Esvaziamento necessário

Esvaziamento necessário
Autor Teresa Cristina Pascotto - [email protected]
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Muitos estão buscando as verdades sagradas e trilhando a jornada do autoconhecimento. Durante muito tempo estas pessoas têm realizado trabalhos internos de variadas formas, na intenção de despertarem a consciência.

Esta é uma longa jornada e se não houver aceitação dos inevitáveis momentos de dor, angústia e sofrimento que, naturalmente, um profundo trabalho interno traz, as pessoas entram em profunda agonia e desespero, que leva à desesperança e à vontade de desistir de tudo.

Porém, por mais que estas pessoas queiram desistir do caminho, por não acreditarem mais (porque, após uma tão trabalhosa e longa jornada, tudo o que sentem é dor e sofrimento), elas sentem e sabem que não há como parar, não há como desistir. Se desistirem, permanecerão nesse estágio em que chegaram, permanecerão na dor e no sofrimento. Não há mais como voltar atrás e ser novamente um ser inconsciente das verdades, que vivia de ilusões. Não há retrocesso. A pessoa pode parar tudo, mas continuará a sentir muita angústia e até mesmo pânico, pois a consciência que alcançou, faz com que fique mais sensível ao mundo e às energias que vibram no coletivo.

Elas só podem prosseguir. Devem continuar a buscar e a tentar novas formas de cura interior. Para muitos, que já realizaram muitos trabalhos internos “terapêuticos”, que já se propuseram a viver experiências de cura das mais variadas formas, incluindo as mais profundas, houve muita mudança em seu cenário interior, porém, no cenário exterior de suas vidas, aparentemente nada mudou e, muito provavelmente, tudo está “parado”. Estas pessoas sentem que estão perdendo tudo, não de forma material exatamente, mas também poderão passar por períodos de perdas materiais, de mudança na sua realidade de vida humana. Há uma profunda sensação de esvaziamento: de forças, de crenças, de fé, de esperança, de vitalidade, de objetivos, enfim, um esvaziamento generalizado, que pode incluir condições materiais e até mesmo perda de amizades, parceiros, companheiros.
Essas pessoas poderão se sentir perdidas no mundo, perdidas dentro de si mesmas, totalmente desorientadas, sem vontade de se reorientarem. Elas não acreditam mais, pois já fizeram uma longa jornada e seus egos criaram muitas ilusões a respeito das curas, a respeito dos resultados desta trajetória. Portanto, há uma profunda desilusão.

O ego é surpreendido com a condição de “não ter mais nada” e, pior e mais angustiante, de “não querer mais nada”. A pior sensação deste momento é justamente a pessoa perceber que tudo ruiu, que houve um grande esvaziamento geral, principalmente de suas forças, porém ela sente que NÃO QUER MAIS NADA. Sente que não se importa com mais nada. Muitas pessoas sentem “vontade de morrer”, pela grave indiferença generalizada por sua vida. Elas não querem se matar, mas gostariam de “estar na sua hora de morrer”, sentem que não há mais motivos para viver, porque não acreditam em mais nada e não querem mais nada.

A vida de todos os humanos é direcionada pelo ego, que tem compulsão por “querer”. Querer sempre algo impossível, ou algo possível, mas com a garantia de que perderá. O ego só quer querer. Enquanto ele perde algo, ou se frustra por não ter conseguido algo, ou conseguiu e logo se desinteressou, ele está sempre criando um novo querer para substituir os anteriores, criando sempre um ideal a partir das suas ilusões sobre a vida. Assim, as pessoas caminham e se sentem alegres, frustradas ou irritadas, mas sempre tem “motivações falsas criadas pelo ego” e é isso que impulsiona as pessoas para seguirem em frente. Mas quando despertam profundamente a consciência, se desesperam com o fato de que não querem mais o que antes queriam, que não gostam mais do que antes gostavam, que não sentem mais prazer nas coisas que antes lhe davam prazer. E muito mais coisas acontecem interiormente com as pessoas nesse sentido.
A pessoa já não pode mais se enganar e se iludir. Quando algo acaba em sua vida ou ela perde algo, apesar de sentir dor, a pessoa se torna indiferente, não se importa mais com o que perdeu, pois sente que não sentia nada com relação àquilo que tinha e perdeu. Essa ausência de querer, de se importar e de lutar para ter algo de novo, é extremamente angustiante.

