Você compartilha verdades?

Você compartilha verdades?
Autor Flávio Bastos - [email protected]
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No turbilhão de acontecimentos ao qual estamos inseridos, a verdade representa uma tema esquecido nas arestas do tempo e do espaço. No entanto, esse "elo perdido" necessita ser resgatado para que o ser dotado de inteligência e extraordinário potencial de expansão da consciência, acrescente qualidade de vida em sua curta trajetória terrena.
Embora mal compreendida e maltratada, a verdade de cada um sobrevive com o passar dos séculos, à espera do contato íntimo para que a essência se realize em sua plenitude.
Mentes confusas e comportamentos doentios, que bloqueiam o desenvolvimento integral do indivíduo, revelam nos bastidores dos desequilíbrios psíquicos-espirituais, o desvio de rumo em relação a si mesmo, o que o afasta cada vez mais da possibilidade do encontro com o seu verdadeiro eu.

A ignorância, observada no seu aspecto filosófico e transcendental, é a luz fraca que mal ilumina caminhos, nos quais tropeços e desvios de rumo ocorrem a todo momento. Porém, à medida que começamos a penetrar no desconhecido de nós mesmos, que é aquilo que ignoramos, e desafiar medos e condicionamentos, a luz interior torna-se mais intensa e o campo de nossa visão mais abrangente. A esse processo, lento e contínuo, chamamos "lucidez".
Entretanto, nesse peregrinar em busca do self inserido num contexto coletivo de humanidades, as ilusões significam os percalços do caminho, onde o amor é um enigma a ser decifrado pela essência em processo de libertação.
Nessa procura, a pesada bagagem de vidas passadas, deve ser aliviada pela compreensão daquilo que carregamos através do modelo emocional-comportamental que torna-se crônico com o passar do tempo. Ou seja, o mal estar existencial que sentimos hoje, é consequência de algo não resolvido em vivências anteriores e atual, que acumula na bagagem e transforma a sensação de desconforto em desarmonia do corpo e da alma.
Nesse ato contínuo decorrente de atos pretéritos, o ser que desperta para o potencial interior, interliga as suas experiências de forma mais focada, orientado pelo instrumento da verdade, o que torna-o cada vez mais lúcido em sua caminhada.

Nessa direção, a verdade de cada um passa pelo necessário conflito com o conjunto de crenças e valores que encontra-se gravado no modelo emocional-comportamental que nos acompanha. Sem a crise, a superação, a reflexão e a reforma interior, continuaremos dependentes de um estado de coisas, atrelados a preconceitos e bloqueios que limitam a visão de vida e de mundo.
Somos agentes de nossos próprios destinos, ou seja, hoje somos a consequência do ontem, e essa maravilhosa dinâmica existencial informa-nos que a sensação de felicidade depende de nós mesmos, ou de como processamos as nossas escolhas de vida.
Contudo, a simbiose: eu + mundo + universo, não estará completa se não acrescentarmos um quarto elemento nessa fórmula, o "ele" ou o "outro", nosso semelhante que compartilha medos, angústias, expectativas e verdades.

Para o psicoterapeuta que trabalha com a realidade interdimensional de seu paciente, existe uma certeza: o lado obscuro da mente é aquilo que negamos como verdade, mas que pode ser revelada à medida que o indivíduo elabora e se conscientiza do processo causa-efeito de seus desconfortos psíquicos. São "pequenas verdades", que ao longo do tratamento, acendem a luz interior no sentido da autocura.

O desafio na direção da verdade de cada um é uma incursão na área mais sombria do ser humano, que guarda segredos e protege o indivíduo de reexperimentar sensações de dor e sofrimento acumuladas ao longo de sua história. Portanto, sob o ponto de vista da individualidade, a verdade de cada um é única e intransferível, mas se aproxima do outro no que diz respeito às características humanas. Nesse aspecto, é impossível dissociar a verdade individual da verdade coletiva, porque as nossas expectativas de presente e futuro se assemelham e interdependem no sentido de sua realização.

Para finalizar, concordo plenamente com a filosofia de Osho quando afirma que precisamos compartilhar verdades: "Respeitar a verdade de cada um é um aprendizado valioso, sem o qual jamais conseguiremos construir um mundo de paz, pois a paz e a harmonia só podem brotar onde estiverem presentes a compaixão e a solidariedade".

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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