Saber dizer não com assertividade é essencial para viver em paz, equilíbrio e harmonia conosco e com os outros

Saber dizer não com assertividade é essencial para viver em paz, equilíbrio e harmonia conosco e com os outros
Autor Ricardo Keller - [email protected]
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Começam as festas de fim de ano, as confraternizações, os convites para viagens, parcerias de projetos, promoções de emprego... como dizer não sem se constranger e ofender os outros?

Estamos chegando em mais um fim de ano e diga-se literalmente, uma ano bem desafiador para muitos.
E junto com mais um fim de ano, somos abordados com os mais diversos convites, desde promoções de produtos, liquidações, a encontros de confraternizações, festas, viagens ou mesmo para novos projetos e parcerias e para complicar mais ainda, alguns nos mesmos dias, horários ou com prazos definidos e limitados.

Sem falar quando vêm aqueles “pop ups” mentais (“É pegar ou largar” “única oportunidade”, “última chance”, “última chamada”,“imperdível”, “você não é louco de ficar de fora”, dentre outros), tecnicamente falando, gatilhos mentais ou psicológicos, que acabamos por dizer “sim” sem pensar ou por não se sentir confortável em dizer “Não”!

Isso tem sido muito usado no marketing digital e ficou bem mais fácil decidir apenas “Com um único click!”. Além disso, algumas pessoas podem ser bem persuasivas, outras manipuladores ou mesmo usarem de chantagem emocional, o que pode nos levar a ficarmos sem jeito e constrangidos em recusar.

São nestes momentos que nossas decisões são em sua grande maioria se mostram irracionais ou emocionais. Eis um grande desafio em equilibra nosso racional e emocional num processo decisório e de tomada de decisão.

Falando a verdade, a grande mídia, a indústria, o marketing, as líderes religiosos, políticos, sabem bem dessas técnicas e como usá-las conforme o nosso processo mental.

De fato, isso já acontece no nosso dia a dia, não apenas no fim do ano, mas a questão é se já não estamos saturados disso tudo e de não conseguir dizer não, seja para um gestor no nosso ambiente profissional que conta com nossa aderência a mais um projeto ou a assumir novas funções ou dar conta de mais tarefas... ou ainda uma bela promoção, mas que vai tomar nosso tempo para fazer um MBA ou ficar mais tempo qualitativo com a família, ou se cuidar mais, praticar uma atividade física, ou  mesmo amigos precisando de nossa ajuda, tempo ou presença mais atuante em projetos ou atividades fora do trabalho, voluntariado etc..

Como todos somos um só, temos 24 horas por dia e só podemos estar fisicamente presentes em apenas um lugar por vez, sem falar nos desafios frente ao trânsito, excesso de atividades e distâncias e situações logísticas envolvidas, é estressante e frustrante atender a todos os convites e demandas, seja por obrigação ou por vontade própria e ainda se sentir bem e confortável consigo mesmo. É impossível querer agradar a todos.

Um outro aspecto importante é quanto estamos fazendo nossas próprias escolhas e decisões ou o quanto os outros estão escolhendo e decidindo por nós.

Para esse caos que acabamos permitindo ser acometidos por não sabermos se posicionar com assertividade e dizer não, não existe fórmula mágica nem milagre. Mas existe algumas dicas e técnicas que podem nos ajudar a lidarmos com isso de uma maneira mais eco sustentável, por assim dizer.

Podemos começar com a premissa de jamais nos autodesrespeitar ou nos violentar, nos permitindo infringir algo ou ideia, que nos afronte, incomode ou nos prejudique. É vital nos sentirmos bem e em harmonia conosco e com as pessoas e ambientes a nossa volta. Pergunte-se: como me sinto com relação a essa escolha, essa situação, essa decisão ou circunstância? Leve? Bem? À vontade? Ou pesado, desconfortável, ou na obrigação?