Juntamente com esse quadro de indiferença, como algumas camadas do inconsciente da pessoa foram reveladas, aquilo que estava oculto, aprisionado para que a pessoa não sentisse sua realidade interior, vem à tona. Normalmente, o que eclode são os sentimentos mais assustadores, as pessoas experimentam angústia profunda, tristeza, ficam deprimidas ou trazem à tona uma depressão que tentavam negar, medos variados e, o pior, é ativado o pânico que sentem da vida em si. Estes sentimentos reprimidos e ocultados pelo ego, estão atrelados ao sentimento de vazio existencial, a todas essas sensações de indiferença generalizada. A pessoa pode estar prestes a perder seu emprego, por ex., e em pânico com isso, mas ao mesmo tempo ela não sente nada, ela não quer ou melhor, não consegue, se erguer e se fortalecer para dar o seu melhor e, com isso, se manter empregada. É quase como se ela no fundo quisesse ficar desempregada, pois antes, ter um emprego e uma carreira, fazia sentido para ela, mas agora, nada mais faz sentido. Ela se questiona sobre a vida e sente que é tudo muito vazio, sem importância. Acordar todos os dias e viver as rotinas, dentre elas, ir trabalhar e buscar formas de se desenvolver profissionalmente, não faz mais o menor sentido para a pessoa. Ela se pergunta: para que? Por que devo prosseguir? Aonde isso vai me levar?

Mantendo o exemplo do trabalho, ela sabe que depende dele para sobreviver e fica preocupada com o fato de que se não reagir adequadamente, ficará desempregada e não terá condições financeiras para sua sobrevivência. Ela sabe de tudo isso, mas a profunda desesperança e o vazio profundo, pela falta total de sentido na vida, faz com que a pessoa fique “paralisada e alheia”, somente esperando ficar desempregada e, quando isso ocorre, ela lamenta, mas não consegue reagir. Esse esvaziamento de conteúdos internos que antes a motivavam para a vida, mesmo que de forma ilusória porque era tudo proveniente do querer do ego, é necessário, mas muito perigoso, se a pessoa não for atenta e perseverante em seu processo de vida, pois ela poderá se entregar à total apatia, se entregar a um grave enfraquecimento generalizado de todas as suas forças, de todos os seus corpos. Se esta pessoa é perseverante e realmente acredita no processo, ela então poderá ficar desempregada, sem reagir, apática, como se estivesse dissociada de si mesma (e está), assistindo a tudo, à sua ruína, à sua derrota diante da vida, mas manterá seu propósito de seguir em frente e mudar essa condição, de continuar buscando a cura. Ela então conseguirá ter uma mínima reação positiva, que a levará adiante, mas com muito esforço, pois tudo nela é vazio e desolação.
Ela sente e sabe que não quer mais nada, que não se interessa por mais nada e por mais ninguém. Dependendo da vida da pessoa, ela poderá se isolar, romper relacionamentos e conviver apenas com aqueles que estão na sua vida, mas sem estar presente de verdade.

Como já disse, apesar de toda essa indiferença e vazio, em que a pessoa não sente nada, ao mesmo tempo, como forma de ajudar a pessoa a reagir, ela também sente angústia, depressão, medos e pânico. Sem estas sensações, ela se abandonaria totalmente, a apatia a deixaria se entregar, sem tentar reagir. Mas quando ela sente angústia e pânico, ela sofre muito e então, pelo menos assim, ela reage percebendo que precisa mudar sua vida, senão continuará prisioneira de si mesma, no calabouço da angústia e do pânico, interno e profundo no seu inconsciente, e não conseguirá sair de lá, mesmo que busque ajuda de medicamentos psiquiátricos para isso.
É uma fase muito difícil do processo de despertar da consciência, na busca pela cura real, na busca pela transcendência verdadeira da vida ilusória para a vida real.
Entre a indiferença e a apatia, a angústia e o pânico entram em cena e deixam a pessoa desesperada. Mas seu ego só quer se livrar desses sentimentos horríveis, para ficar tranquilamente abandonado no vazio profundo e angustiante de seu ser.

