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Medo da liberdade

Medo da liberdade

por Flávio Bastos
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"Querer ser livre é também querer livre os outros". (Simone de Beauvoir)

Biologicamente, o sentido da vida é passar o genes para frente: vivemos enquanto indivíduos para garantir a continuidade da espécie como um todo. Mas esse sentido biológico não nos satisfaz. Imaginamos que possa haver algo além de nossas satisfações vitais, pois a satisfação das necessidades é um meio para nos mantermos vivos, não a finalidade ou sentido da vida.

A morte pode despertar em nós dois sentimentos distintos: o medo e a angústia. Segundo o filósofo Martin Heidegger, o medo nos convida a viver na impropriedade, não atribuímos sentido, deixamos que os outros e as circunstâncias o atribuam, nos alienamos de nós mesmos, vivemos sempre correndo, com nossas agendas cheias de distrações que nos ocupam. Vivemos num sentido impróprio que não aponta em direção alguma, com uma finalidade sem fim.
Se o medo da morte me lança na impropriedade, a angústia produz o efeito contrário, ela abre a inospitalidade do mundo para a sensação de ficar "sem chão". A angústia revela a compreensão do meu morrer, que sou singular. Percebo que não posso escapar da convocação que a angústia me faz de viver na propriedade. Ou seja, a possibilidade de ser eu mesmo.

Liberdade, em filosofia, pode ser compreendida tanto negativa quanto positivamente. Sob a primeira perspectiva denota ausência de submissão, servidão e de determinação, isto é, qualifica a independência do ser humano.
No sentido positivo mais amplo, liberdade significa a posse de direitos, implicando o estabelecimento de um amplo âmbito de direitos civis, políticos e sociais. O crescimento da liberdade é concebido como a conquista da cidadania.

No livro "A sociedade do espetáculo", Guy Debord, ao criticar a sociedade de consumo e o mercado, afirma que a liberdade de escolha é uma liberdade ilusória, pois escolher é sempre optar entre duas ou mais coisas prontas, isto é, pré-determinadas por outros. Uma sociedade como a capitalista impede que os indivíduos sejam livres na sua vida cotidiana. A vida cotidiana na sociedade capitalista, segundo Debord, divide-se em tempo de trabalho e tempo de lazer. Assim, a sociedade da mercadoria faz da passividade (escolher, consumir) a liberdade ilusória que se deve buscar a todo custo, enquanto que, de fato, como seres ativos, práticos (no trabalho, na produção), somos não livres.

COMENTÁRIO

Na minha experiência interdimensional lidei com casos mais ou menos graves de dependência de um "estado de coisas", onde a falta de autodeterminação e o medo da liberdade mantinham os indivíduos em permanente conflito consigo mesmos.
Sendo a dependência uma característica de um vicioso ciclo reencarnatório, o medo da liberdade encontra-se sempre presente, mantendo o indivíduo cercado de bloqueios reais e imaginários, onde a autossabotagem é o principal agente na formação de medos crônicos como as fobias e a síndrome do pânico, entre outros, que limitam o indivíduo para o desenvolvimento de suas potencialidades.
Muitos até avançam nas suas intenções de enfrentar o medo, chegam a sentir o primeiro sopro de liberdade, mas recuam quando o próximo passo a ser dado é na direção da mudança, ou seja, da quebra de paradigma que o acompanha há muito tempo.

Percebemos tais condicionamentos individuais inseridos num modelo emocional-comportamental, tanto na vida particular quanto na vida em sociedade. São pessoas que se limitam a uma fronteira cuja linha divisória não lhes permite a passagem. Não se acham no direito de ir e vir com liberdade pelos caminhos da evolução consciencial. Desta forma, o mundo fica limitado às suas circunstâncias, onde o medo é uma presença marcante e a liberdade uma noção vaga e impraticável.

No entanto, o terceiro milênio, o milênio da expansão consciencial, é uma realidade entre nós. Época de desapegar, gradativamente, de nossos bloqueios emocionais e comportamentais que nos mantém no nível do preconceito, da intolerância e da acomodação, que representam mecanismos de defesa do ego no sentido de nos "proteger" dos enfrentamentos necessários, relacionados aos nossos atávicos medos.
Portanto, a fase de transição planetária a qual vivenciamos pressiona para que nos libertemos dos medos que boicotam a nossa natureza direcionada para o crescimento individual e coletivo, pois só seremos completos quando a nossa felicidade possível conectar-se com a felicidade possível do outro.

É tempo de virar a página do passado, de nos desacomodar de nossa zona de conforto que, na verdade, revela o nosso medo da mudança. É tempo de encarar desafios com passos seguros dados na direção da libertação de um estado de coisas existencial, nocivo à saúde do corpo e do espírito. É tempo de cortar grilhões para alçar voos mais altos ao encontro de si mesmo.

Texto revisado
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Atualizado em 10/6/2016

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