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Mulheres que amam o marido mas desejam outra pessoa

Mulheres que amam o marido mas desejam outra pessoa

por Flávio Bastos
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"Vês que a razão, seguindo o caminho indicado pelos sentimentos, tem asas curtas". (Dante Alighieri)

Certas pessoas experimentam um conflito interno durante a fase adulta, ou seja, afirmam amar uma pessoa mas sentem atração sexual por outra. Situação paradoxal que revela um sentimento de insatisfação gerado pelo histórico de relações com as figuras referenciais de seu passado. Demanda de suprimento afetivo que deixou sequelas no âmbito dos relacionamentos amorosos.
Estas relações, geralmente acompanhadas da dúvida e da traição, costumam gerar um vazio de amor que tende a permanecer por tempo indeterminado, provocando sofrimento e frustração ao indivíduo, que não entende porque a sua libido é direcionada para uma pessoa, enquanto o seu sentimento mais nobre e profundo, o seu bem-querer, é voltado para outra pessoa.

Cíntia é um caso típico que revela nos bastidores de seu inconsciente a dúvida transformada em angústia e a dor da perda por ter "perdido" o amor de uma das referências afetivas mais importantes de sua vida, o pai, que desde muito cedo apresentou a severidade, a repressão e a indiferença afetiva como ferramentas de uso na sua relação com a filha. Não bastasse o uso de tais ferramentas por parte do progenitor, a crítica contumaz e o controle sistemático acompanharam uma relação que deixou marcas profundas no emocional de Cíntia, resultando em sentimentos de rejeição e culpa, baixa autoestima, sensação de fragmentação e insegurança, além de histórico de crises depressivas.
Contudo, a separação dos pais, quando ela tinha sete anos, foi um marco positivo e importante em sua vida, pois passou a conviver com a mãe, uma pessoa mais próxima, confiável e estimuladora. Relação que foi decisiva no sentido dela sentir-se motivada a completar um curso superior e a estabelecer relações interpessoais que lhe trouxeram algumas gratificações.
No entanto, a marca de seu histórico relacional com o pai começa a aparecer à medida que ela experimenta as primeiras relações amorosas. Experiências que revelam sentimentos contraditórios que permanecem até os dias atuais, quando o paradoxo de amar e desejar significa o amor direcionado ao marido, que é o oposto do pai biológico. E ao outro, o ex-namorado, que reúne traços da figura paterna no qual direciona-se inconscientemente o seu desejo, a sua angústia do vazio de amor que necessita ser preenchido com urgência.
Portanto, o pano de fundo de seu conflito mostra de um lado, o marido, "o pai bom", que é uma pessoa sensível, amorosa, protetora. De outro lado, o "pai perverso", o ex-namorado, uma pessoa egoísta, sedutora, manipuladora, que reúne traços de personalidade e caráter do pai biológico.

O desafio do processo psicoterapêutico é fazer com que Cíntia encontre a saída do labirinto de sua própria inconsciência, isto é, que ao caminhar perceba qual das duas pessoas reúne características que a mulher busca numa relação heterossexual e monogâmica de compromisso: um parceiro que seja pai, amigo e amante. Processo que passa pela conscientização-libertação da síndrome de vitimização na qual encontra-se envolvida e que pode ter raízes mais profundas que a infância da vida atual. Informações a serem buscadas pela sessão regressiva de memória, que poderá estabelecer relações com vivências passadas ou levá-la a sentir presenças espirituais, como o seu mentor, um ente querido desencarnado ou uma entidade obsessora.
Outra possibilidade ocorre quando a pessoa, em estado alterado de consciência, experimenta uma sensação física desagradável associada à dor psíquica que envolve o seu emocional de forma catártica. Embora invisível aos olhos, é uma energia densa que representa o acúmulo de traumas do passado e que precisa encontrar formas (ou válvulas) de escape, ou seja, esvair por um processo de depuração até perder a sua densidade geradora de psicossomatizações pelo organismo humano.

As fixações, as obsessões e as compulsões de âmbito amoroso são desequilíbrios psíquico-espirituais que não devem ficar restritos a um processo terapêutico que abdique do estado alterado de consciência como ferramenta investigativa do inconsciente profundo, pois algumas informações, consideradas imprescindíveis para a interação terapêutica, só são conectadas quando a sensibilidade suprassensorial da pessoa entra em contato com a fonte de informação na qual estão as respostas de que ela necessita para a sua cura.
No caso Cíntia, a ação terapêutica indica que o estado alterado de consciência, utilizado como ferramenta de busca e independente de resultado, é a melhor opção de trazê-la para a realidade ou percepção de momento, à medida que ela encontra-se prisioneira do passado por não se autovalorizar e, consequentemente, não valorizar os afetos mais importantes de sua vida, o filho de quatro meses e o marido, dos quais perdeu o foco por manter uma fixação relacionada ao seu ex-namorado. Situação, que à luz da consciência, representa uma tentativa desesperada de preencher um vazio de amor transferencial da figura paterna.

Texto Revisado

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Atualizado em 7/27/2015

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