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Ter prazer não garante felicidade

Publicado por Bel Cesar em Espiritualidade

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Uma coisa é ter prazer, outra é ter felicidade. No entanto, o marketing de nossa sociedade consumista quer nos convencer a todo instante que quanto mais prazer tivermos, mais felizes seremos.

Lama Michel Rinpoche comenta em nosso novo livro Grande Amor (Ed Gaia): "Os parâmetros de felicidade que o mundo nos impõe são ilusórios. Basta ver a publicidade. Qual é a imagem de felicidade que se tenta passar? E por meio do quê? Dinheiro, bem-estar econômico, prazeres sensoriais, imagem pessoal, importância social, admiração... Por que comprar tal carro? Porque vão achar que sou legal ou uma pessoa importante. Esta é a imagem ideal da nossa sociedade. A imagem de felicidade baseada no bem-estar econômico é uma grande armadilha, uma grande ilusão". A ficha de que o prazer em si mesmo não gera a felicidade que buscamos já caiu para muitos de nós. Mas, o problema não está em ter prazeres, mas sim em atribuir a eles uma função que não são capazes de cumprir: dar felicidade. Lama Michel esclarece: "A felicidade é um estado de verdadeiro bem-estar no qual a pessoa não deseja que nada seja diferente daquilo que ela está vivendo. É um sincero "tudo bem", que sentimos quando paramos de lutar contra o mundo. Quando estou feliz tenho satisfação, sinto-me bem comigo mesmo e com o mundo à minha volta. A felicidade é um estado no qual você não está em conflito com absolutamente nada. Nesse sentido, é um verdadeiro bem-estar". Enquanto a natureza do prazer é a insatisfação, a natureza da felicidade é a satisfação.

Lama Gangchen Rinpoche nos ajuda a refletir sobre essa questão quando nos alerta: "Sempre achamos que realizar nossos desejos é o nosso maior prazer. Nosso prazer inicial, porém, como lamber o mel no fio de uma navalha, é logo seguido de uma dor profunda e duradoura. Ter prazer nos traz alegria; o desejo nos traz infelicidade. Por favor, percebam essa diferença". O prazer torna-se sofrimento somente quando perturba o equilíbrio de nossa mente.

É fato: todos nós queremos um estado de bem-estar constante. Mas, se não tivermos clareza do que buscamos, poderemos buscar no lugar errado. Lama Michel Rinpoche ressalta: "O bem-estar constante surge da capacidade de reconhecermos nossa satisfação interna. Em tibetano, a palavra para satisfação é tsog-schen. A ideia é não querer mais do que temos, pois já temos o suficiente. Podemos até obter mais; no entanto, não é preciso, já estamos satisfeitos. Apesar de sabermos que a felicidade material, os prazeres sensoriais e a autoimagem são coisas momentâneas, passamos a vida trocando de brinquedos. O problema não está nos brinquedos, mas sim na brincadeira. Não está no dinheiro nem nos prazeres sensoriais, mas no fato de projetarmos neles a ideia de felicidade estável. Isso porque o resultado da satisfação sensorial é a insatisfação emocional. Acabou? Quero mais! Ou pelo menos quero manter o mesmo nível de satisfação, o que não é possível". Então, o ideal é reconhecer o momento em que nos sentimos satisfeitos quando ainda temos prazer. Pois, o problema não está no prazer sensorial, nos bens materiais nem na autoimagem, mas sim no fato de projetarmos neles a nossa felicidade. "Todo bem-estar material é passageiro. O objeto de prazer pode continuar onde estava, porém, chega um momento em que ele não nos traz mais felicidade. Até o carinho físico, quando exagerado, pode nos irritar. A insatisfação vem do fato de termos a expectativa de obter algo que, por si, não se sustenta", complementa Lama Michel.

Em resumo: o prazer é uma experiência sensorial, já a felicidade é o estado mental com que lidamos com esta sensação prazerosa. Por isso, o prazer não garante a felicidade, pois esta depende do significado e função que atribuímos a ele. Não há nada de errado em ter prazeres se soubermos lidar com eles!

Assim como Lama Yeshe enfatiza: "A lógica do Tantra é bastante simples: nossas experiências comuns de prazer podem ser usadas como recurso para a obtenção de uma experiência de totalidade ou iluminação sumamente prazerosa. É natural que qualidades da mente, quando cultivadas, produzam algo similar a elas mesmas, e não opostas. Isto é válido tanto para estados mentais positivos quanto negativos. Do mesmo modo que a insatisfação em si nunca pode se tornar satisfação, a tristeza não se transforma naturalmente em felicidade".


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Sobre o autor
bel
Bel Cesar é psicóloga, pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano desde 1990. Dedica-se ao tratamento do estresse traumático com os métodos de S.E.® - Somatic Experiencing (Experiência Somática) e de EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares). Desde 1991, dedica-se ao acompanhamento daqueles que enfrentam a morte. É também autora dos livros `Viagem Interior ao Tibete´ e `Morrer não se improvisa´, `O livro das Emoções´, `Mania de Sofrer´, `O sutil desequilíbrio do estresse´ em parceria com o psiquiatra Dr. Sergio Klepacz e `O Grande Amor - um objetivo de vida´ em parceria com Lama Michel Rinpoche. Todos editados pela Editora Gaia.
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