O que o ano velho tem a ver comigo?

O que o ano velho tem a ver comigo?
Autor Flávio Bastos - [email protected]
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"Tudo passa e o bem permanece". (Bezerra de Menezes)

A passagem do tempo e os ciclos da natureza impressionam mesmo nossos mais antigos ancestrais. E os rituais de passagem têm servido desde sempre para pontuar esse ritmo repetitivo que os homens observam em tudo à sua volta. "Os rituais de passagem respondem às necessidades básicas arquétípicas", diz Denise Ramos, analista Junguiana.
"Se você vai receber o novo, tem que estar acordado para se livrar do ano velho", explica Denise. E para ajudar a espantar o mal e atrair o bem, fogos de artifício!
"O barulho tradicionalmente espanta os maus espíritos e os fogos colorindo o céu passam a ideia de comunicação com os deuses. As velas acesas pela casa também guardam esse sentido de ligação com o transcendental, são tradicionais veículos de elevação espiritual".
Segundo Luis Roberto Scholl, em seu artigo "A sabedoria do desapego", pode parecer utopia falar em desapego em uma época em que uma das frases mais pronunciadas é: "E o que eu ganho com isso?" onde a troca de interesses impera nos relacionamentos sociais e profissionais, resultando numa sociedade calculista, egoísta e inescrupulosa. As consequências destas atitudes são as desigualdades sociais, a corrupção como regra comum e o individualismo predominante.
Sábio é aquele que renuncia pela força da verdade a si mesmo, libertando-se do egoísmo - caminho seguro para a felicidade plena. Os espíritos superiores nos orientam a agir no bem sem segunda intenção, a sacrificar o interesse pessoal pelo bem comum, exercitando a mais meritória das virtudes: a verdadeira e desinteressada caridade.

Desapegar-se é preservar a alma livre das coisas exteriores, libertando-se das paixões e do ódio (e dos impulsos que o geram). O meio mais eficaz de combater o predomínio da natureza corpórea é praticar a abnegação e o desprendimento de si mesmo.
Quando se propõe o desapego, não significa abandonar o "mundo", mas entender a existência terrena como transitória e impermanente; o que é imortal e verdadeiro é o espírito. Desconhecendo ou abdicando desta verdade, muitos comprometem a saúde, a família, os amigos e a própria felicidade em busca das conquistas temporárias.
A vida é feita em ciclos. É preciso saber quando uma etapa chega ao seu final e permitir que ela se encerre. O fim de um emprego, de um relacionamento, um filho que parte para longe, um amigo que desencarna. A felicidade consiste em desapegar-se das coisas, pessoas, situações e sentimentos, e permitir que uma nova etapa se inicie em nossa vida, assegurando-nos de não ficarmos magoados e nem deixarmos mágoas nos outros. Isso não significa amar menos ou descuidar, mas, ao contrário, enquanto o amor liberta e cuida, o apego aprisiona e sufoca.

Mensagem de uma Leitora
Há pouco tempo, escrevi um artigo baseado em uma experiência de obsessão espiritual, relatada por um amigo. Pois bem, agora recebo a mensagem de uma leitora do Rio de Janeiro, que descreve a sua experiência espiritual, quando foi passar um final de semana em um sítio de uma amiga, no interior daquele estado. É o que veremos a seguir.

"O sítio é antigo, cerca de 80 anos, e foi morada de uma família de imigrantes franceses. Há seis meses, faleceu uma senhora que era uma das pessoas responsáveis pela segurança, manutenção e cuidados em relação à casa onde hospedam-se os atuais proprietários, que residem na cidade do Rio de Janeiro. Esta senhora, que deixou marido e filha, nasceu e viveu naquela propriedade até a sua inesperada morte. À noite, depois que a família de minha amiga retirou-se para os seus aposentos, liguei o laptop e comecei a navegar na internet. Somente eu me encontrava acordada na casa e o relógio de parede da sala de jantar marcava exatamente meia-noite. Foi quando num relance vi uma sombra projetada sobre uma parede próxima, passar em movimento como se fosse uma pessoa em deslocamento. Fiquei curiosa, mas continuei a navegar na internet. o silêncio era absoluto naquele início de madrugada. Cansada e com sono, resolvi desligar o computador e dirigir-me até a cozinha para tomar água. Aproveitei a situação para fazer um teste com a minha própria sombra em relação à lâmpada da cozinha e ao que eu havia presenciado, e cheguei à seguinte conclusão: a sombra (ou vulto) que vi em deslocamento, saiu da sala de jantar onde me encontrava, projetando a sua sombra na parede do pequeno corredor que dá acesso à cozinha, pois não ouvi um único ruído, a porta externa da cozinha estava trancada e, mesmo se alguém tivesse entrado pela cozinha, a sua sombra não seria projetada no corredor interno de acesso à mesma".

Comentário
Casas antigas podem guardar segredos invisíveis para muitos, mas visíveis para aqueles que possuem a faculdade mediúnica desenvolvida ou em desenvolvimento. O apego às coisas materiais ou sentimentos não resolvidos de luto, que prendem ao local o espírito que desencarna, são os principais motivos destes permanecerem na "prática" daquilo que faziam enquanto encarnados. Muitos espíritos metódicos, apegados às suas rotinas permanecem cumprindo rituais, indiferentes à presença de pessoas no local. Essa realidade de âmbito interdimensional, ocorre muito mais do que podemos imaginar e revela o apego que temos aos sentimentos de posse relacionados à experiência física do espírito. Portanto, o ano velho traz em seu simbolismo, o apego que cultivamos com as vivências na materialidade, enquanto o novo ano representa o renascimento, ou seja, o necessário desapego daquilo que ficou para trás. Caso contrário, permanecemos repetindo padrões de comportamento onde o apego nos acompanha tanto na vida quanto na morte. Nunca é demais lembrar e praticar a "máxima" que vimos anteriormente: "o apego sufoca e aprisiona, enquanto o amor cuida e liberta".

Texto revisado


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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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