A pessoa sofre pelo medo, e no fundo sabe que precisa ir além, mas ela se sente sem forças. A sensação que ela experimenta é de que lutou muito durante essa longa jornada espiritual de despertar e que exauriu suas forças. A luta que o ego trava contra o fluxo da evolução no processo é que leva a pessoa a ficar exausta e sem forças e não o processo em si. Ela acredita então que não há mais solução para sua vida, que tudo se perdeu, se destruiu e que não há mais nada que possa fazer para mudar sua vida, mesmo porque, ela agora sente que não quer mais tentar outra vez, não quer mais acreditar na jornada, fazendo profundos trabalhos internos, mergulhando em seu inconsciente para conhecer mais desse cenário oculto, fazendo trabalhos para curar as condições internas, para no fim, todo esse trabalho “dar em nada”. Esta é a percepção distorcida do ego e não é a realidade.

Na jornada é fundamental que a pessoa solte tudo o que é proveniente da vida construída pelo ego, portanto, esse esvaziamento é necessário, assim como o afloramento dos sentimentos mais profundos e sombrios também é necessário. Está tudo certo em termos terapêuticos, em termos de processo de vida na jornada da alma. Somente a experiência nesse contexto é assustadora, e com razão.
Se não houver perseverança e esforço consciente, a pessoa não reagirá e se entregará. Tentará até mesmo se acomodar à angústia e ao pânico, ao invés de tentar tratar de verdade, que no caso seria entrar em contato com isso, sentir e buscar caminhos para a cura real, enfim, se trabalhar a respeito da angústia e do pânico, até que eles se dissipem e não sejam mais necessários para não deixar a pessoa se acomodar.

Portanto, por mais que a pessoa se sinta de verdade sem forças e sem vontade, sinta a força da apatia mantendo-a paralisada, ela tem que reagir, precisa desejar encontrar as forças internas reais que tem para lidar com isso e transcender essa condição. Isto tudo faz parte do caminho da cura real, não há como “pular essa parte”. O certo é a pessoa passar por isso, sustentando a consciência, sendo observadora de si mesma, sempre desejando ir além, mesmo que tudo dentro dela lhe diga para abandonar tudo, para “morrer” na indiferença.
Aqui, somente os corajosos e perseverantes conseguem passar por esta etapa tão dolorosa e sombria.
A humanidade chegou ao ponto quase máximo de recursos de cura para os males da alma, mas ainda todos estão cada dia mais em sofrimento, principalmente os que estão ainda inconscientes. É preciso que alguns corajosos consigam ir além daquilo que se entende por limite de cura, que se empenhem ao máximo e nunca desistam de tentar mais uma vez, fazer mais um pouco por sua cura, que se proponham a ir além, mesmo que não exista nenhum caminho formado nesse sentido, pois esta é justamente a grande questão que aprisiona as pessoas neste nível: não há nada que apoie a cura real, pois ela ainda “não existe”, existe em potencial criativo e vibra intensamente, mas somente alguns conseguem sentir esse potencial de cura e, mesmo às cegas, sem ter nenhum apoio e nenhuma referência anterior para se basearem, ainda assim avançam, pois sentem em seu coração que devem prosseguir e devem trazer esse potencial criativo para que ele seja manifestado e, assim, seja criada uma nova egrégora de cura real, para que outros possam começar a acreditar novamente.

O convite está feito a todos os que sentirem o chamado para prosseguirem, mesmo não acreditando em mais nada... O fato de não existir na realidade palpável, não significa que não existe. A cura real vibra intensamente e “mostra o caminho” para todos aqueles que ousarem acreditar no invisível... no que parece utópico, para todos aqueles que aprenderem a entrar em seu coração e ouvir os sussurros de sua alma lhes dizendo para prosseguir!


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Conteúdo desenvolvido por: Teresa Cristina Pascotto   
Atuo a partir de meus dons naturais, sou sensitiva, possuo uma capacidade de percepção extrassensorial transcendente. Desenvolvi a Terapia Transcendente, que objetiva conduzir à Cura Real. Atuo em níveis profundos do inconsciente e nas realidades paralelas em inúmeras dimensôes. Acesso as multidimensionalidades Estelares. Trago Verdades Sagradas.
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