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A crise na Medicina e a importância de resgatar a Arte de Curar

A crise na Medicina e a importância de resgatar a Arte de Curar

por Roberto Debski
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Vivemos uma crise na Medicina. Não uma crise técnica nem na produção de conhecimento do saber médico.

A Medicina convencional e contemporânea evolui muito bem naquilo que se propõe, produzindo técnicas para diagnóstico de doenças, tratamentos medicamentosos, cirúrgicos e até genéticos cada vez mais modernos, avançados e caros.
Em menos de 100 anos saímos da descoberta do primeiro antibiótico, a penicilina, para a pesquisa com células-tronco, engenharia genética, transplantes de órgãos e medicamentos de ponta.

Deveríamos testemunhar a saúde mundial em alta, cada vez menos doenças e todos vivendo uma vida plena, saudável e feliz.
Porém, observamos nos países desenvolvidos epidemias das doenças crônicas como a hipertensão arterial, diabetes, a obesidade, o câncer, psicopatias e constatamos nos países do terceiro mundo uma mistura destas mesmas doenças junto ao recrudescimento de epidemias de tuberculose, malária, dengue, AIDS e gastroenterites.

Além disso observamos impotentes o alarmante crescimento dos transtornos psicológicos e psiquiátricos, tão ou mais incapacitantes que as doenças físicas.
A ansiedade, o estresse, a depressão e diversos outros transtornos psiquiátricos apresentam-se nos adultos, nos idosos e também em crianças. A conclusão advinda desses fatos é que esse paradoxo não se deve a problemas genéticos, já que nosso genoma não se altera tão rapidamente, mas sim a problemas de origem epigenética, epi significando “acima de”.

Acima da predisposição genética estão o estilo de vida, comportamentos, escolhas e decisões quanto ao que iremos comer, se iremos nos exercitar, fumar, ingerir álcool ou drogas, cuidar bem de nosso emocional e ampliar a consciência ou não. Estes são os fatores que irão determinar se adoeceremos ou permaneceremos saudáveis, se os genes das doenças ou os da saúde serão ativados ou desativados, se teremos alterações no colesterol, triglicerides, glicemia, se nosso metabolismo estará equilibrado gerando saúde ou desequilibrado desencadeando as doenças crônicas.

Não há remédios para fazer com que escolhamos, com sabedoria e consciência, somente remédios para tratar ou remediar as condições de saúde que nosso comportamento vier a desencadear. A maneira como a medicina e também a psicologia contemporâneas focam na doença, nos sintomas, no diagnóstico em detrimento das pessoas que adoecem, pode ser uma das explicações para a incongruência do avanço da tecnologia biomédica simultânea à explosão das doenças crônicas e mentais, e uma das explicações do por que as pessoas buscam cada vez mais especialidades da medicina integrativa para seus tratamentos, como a acupuntura, homeopatia, meditação e mudanças no estilo de vida.

A racionalidade médica ocidental não se dá conta que não deveria ser somente um saber científico, mas também uma arte de curar.
A Medicina Integrativa busca ser essa arte de curar que há muito foi perdida no tecnicismo e no olhar para o micro em detrimento do todo e do sistema.
A medicina convencional se distanciou de sua dimensão terapêutica na afã de investigar e achar explicações para as doenças, usando métodos diagnósticos modernos e sofisticados, especializando-se profundamente no cada vez menor, conhecendo cada vez mais sobre cada vez menos.

A singularidade do paciente e a totalidade biopsíquica foram esquecidas ou no mínimo relegadas a segundo plano.
Somos vistos como órgãos, tecidos e sistemas doentes, uma visão mecanicista e cartesiana, cujos tratamentos visam a desaparição destes sintomas e o trânsito por diversas especialidades cada uma avaliando e tratando uma “peça” da “engrenagem” como se fossemos máquinas.
As Medicinas Tradicionais como a homeopatia, a acupuntura, a Medicina Tradicional Chinesa e Ayurvédica levam em conta a singularidade de cada pessoa, a sua totalidade biopsíquica, os fatores sociais e biopatográficos, que causam a doença, e abordam individualmente a maneira de cuidar.

O objetivo não é somente tratar doenças, mas promover a saúde. O ideal não é tratar após a doença ter sido desencadeada, mas sim a prevenção.
O modelo não é centrado em hospitais e instituições de saúde, e sim centrado na pessoa que adoece, que volta a ser o ator principal no processo para a cura.
Assim temos a retomada da boa relação médico-paciente, tão distanciada nas últimas décadas. Inclusive a ideia de paciente enquanto pessoa passiva, que recebe e cumpre orientações do profissional médico, de cima para baixo e sem questionamentos se transforma numa relação entre um profissional facilitador e uma pessoa que procura ajuda, com autonomia, decisões e escolhas, além de responsabilidade por seu tratamento e cura, numa terapêutica centrada na pessoa.

As pessoas querem ser tratadas em sua totalidade, não somente diagnosticadas.
A questão da cura retoma sua importância. Cura no sentido de cuidado, atenção, como quando se prepara uma compota ou um doce, lentamente, para apurar seu sabor.
Toda relação humana é repleta de simbolismo, afetos e significados, e a relação médico/terapeuta-paciente/pessoa também o é e não deveria nunca perder essa essência.
A medicina técnico-científica buscou a objetividade e neutralidade, o que ocasionou afastamento e muita frieza na relação, um dos fatores para o aumento da insatisfação e até mesmo dos processos judiciais promovidos por pacientes decepcionados.

Integrar o melhor das duas racionalidades, a medicina convencional contemporânea e as práticas da medicina complementar e integrativa, é unir recursos poderosos e tornar muito mais eficiente o processo para uma cura plena, uma saúde do corpo e da mente, para a prevenção e qualidade de vida que todos desejamos.

Dr. Roberto Debski

Médico - CRM SP 58806
Psicólogo - CRP/06 84803
Coach e Trainer em Programação Neurolinguística


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Atualizado em 3/21/2017

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