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Bate e Alisa! Mais sobre relacionamentos Perversos

Publicado por Silvia Malamud em Psicologia

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Conheço um casal que poderia ser visto à distância, como um casal modelo. Ela, linda, jeitosa, delicada, boa família e ainda excelente profissional. Ele, não menos capaz, carreira promissora, bom partido. Suzane, nome que daremos a tal moça, não sabe o que fazer para agradar o marido, que por sua vez parece ser bastante atencioso com ela.

Ano passado tive a oportunidade de rever este gracioso casal, que mora em Miami. Confesso que não pude deixar de notar, que após quase dois anos sem vê-los, uma diferença sutil, mas ao mesmo tempo brutal, foi claramente vista, no momento em que reencontrei o casal. Suzane continua delicada e ainda com seu sorriso doce, mas perdeu visivelmente o seu conhecido brilho. Por instantes me perguntei o que poderia ter acontecido em sua vida. Ele, vamos chamá-lo de Matias, ao contrário dela, continua com o mesmo porte de quando o vi pela primeira vez.
Como moram longe de nós, apenas ouvi alguns comentários distantes de alguns amigos em comum, sobre o funcionamento do casal e de como os amigos mais próximos foram se afastando. Comentam que, vez por outra, ele cria algum caso com pessoas de nível social mais baixo que o dele ou alguma conversa caminha para um clima desagradável, quando ele está junto e fica com a opinião irredutivelmente adversa a algum tema abordado. Outra coisa, quase nunca está de acordo com os programas escolhidos entre amigos e, a priori, sempre conclui que as suas ideias são as melhores. Nas ocasiões, quando é preterido, prefere abdicar de qualquer companhia saindo sozinho com a esposa. Abrir mão dos seus programas e de suas ideias? Jamais!

Dessa vez, porém, pudemos presenciar tal situação in loco e infelizmente não foi diferente. Escolhemos ir ao cinema, mas Matias parecia não se satisfazer com nenhuma opção de filme. Mostrando-se mal humorado e impaciente apesar de ter concordado anteriormente com o programa. Após algum tempo, decidiu que não queria mais ir, oferecendo uma outra opção de saída que já havíamos conversado e que ninguém queria fazer. Neste momento, todos se entreolharam e ainda tentando mudar o clima de Matias, buscaram convencê-lo para ir junto, o que foi impossível. Após ouvir os argumentos, continuou impassível e praticamente ordenou que Suzane se levantasse e, de modo educado, disse que preferia ver um filme em casa dizendo que, "na boa," poderíamos ir tranquilamente ver o filme que havíamos combinado. E fez questão de refrisar: "na boa"... Façam seus programas, não quero incomodar vocês, " tá tudo bem".

Você deve estar se perguntando como ficou Suzane nessa situação... Pois bem, ela ficou como você deve estar imaginando, passada! Tentou argumentar algo, mas foi em vão, além de não ter sido ouvida, não quisemos nem pensar o que poderia acontecer nos bastidores se ela o contestasse mais do que vimos. Muito sem graça, pediu desculpas a todos nós, e por fim, o casal acabou se retirando. No dia seguinte, saímos novamente juntos, mas como situações desse tipo eram recorrentes, algumas pessoas acabaram inventando desculpas e optaram por não sair com eles. No terceiro dia, não havendo mais saída e, porque todos sempre gostaram muito de Suzane, decidiram sair e, dessa vez, como sempre acontece e não exatamente numa ordem previsível, de acordo com nossos amigos, ele se comportou de modo impecável... E ela, visivelmente abatida, tentou se divertir, como era da sua natureza e como sempre o fizera conosco. Como vocês sabem, turmas de amigos ficam bem mais coloridas, quando os que estão presentes somam, trazendo suas opiniões, mesmo que distintas. São ideias que em geral têm algo em comum com o grupo ou se não têm, buscam ter ou se adaptam. Neste caso, porém, fica evidente que além da dificuldade de Matias se adaptar, que ele vive uma situação com a sua parceria afetiva que a desestabiliza em amplo espectro, incluindo na sua sociabilização. E exerce por meio de atitudes de abuso emocional que visam desestabilizar a vitima, no caso, Suzane, com o que costumo nomear de "bate e alisa". A vitima em questão é a nossa querida amiga.

Suzane está num difícil e delicado momento onde todos já percebem a cilada em que se meteu e -a olhos vistos- ela "definha" em sua luz própria.

Relacionamentos predadores, dessa ordem, enganam suas vítimas por demais, confundem-nas e no final as levam a duvidar de si mesmas, de suas convicções, exatamente porque, num dia, eles são maus, roubam-nas de cena e, no outro dia, ou às vezes ainda no mesmo dia, resolvem ser as pessoas mais legais do mundo e, aparentemente, ficam "mega de bem com a vida" e com todos... Mas não se enganem, esse tempo de paz tende a ser de breve duração, ou seja, até o próximo momento difícil... E assim vão sequencialmente desestabilizando de modo drástico suas presas, até que elas evoluam para um estado de total falência emocional.

Se acaso se perceber num relacionamento repleto destas inconstâncias emocionais, em que praticamente pisa em ovos com receio de uma nova mudança de rumo no humor do parceiro, desperte e vá para bem longe dessa pseudorrelação conhecida também como "Bate e alisa".

Ele é mau, mas depois é bonzinho... quem precisa disso na vida?

Por isso mesmo, aqui vai o meu alerta de sempre: o quanto mais despertos, melhor!


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Sobre o autor
silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

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