Caminho para a unidade

por Isha Judd

Num mundo tão dual, é fácil se sentir separado dos outros. Conhecemos milhares de pessoas de todas as idades, religiões, crenças políticas: lutamos por salvar o planeta, criamos programas de resolução de conflitos, marchamos pela paz, tentando fazer a humanidade viver em harmonia. Mas no fundo sempre existe uma separação.

Também procuramos equilíbrio na nossa vida pessoal: um relacionamento, grupos de autoajuda, organizações, festas, tudo numa ânsia de encontrar um lugar onde pertencer.

Mas nessa busca toda, terminamos nos acomodando dentro de crenças e opiniões que já temos. Quando alguém não concorda com a gente, evitamos a pessoa. Tentamos nos cercar daqueles que apoiam nossas ideias, mesmo que sejam pessoas negativas. Vibramos numa busca sem fim para encontrar aquilo que nos faz sentir bem.

A nossa mente jamais está satisfeita. Onde quer que você for, vai se sentir insatisfeito. Sempre vai ter separação, divergência, e dualidade. Procuramos a unidade, mas na verdade criamos mais separação por casa dos nossos preconceitos, e nos distanciamos ainda mais do resto da humanidade, ao invés de nos unir em amor.

A ironia é que: todos somos exatamente iguais, é a nossa percepção que é diferente. Não importa em que lugar do mundo nos situamos, todos estamos à procura de amor. Todos queremos voltar para casa, todos sofremos o nosso próprio abandono, todos sofremos o auto abuso, e todos acreditamos, no fundo, que somos indignos do amor, usando múltiplas máscaras que cobrem nosso descontentamento.

Como atores no palco, estamos desempenhando um papel nesta grande ópera chamada vida. Alguns são cavaleiros numa armadura brilhante, outros são vilões misteriosos, mas a verdade – em essência, a nossa grandeza – é o amor.

O amor consciência está inspirado no coração das pessoas e admira a grandeza, independentemente das opiniões dos outros. É tocado pela paixão dos visionários com caminhos de vida diferentes e até opostos, mas não são os pontos de vista que ele admira, é a verdade nos seus corações.

Disso trata-se a vida: de ser fiel ao coração, não de ter a razão. Sempre haverá alguns que concordam com você e outros que não.

O amor incondicional é a única coisa que todos temos em comum, o único que nos une. Quando nos ancorarmos no amor incondicional, o poder do intelecto, a sua separação e ideias se tornam um eco distante. Nossas diferenças tornam-se pouco importantes. Unidos pela consciência do amor, nos fundimos como UM, retornando à experiência do amor puro incondicional em tudo, sem os contrastes da dualidade.

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