Carta aos que nunca amaram (ou melhor, que ainda não amaram...) - Da série Cartas que Curam - Ricardo Keller

Carta aos que nunca amaram (ou melhor, que ainda não amaram...) - Da série Cartas que Curam - Ricardo Keller
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Carta aos que nunca amaram (ou melhor, que ainda não amaram...) - Da série Cartas que Curam - Ricardo Keller

Apenas deixe o amor respirar mais um pouco... nem que seja um breve e último suspiro... ainda é amor.É só amor!

O amor vem sob todas as formas, porém você não o vê, não o percebe, não o sente. Mas ainda o quer, o deseja!
Talvez porque você o idealize ou tente defini-lo, daí então você o perde numa ilusão autocriada, limitada ou sugestionada pela sociedade, que por vezes se faz ignorante, outras manipuladora e distorcida. Por que definir algo que é ilimitado?
Talvez você não ame porque nunca teve uma referência paterna ou materna do amor e você se viu sozinho ou sozinha buscando se defender desse vazio, se encontrar... buscando encontrá-lo fora de si, em frases imperfeitas, olhares distantes, palavras rimadas e romanceadas, em definições, embaladas, limitadas e maquiadas.
Talvez você nunca teve o amor ao seu lado numa versão modesta, real e verdadeira, como parceiro ou parceira, irmão ou irmã, primo ou prima... ou ainda desconhecido ou desconhecida. Simples versões simplesmente existem.
Ainda que sempre o buscou... e então o projetou sob uma perspectiva dúbia, ingênua e infantilmente distorcida, manca, falha e tão desejada... de qualquer forma havia uma centelha, uma curiosidade, uma vontade ou intenção, que por vezes se voltava sob sombras doentes, perversas, ou simplesmente vazias. Imagens refletidas no espelho da alma ou nas paredes dum calabouço... ou num pulo ao abismo.
Nunca lhe falaram do efeito espelho? Ou da luz do mundo lá de fora que joga suas próprias sombras? Ou do medo do desconhecido... que existe dentro de cada um de nós? Nesse mundo dual a luz faz sombras para que possamos nos conhecer e nos sentir por inteiro. O desejar e querer é tão dual e paradoxal quanto luz e sombra, pois quando desejamos e queremos é porque não temos dentro de nós e se não temos dentro de nós é porque ainda não somos. Não é o ter, mas antes o Ser. Seja amor!
O tempo muitas vezes endurece a alma e o coração, desgasta as mãos pela procura tateante ou envelhece a voz de tanto balbuciar que se existe... o vazio permanece... a dor persiste... você se arma, se protege, e constrói um grande muro em sua volta com as pedras que encontrou no caminho. Das que sobraram das que você atirou de volta.Talvez esse muro e a sombra em que agora você vive ainda possam lhe mostrar um pouco de amor e onde ele possa estar. Você não consegue mais ver o mundo lá fora dentro de sua redoma, de sua própria muralha. Você agora tem que olhar para si mesmo, para si mesma.Você se tornou forte, aprendeu a se defender daquelas sombras, daquelas vozes e suspiros. Dos seus gritos. De você mesmo, de você mesma. Não há como se esconder das sombras na própria sombra.
Fora de nossas muralhas o amor é simples, nós que o complicamos. O amor lá fora só existirá para você se você o observar sem julgar... sem esperar algo em troca... só observar... para então perceber que antes é preciso sentir o amor dentro de si, para que o mesmo faça ressonância e seja percebido em todas suas formas. Inclusive em você.
Será que um dia aprenderemos a amar? Se ao menos aprendermos a percebê-lo, aceitá-lo, a sentí-lo... permiti-lo entrar e a existir pos si só, sem definí-lo, sem limitá-lo, sem julgá-lo? Apenas ser! Ao sentir o amor dentro de si você o perceberá e passará a ser o amor em tudo que há... é vê-lo em todos e em tudo, sob todas as formas, nem que seja alguém sentado ao seu lado querendo compartilhar e comemorar com gratidão, da forma mais simples, pacata ou ingênua, mais um dia de vida, de vitória, de conquista depois de dias turbulentos de escuridão, de dúvidase incertezas... e ao seu lado. Com ou sem um bom vinho. Com ou sem beijo. Com ou sem palavras. Era só se entreolhar, estava lá... no olhar.
Que você fique com o gosto doce do vinho em sua boca, em sua alma, em seu olhar... até qualquem momento ou um próximo encontro, em um olhar, em qualquer vida, em qualquer lugar.
Talvez os muros caíam e existam mais pontes do que muros nesse nosso caminhar... é so olhar.

A maior negociação de todas é com a vida... todos os instantes, em todos os momentos e sentidos. Com cada um de nós. Lembra-se das pedras? Por que não derrubar os muros e construir uma ponte? Me convide para um passeio. A cada pedra ou tijolo, a cada sorriso, a cada olhar, a cada carinho dado e recebido, a cada poema ou canção, a cada livro lido ou dia esquecido, a cada sentir, não precisará mais temer a dúvida, as sombras, os vazios... se você permitir o amor em você existir... tudo o mais será amor em todas as formas, ainda que no estado de nunca ter amado ou de ainda não ter se amado, pois o amor te espera do outro lado da ponte.

Negocie com amor e não o amor, ainda que você nunca tenha amado, ou melhor, que ainda não tenha amado ou se amado, porque o amor existe e transcende em todas as formas, inclusive em você e por você. Até mesmo num olhar de até breve ou adeus. Se há amor existe vida... em qualquer lugar ou ser... e por que ou para que vivemos? Para construir muros, muralhas, redomas? Ou para construir pontes e transcender em cada e toda forma de amor?
Pra você eu deixo o meu amor, ainda que da sua forma, em cada forma sua, ainda que seja só amor.

SS - texto revisado
Ricardo Keller  
Consultor, Facilitador,
Coach & Terapeuta Holístico
 
ARQUITETURA  do  SER
Desenvolvimento Humano & Organizacional
Cel +55 11 9-4229-8181 /  Skype: ricardo.kellersc    
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