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Você é viciado em algo?

Publicado por Silvia Malamud em Psicologia

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Em nossa sociedade narcísica, onde o que vale é o supérfluo, o efêmero e o fugaz, a dificuldade para se lidar com a frustração está em alta. Existe, como consequência, a falta de tudo o que pode significar estrutura interna e que poderia oferecer um norte de significados.

Por conta dessas demandas, em geral, as pessoas encontram-se vazias demais e sem conteúdo em meio às suas angústias inomináveis. Saem sem rumo, em suas frenéticas buscas de tentativas de preenchimento desses buracos emocionais, ao mesmo tempo em que procuram dar um sentido de legitimidade às suas vidas.
Considerando que essas angústias são muito grandes e que na sociedade moderna o que impera é a performance, um grande número de pessoas tem se afundado em vícios e transtornos, na tentativa de sedar o sentimento da dor que os espaços vazios de significados contêm. Como tentativas alucinantes de preenchimentos, sobrevém as dependências de tecnologia, uso de aparelhos celulares, videogames, vícios em internet (jogos e participação nas redes sociais, bate-papos, whatsapp, compras online e outros).

Nos dias de hoje, coisas e situações que podem dar sentido à vida são altamente mutáveis, nada é fixo. O que pode significar ser o máximo no momento, na ilusão do prazer de preencher, pouco tempo depois pode mudar, pois algo supostamente melhor pode aparecer em meio a um brilho inusitadamente diferente. Como tudo fica sob o olhar da brevidade e do efêmero, o mundo interno raramente permanece a contento.
Por conta de toda essa demanda e pela enorme dificuldade de se lidar com o vazio, a maioria dos jovens da nossa época tenta sobreviver no meio desta maré, aparentando estarem fortes, mas estão vulneráveis. Vícios, portanto, acabam tendo a função de anestesiar toda a ansiedade advinda dessas questões.
O problema é que vícios em geral também podem ser relacionados a situações de conflitos na tentativa de preencher frustrações, só que não funcionam. Essas questões vêm de exigências emocionais e fica impossível de se resolver enquanto não se entrar em contato direto com as mesmas. Fica-se então agindo na tentativa de se preencher um suposto "saco" que é sem fundo, portanto, impossível de se conseguir êxito.
Outros sinais da mesma ordem aparecem quando as pessoas começam a comprar produtos e coisas em demasia e que no final nem vão usar.
Quando as pessoas se veem nessa rota de vícios e ainda naqueles momentos onde se questionam do porquê fizeram ou agiram de modo cego em seus vícios, é possível tratar o problema com terapia e, muitas vezes, antidepressivos também são acionados como coadjuvantes nos processos de resgate de conteúdos internos saudáveis e também para se conter os impulsos.

Atualmente tanto homens como mulheres podem sofrer desses transtornos relacionados aos vícios na busca de preenchimento do vazio ou mesmo como substitutos, ou seja, quando não se consegue lidar com determinados assuntos, muitas vezes acontecem os tais desvios de conduta, uma espécie de distração da mente para que o emocional avassalador não tome conta do psiquismos por inteiro. Muitos, portanto, passam grande parte da vida viciados em trabalho. Nesses casos, há um mascaramento do lugar depressivo, a vida está vazia e quanto menos vive na frequência do prazer, mais a libido, ou o que dá alegria é transferido para outras situações de realidade, aqui estamos focando no excesso de trabalho que funciona como defesa para que não se olhe ou se enfrente questões maiores que clamam por serem resolvidas. Nessas situações o estado ilusório de prazer e de conquistas anda passo a passo com um desconforto existencial que tende a ficar cada vez maior, ou seja, o quanto mais a pessoa setorizar a sua vida priorizando apenas um tipo de conquista e dedicação. A vida urge de modo global em todos nós, excesso de trabalho nos remonta a percepção daqueles animais que usam viseiras para não poderem olhar dos lados e apenas seguirem em frente.
Como resultados deste tipo de postura, menos serão as oportunidades de se ter amigos e relacionamentos fora do ambiente de trabalho. Portanto, é da máxima importância ter cuidado com os excessos, sejam eles de qual ordem forem e, no caso aqui, buscar ter limites em suas atividades. O tratamento é feito com terapia e buscando atividades diversas que deem prazer, conseguindo compensações mais saudáveis.
Com relação aos games, por exemplo, o vício surge geralmente em adolescentes e jovens que passam a se socializar relacionando-se apenas atrás das telas de um computador, uma evidência da dificuldade em lidar com as frustrações e da ansiedade de lidar com o novo. A tela, portanto, funciona como uma tela de proteção.
Os sinais de que algo está errado podem ser sintomas físicos e problemas de saúde.
Os pais, por sua vez, devem ter empatia frente às dificuldades dos filhos e ainda assim colocar limites claros. Quando necessário, buscar por orientação externa, incluindo a possibilidade de auxílio terapêutico para os filhos que têm mais dificuldades para enfrentar a realidade fora da web. Já existem clínicas de desintoxicação de viciados em tecnologia espalhadas pelo mundo, denotando o quanto essa novo comportamento social tem se tornado danoso.

A rotina corrida e estressante tem aumentado os casos de depressão e ansiedade porque dificulta sobremaneira a possibilidade das pessoas terem tempo para elaborarem suas próprias vidas, pois ficam o tempo todo ligadas no piloto automático, sem fazerem reflexão alguma e nem se questionarem, o que pode levar a uma vida de vícios, depressão e de reatividades de toda ordem somadas a movimentos de agressividade.
Em casos de pais e filhos, é importante que os genitores estejam mais presentes e que busquem compreender as dinâmicas emocionais, a cultura e as demandas que vivem e sempre buscando saber impor limites saudáveis sem tirania, mas com poder para delimitar espaços e atitudes necessárias. Abrindo espaço para que o adolescente possa ver a realidade de modo diferente de quando eles estão como reféns em vícios da web ou do que for. Não é possível fazer uma reflexão se ficarmos presos nos vícios e imersos nos mesmos ambientes.

O tratamento é possível fazendo terapia e seguindo as instruções de profissionais adequados e, quando necessário, utilizando medicação quando indicada também pelo profissional da área específica para isso.


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Sobre o autor
silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

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