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Gratidão sincera, profunda, a todos que me desvalidaram

Gratidão sincera, profunda, a todos que me desvalidaram

por Alex Possato
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Quanto tempo fiquei preso numa relação, sentindo-me, como homem, culpado pelo fracasso que houve. Tudo bem, fracasso na minha cabeça, afinal, vivemos coisas muito importantes, construímos muita coisa, aprendi demais… Anos depois, acabou. E eu, achando que fizera algo errado. Não trazia o dinheiro suficente. Era desequilibrado, emocionalmente. Sentia-me frustrado, e por isso, bebia. Sim, realmente eu não estava presente. Mas ela também não. E foi em acusações mútuas que acabou tudo. No jogo do: o culpado da “nossa” desgraça é você!

Corpos se separaram. E eu continuando a carregar a culpa “por ter dado errado”. O mesmo que vivi na relação, o sentimento de frustração que me fazia infeliz, só aumentou. Romper a relação só foi mais um item da lista dos meus fracassos. Durante terapias, resgatei a quantidade enorme de momentos, na infância, de desvalidação. Cresci sendo chamado de “burro”. Tudo o que eu fazia, de lição de casa à arrumação, era desprezado. Meu avô ria muito das coisas que eu fazia. Minha avó condenava. Meu pai calava. Minha mãe, eu não a via. Irmão, pai e avô eram gênios nas suas áreas. Eu me achava medíocre. Mesmo nas minhas “vitórias”, nunca fui validado.

Lógico, nessa relação afetiva, não me sentia validado também. Como o menino burrinho poderia ser validado por alguém, se ele mesmo se achava um zero a esquerda – mais um dos carinhosos apelidos da infância. Não quero me alongar nesta história. Afinal, o menino cresceu. E em outra relação, começou a ouvir: eu te admiro. Que legal o que você faz! Parabéns pelo seu sucesso.

Não eram palavras vazias. Após a separação, resolvi provar pra mim mesmo que eu dava certo. Parti com unhas e dentes para buscar meu “lugar ao sol”. Sozinho, através de mim mesmo, afinal, não podia esperar elogios de ninguém. Como nós, homens, somos tolos! Vivemos qual um pavão, buscando admiração pelas nossas belas penas… Eu já não podia esperar isso. Precisava ganhar dinheiro. Precisava fazer aquilo que vim fazer no mundo. Magoado? Sim, um menino magoado, emburrado. Mas que andava. E quanto mais andava, mais conquistava. E quanto mais conquistava, sentia-se ótimo. E a nova relação surgiu nessa época. Como não validar alguém que se mostra ativo, capaz, produtivo?

Então, me pergunto: eu sairia com tanto ímpeto pela vida, atrás do meu talento e sucesso, se não fossem todas as desvalidações? Não! Eu teria força, coragem, audácia, cara de pau, pra sair pelo mundo mostrando minha cara? Não! Aí vem mais um aspecto do meu autoconhecimento: descobri que eu não me sentia fracassado por ter sido desvalidado. Eu me sentia fracassado porque todos da minha família, se sentiam e se sentem fracassados, e eu só demonstrava isso com mais evidência.

Carreguei o padrão de tantos homens – e algumas mulheres – frustrados. Fiel a isso eu também tinha que me sentir fracassado. Papai, gênio, morreu novo, alcoólatra, sem trabalho, nem reconhecimento. Meu irmão, gênio, se suicidou. Vovô paterno, gênio, morreu aos 70 anos, vendo o seu único patrimônio, construído com tanto suor, ser desfeito pelos caprichos da vovó. Vovó, cheia de razão, passou o resto da vida cuidando da doença do seu menino. Meu pai, por acaso. Logo, só fui desvalidado na infância porque eu era o bode expiatório. A frustração de todos era direcionada ao menino menos talentoso.

Deus não queria que eu passasse o resto da minha vida me achando e agindo como um bosta. E por isso, colocou-me mais situações de desvalidação, pra ver se eu tirava minha bunda do lugar. Porque, confesso, se deixar pela minha índole, quero mais é que o mundo termine em barranco, pra eu me encostar… Na infância, sempre fui indolente. Fazia tudo pela metade. Se não fosse intensamente cobrado, não saía do lugar. O universo deu de presente uma relação a mais pra desvalidar. E como não foi suficiente, presenteou-me um filho que também só se move em situações extremas. Mais um viciado em barrancos.

Meu Deus! Como demorei a aprender! Sem dureza, não nos movemos! O carinho e cuidado excessivo paralisam, sufocam, matam! Falei neste texto de somente um aspecto da vida que aprendi a desenvolver com a desvalidação: a força de vida! Mas quanto mais recebi! Gratidão pai, meu mestre... que me mostrou a beleza da espiritualidade! Irmão querido, único companheiro em tantos momentos da infância! Vovó, durona, ensinou-me a necessidade da disciplina! Mamãe, esta que sempre me apoiou, … e eu não soube receber, por estar “bicudo”. Vovô, cuja inteligência, humor e simplicidade me marcou profundamente. E esta relação a quem me referi no começo: gratidão por tirar-me as fraldas e tornar-me um homem de verdade! Admiro e respeito todos vocês. O menino cresceu, e hoje pode seguir pelo mundo, graças às lições que Deus legou a vocês: o dever de ensinar-me… custe o que custar! Deu certo…

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Atualizado em 10/25/2016

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