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A Dança da Vida - Parte 6: O abençoado caminho do retorno

A Dança da Vida - Parte 6: O abençoado caminho do retorno

por Sônia Imenes
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Felizmente é nas crises que se pode dar o salto. Em meio a todo esse caos dominante, novas descobertas científicas alcançadas nas últimas décadas deste século vieram corroborar com estas “novas-antigas” ideias. Estas abordagens que falam em energia, poder da mente, autocura etc., não precisam mais ser imputadas ao misticismo religioso, ou a certas filosofias exóticas.
A ciência agora invade o antigo domínio da fé. As principais descobertas surgiram no campo da física, mas suas conseqüências já são refletidas e se espalham por outras áreas do conhecimento. A descoberta mais relevante para o nosso tema é a de que a matéria é energia. A teoria quântica deixou claro que a matéria não se constitui de aglomeração de partículas sólidas, como se supunha na física clássica (Newton). O átomo se constitui de vastas regiões de espaço onde minúsculas partículas se movimentam ao redor do núcleo. Só que estas partículas não são partículas, são feixes de energia. Dependendo do modo como se as observa, elas se apresentam ora como partículas, ora como ondas.

Em nível subatômico, a matéria não existe com certeza em lugares definidos. Ela mostra tendências para existir. As partículas subatômicas carecem de significado como entidades isoladas e só podem ser entendidas como interconexões, correlações entre os vários processos de observação e medição. Não possuem propriedades intrínsecas, mas dependentes do ponto de vista do observador. Esta descoberta recoloca a questão da suposta neutralidade da ciência. Dependendo da posição do observador, a realidade se mostra de maneiras diferentes. A posição do observador determina o que pode ser observado. Minha decisão consciente de como observar, digamos, um elétron, determinará, em certa medida, as propriedades do elétron. Não há uma nítida separação entre o observador e o que é observado. David Bohr, em seu livro “Quantum Theory”, fala das semelhanças evidentes entre a estrutura da matéria e a estrutura da mente. Não há mais uma nítida separação entre matéria e mente, corpo e mente, como se supunha na filosofia clássica. Mais ainda, as propriedades das partículas subatômicas só podem ser entendidas num contexto dinâmico, em termos de movimento, interação, transformação.

Os experimentos mostram que sempre que uma partícula subatômica está confinada em uma região do espaço (e sempre estão, nas estruturas moleculares, atômicas e nucleares) ela reage ao confinamento movendo-se por toda a região. Quanto menor o espaço, maior a agitação. O estado fundamental da matéria é a constante agitação, movimentação. A física moderna representa a matéria não como inerte e passiva, mas num estado de contínuo movimento dançante vibratório. Não existe estrutura estática na natureza. Existe estabilidade no equilíbrio dinâmico.

Daqui deduzimos a importância fundamental do ritmo na natureza. A vida é um processo evolutivo em permanente mudança. O equilíbrio em movimento ocorre através dos processos cíclicos: flutuações, oscilações, vibrações, ondas. O ritmo aparece em todos os níveis. Os átomos são modelos de ondas probabilísticas; as moléculas são estruturas vibratórias e os organismos vivos são sistemas multidimensionais e interdependentes de flutuações. Plantas, animais e seres humanos passam por ciclos de atividades e repouso e todas as suas funções fisiológicas oscilam em ritmos de várias periodicidades. As civilizações ascendem e caem em ciclos evolutivos. O planeta tem seus ritmos e recorrências enquanto gira em torno do seu eixo e se move ao redor do sol. O ritmo também expressa as diferentes personalidades.
Os seres humanos podem ser reconhecidos por seus tipos de fala característicos, movimentos corporais, gestos, respiração, que revelam um certo ritmo pessoal. Esta compreensão está de acordo com os ensinamentos milenares da cultura oriental que entende o TAO como o processo da vida num contínuo fluxo e mudança. Todos os fenômenos naturais são manifestações de uma contínua oscilação entre dois pólos opostos e complementares, Yin e Yang. Para eles a ordem natural também é a do equilíbrio dinâmico. Ampliando ainda mais o universo conceitual da teoria quântica temos a necessária incorporação da teoria da relatividade (Einstein) às suas descobertas.
No mundo subatômico, as ditas “partículas” freqüentemente atingem velocidades próximas às da luz, o que obriga incorporar na teoria o tempo como um quarto vértice numa estrutura espaço-tempo quadrimensional. Espaço e tempo perdem suas características de espaço e tempo absolutos, formando um “continuum” onde não há mais passado, presente ou futuro. As anti-partículas podem ser compreendidas como partículas que teriam ingressado no domínio do “passado”. Foi em decorrência destas novas descobertas que começaram a se evidenciar os paralelos entre a física moderna e o misticismo oriental.
A exploração científica da estrutura dos átomos e da natureza dos fenômenos subatômicos fez com que se deparasse com uma estranha e inesperada realidade, forçando os cientistas a adotarem uma nova postura e a pensarem em novas categorias sobre a natureza da realidade.
Werner Heisenberg, um dos fundadores da teoria quântica e, ao lado de Albert Einstein e David Bohr, um dos gigantes da física moderna, foi o primeiro a descrever o modo como os físicos dos anos vinte vivenciaram os paradoxos quânticos.

Fritjof Capra, físico da atualidade, tem se dedicado ao estudo da transformação fundamental da visão de mundo que ocorre na ciência e suas implicações em termos sociais e culturais. Traçando o paralelo com as filosofias orientais, Capra reconhece o importante papel do paradoxo que, como nas tradições místicas, levaram nossos cientistas a alcançarem uma expansão da consciência que transcende o pensamento formal, lógico e analítico. “Sempre que a natureza essencial das coisas é analisada pelo intelecto, ela parecerá absurda ou paradoxal. Isso foi sempre reconhecido pelos místicos, mas só muito recentemente tornou-se um problema para a ciência”.(5) A reunião das novas descobertas científicas e a integração de suas conclusões aos diversos ramos da ciência, não só se aproximam dos conceitos da filosofia oriental e de outras tradições, como também demonstram haver a possibilidade de unificação de todas as áreas do conhecimento. Holismo pode ser sinônimo de conhecimento unificado.

Parece que alcançamos, enfim, o abençoado caminho do retorno.

* Este ensaio originou-se de uma palestra proferida no Conselho Regional de Medicina – CREMEB – Santo Antônio de Jesus – BA em 22/09/93. (1) Descartes – “O Discurso do Método” – cit. extraída de “O Ponto de Mutação”- F. Capra. (2) Idem – Idem (3) Citações extraídas de “Sabedoria Incomum” – F. Capra, seg. estudos de C. Merchant (4) R. D. Laing – “The voice of experience”, cit. extraída de “Ponto de Mutação” – F. Capra (5) Fritjof Capra – “Sabedoria Incomum”

Leia também: A Dança da Vida - Parte 1

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Atualizado em 10/26/2016

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