O Trabalho Nunca Acaba

por Maria Cristina Tanajura

Somos criados na ilusão de que podemos viver sempre felizes, sem problemas e preocupações, num oásis perfumado. Hoje, com mais maturidade e vivência, acho que esta visão de mundo nunca me ajudou e penso que não ajuda a ninguém.

Sendo seres tão imperfeitos, ainda, muito teremos que melhorar e para que isso aconteça, experiências difíceis não vão faltar em nossas vidas. É através dos desafios e dúvidas que seremos levados a escolher caminhos e assim, iremos aprendendo um pouco mais, sempre.

O Amor que nos criou, que nos embala e rege, fala-nos através das pessoas que encontramos na jornada, como se fosse por mero acaso... Estamos sempre unidos uns aos outros e nos auxiliamos ou prejudicamos sem cessar.

Esta caminhada cheia de responsabilidade e consequências é a vida real. Nada deixa de nos trazer uma resposta, um dia. Recebemos aquilo que damos e também o que viemos dando através dos tempos, em todas as vivências passadas – bem gravadas em nossos inconscientes e moldadoras de nossas personalidades e formas de ser.

Acho que é bom que a gente compreenda a vida dessa forma, pois não ficaremos desanimados achando que só nós sofremos e que só nós temos problemas. Esta é a verdadeira trajetória de todos nós, ainda. Quem sabe lá na frente, quando tivermos evoluído muito, ficaremos livres de tantos momentos difíceis? Mas aí, será que poderemos deixar de ajudar os nossos amados que porventura tenham ficado pra trás? Acho que não. Evoluímos todos juntos, a família humana está unida e o trabalho é infinito – a gente pode bem perceber através do estado deplorável em que a maioria se encontra, neste momento.

Quando fazemos contato com o nosso Sol interior, o Self ou Eu Superior, através de momentos de meditação, sentimos, mesmo de forma efêmera e que logo se esvai, o que significa a Paz, o verdadeiro Amor, a harmonia. Por isso precisamos intensificar o mais possível este contato, para que tenhamos força e perseverança para continuar caminhando sobre as pedras e os espinhos.
Temos notícias de que mesmo Jesus continua trabalhando, incessantemente, por todos nós. Os nossos guias, aqueles amigos que se comprometeram em nos ajudar quando encarnamos, estão sempre vigilantes procurando nos encaminhar e influenciar para o Bem.
E assim caminha a humanidade...

Acho muito estranho quando, no momento de um funeral, alguém diz, falando daquele que se foi: Coitado, agora finalmente vai descansar...
Os que estudam a vida depois desta, em outras dimensões, através dos relatos de irmãos desencarnados que nos chegam por médiuns espalhados em todo o planeta, sabem que esse descanso não existe como se pensa.

Existe um tempo de harmonização com a vida em outra dimensão e logo em seguida, o próprio ser desencarnado pede e sente a necessidade de trabalhar. Para se sentir útil, para ajudar aos que ama e que por acaso ainda estejam por aqui, para poder continuar evoluindo.

Penso que se tivermos esta visão mais realista da vida, não ficaremos iludidos e imaginando que somos infelizes porque trabalhamos muito, ou porque temos que enfrentar problemas – e eles não nos faltam, neste momento que o mundo está atravessando.

As dificuldades são ensinamentos, não punições simplesmente. Se estivermos conscientes e tivermos a humildade de reconhecer quando errarmos, cresceremos com cada uma delas.

Precisamos pedir saúde física e espiritual para aproveitar o máximo possível o tempo que passarmos nesta escola planetária. Pois também já nos foi dito que encarnar não é algo fácil de acontecer. Levamos às vezes muitos anos e até séculos para termos uma oportunidade de retornar ao corpo físico, retomando situações e relacionamentos que não ficaram bem resolvidos no passado. Honremos o tempo que nos foi concedido, procurando encarar a vida que passa tão rapidamente, com mais responsabilidade, com a importância enorme que ela tem.

Pois é... Não há aposentadoria real! Somos viajantes eternos e em constante aprendizado e é através das diversas experiências que nos autoconhecemos, nos fortalecendo; sempre procurando o auxílio de todos e levando a eles o que pudermos e tivermos de nosso.