Sensações!

Sensações!
Autor Paulo Salvio Antolini - [email protected]
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Uma das definições do Michaelis é “Reação específica provocada por um estímulo externo ou interno, causando uma impressão sobre os órgãos dos sentidos”. A palavra-chave nesta definição é impressão. E devemos entendê-la aqui como a forma que se percebe o estímulo citado.

Eis algo que deve ser registrado por todas as pessoas e principalmente por nós, da área da saúde. Quando alguém está passando por uma situação que lhe é marcante, principalmente de dor, ou de alguma forma preocupante, ameaçadora em sua apresentação, a sensação de que isso não irá se resolver ou passar é tão forte que fica “impresso” na mente de pessoa exatamente isso: nunca irá se resolver.

Nesse momento, a maneira como se coloca a situação para a pessoa é determinante em como ela irá receber a informação. Dizer simplesmente a alguém que a dor que ela está sentindo irá passar é recebido por ela como uma negação do que ela está sentindo. Em vez de acalmá-la irá apenas agitá-la ainda mais.

Ao dizermos: “Compreendo o que você está passando e a sensação (impressão) é de que isso não irá acabar nunca, não é?” trará em sua expressão o acolhimento e compreensão do que a pessoa está vivendo. A resposta será afirmativa, tipo “é isso mesmo que estou sentindo, pensando”; “Você está entendendo o que estou sentindo”.

Após, então, é possível fazer a reflexão necessária para que ela compreenda seu quadro momentâneo. Já falamos em outros textos sobre dizer “fique calmo” a quem está muito nervoso. Obtemos o efeito contrário, ou seja, deixamos a pessoa mais nervosa ainda. Se dissermos: “É, compreendo sua revolta” ou “Você tem razão em estar tão irritada (nervosa)” dará a oportunidade da pessoa falar mais um pouco, sem se sentir recriminada, e a seguir então será possível iniciar uma troca de percepções sobre a situação. Antes não se conseguirá nada, a não ser aumentar ainda mais o estado em que ela se encontra.

Quando de minha cirurgia em 2008, ao ser visitado no hospital por uma pessoa muito querida, que, ao ver meu sofrimento, pois após a cirurgia rompeu um ponto interno que me presenteou com três dias de intensas dores e desconfortos, ela, aos pés da cama me dizia para ter calma, que ia passar. Nesse momento, minha vontade era de gritar para que ela calasse a boca e saísse do quarto, só não o fazendo por perceber que o sofrimento dela por me ver daquele jeito era talvez maior que o meu. Consegui a duras penas me conter. Se ela tivesse dito “Paulo, esse momento parece que não vai terminar nunca, não é?” teria sido muito mais reconfortante e acolhedor.

Não nos deixemos levar apenas pelas nossas sensações, elas não são fatos e raramente se transformarão em um. Então, vamos respeitar nossos sentimentos, e como estamos nos percebendo no momento, porém, com a consciência de que esse momento não será eterno. Ele passará!

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