, mas em nenhum momento estão de verdade dispostos a uma EVOLUÇÃO SAGRADA. Eles apenas e unicamente, querem arrumar os estragos que fizeram em seu mundinho ilusório, querem ferramentas para consertar o que deu errado em seus planos insanos, mas em hipótese alguma querem desistir de seus planos. Eles mantêm a obsessão por conseguir recursos para fazerem dar certo o que está dando sempre errado. Estão aprisionados em seus mecanismos obsessivos-compulsivos, que fazem com que acreditem que estão vivos, pela intensidade que estes mecanismos manifestam, mas não querem abrir mão de suas doenças e ilusões, querem continuar apegados e agarrados a elas, para fazer acontecer o que tanto desejam. A esta altura, se perguntarmos para qualquer ego o que ele quer de verdade, com certeza ele paralisará diante da pergunta, pois perceberá que já nem sabe mais o que quer.
Apesar do absurdo deste contexto, o sofrimento que o ego cria e, portanto, vive, é extremamente benéfico para a alma, pois é somente por isto que o ego se coloca em busca de algo. Ele só quer se livrar do sofrimento, o que o leva, sem que perceba, a um caminho de evolução. Esta evolução, mesmo que limitada, é muito sagrada para a alma, pois pelo menos ela consegue tirar a pessoa do lamaçal denso e pegajoso da dualidade, elevando-a a um estado um pouco menos denso. Enfim, esta evolução é fundamental e máxima, dentro deste contexto, mas é apenas a evolução no plano das ilusões, que nos prepara para a verdadeira evolução: A EVOLUÇÃO SAGRADA.
Se os egos continuarem apenas a aproveitarem este estado mais elevado, para continuarem com suas obsessões em fazer dar certo seus planos ilusórios, as pessoas que chegaram a este ponto, passam a involuir. O que poderá ser saudável para a alma, pois a involução levará a pessoa a “cair novamente” no piso da caixa e fará com que atole ainda mais na densa lama gosmenta da dualidade. Este ego ficará revoltado e horrorizado com esta situação e explodirá em sua revolta culpando a todos os que o ajudaram a chegar no topo e, obviamente, a “Deus”. Ele se sentirá ofendido e enganado, pois acredita que foi tão comprometido e correto em suas buscas, para agora ser amaldiçoado com o resultado de mais dor e sofrimento. Ele irá distorcer tudo, para ter a justificativa de que ele é a vítima de um complô da espiritualidade! O que esta alma deseja com esta “queda”, é que a pessoa perceba que o fato de ter alcançado um estado mais elevado, não significa que num passe de mágica sua vida estará brilhantemente resolvida e satisfatória. Esta pessoa precisará entender que é agora que começa a jornada para a Evolução Real e que tudo o que ela fez até então, apenas a elevou a um lugar mais distante e, portanto, mas saudável DENTRO DA DUALIDADE. Estes egos acham que o fato de terem se tornado mais despertos o isentarão das desagradáveis experiências, sensações e reações que se vive na dualidade. Estão totalmente enganados, este estado apenas ajuda a que tenhamos mais discernimento e sabedoria para aceitar a dualidade e encontrarmos recursos para vivermos de forma mais saudável e para prosseguirmos na jornada Evolutiva Sagrada, e criarmos um nível de força e poder, que tornará possível para todos ali chegarem.
Espero que reflita sobre estas verdades, não com a mente racional, mas com o coração, para que estas verdades entrem em ressonância com as suas verdades sagradas, que são compatíveis com estas verdades sagradas. Esta experiência, por si só, o ajudará a ”entender de forma suprema”, tudo o que há de mais sagrado para além destas básicas verdades manifestadas. Assuma seu poder pessoal e escolha prosseguir na jornada que o levará a transcender a evolução ilusória (e fundamental), para alcançar os patamares sagrados da Evolução Real e Sagrada!
Texto Revisado
Atualizado em 2/13/2015
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