Evite esse desconforto desnecessariamente. Se não for possível, prepare-se psicologicamente, até porque já sabe o que pode esperar, assim crie uma estratégia própria para “sobreviver” durante esse momento, preparando-se para lidar com a situação sem expectativas, sem criar situações de crise, conflito ou estresse... simplesmente flua por esse momento sabendo que tudo tem um início, meio e fim... e só!

Na pior das hipóteses, quando realmente não puder escolher pelo o que realmente lhe convier (ainda que insisto, sempre há escolhas!), pense no que pode haver de proveitosos naquela situação, o que pode aprender a melhorar em lidar com isso...

Não gosto da palavra “sobreviver” pois ela nos remete a um parâmetro abaixo do ideal ou desejado, a escassez... mas infelizmente muitos estamos nesse modus operandi, quando nos pegamos dizendo coisas do tipo “estou na correria de sempre”, “É o que tem pra hoje”, “estou vendendo a janta pra comprar o almoço”, “estou correndo atrás do prejuízo”, “Trabalhando só para pagar contas, dívidas”....ou “tenho que ir trabalhar”, ou coisas do tipo.

O oposto disso é viver em harmonia, plenitude, fluindo, co-criando a realidade desejada o mais próximo possível do que queremos...esse é assunto para falarmos em outro artigo, sobre a manifestação e materialização dos pensamentos na nossa realidade de acordo com nossa essência.

Para começar um passo a passo efetivo, vou compartilhar algumas técnicas e dicas, para que possam combiná-las da melhor forma possível, dentro de um conceito que acredito: não se trata de “certo” ou “errado”, mas o que for mais sustentável e funcional no momento em questão.

Saber se Posicionar e Priorizar

Existem várias técnicas e fórmulas, mas vou usar uma bem simples e funcional, que é descrita   no livro Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes  de Stephen Covey e no livro A Tríade do Tempo de Cristian Barbosa.

Comece pelo mais importante e defina o que realmente é importante para seus objetivos e resultados. Daí coloque isso em seu planejamento e em suas prioridades o que é IMPORTANATE, URGENTE e CIRCUNSTANCIAL:
 
Lembre-se se você quiser agradar a todos e sempre dizer sim a tudo e a  todos, foi sua a escolha e neste caso, você escolhe os outros ante de você mesmo!

Feito isso, vamos aprender a dizer não, só que de maneira positiva. Wilian Ury explica isso de uma forma bem simples e prática em seu livro O Poder do Não Positivo, que visa o respeito para consigo e com o outro e proteger o que se valoriza.
A estrutura é bem simples, primeiro dizemos um SIM, depois um NÃO e por fim um SIM. Veja, na comunicação começamos com um “SIM” pois, de fato, ninguém gosta de ouvir um ”NÃO” logo de cara, soa como um soco no estômago.

Primeiro SIM – Baseado em valores e nas suas raízes para mostrar sua opinião (internamente focado) e no que acredita e se posiciona
  1. NÃO – Impõe seu poder com firmeza e coerência. Ao dizer NÃO, olhe para pessoa, pratique o silêncio e fale o NÃO se preocupando com o outro, com respeito e educação;
  2. Segundo SIM – Proponha uma alternativa ou solução ou alternativas para ajudar o outro. Promove o relacionamento (externamente  focado)
Veja um exemplo de um Não positivo para fumantes:
“A fim de atender as preferências de todos os hóspedes (SIM), este é um quarto de não fumantes (NÃO).
Pedimos que você fume no nosso fumódromo (SIM) e desfrute da bela paisagem ao ar livre.
Grato”.

“A raiva cega, o medo paralisa e a culpa enfraquece”.
Fonte: Livro “O Poder do Não Positivo” – William Ury

É muito importante usar de comunicação assertiva, com clareza, transparência e objetividade. Isso mostra respeito e confiança em nosso posicionamento. Se não nos dermos o devido respeito, como esperar que os outros nos respeitem?

Agregando ao poder do não positivo podemos incluí-lo em uma maravilhosa ferramenta chamada Comunicação Não-Violenta (CNV) de Marshall Rosenberg

A definição de Comunicação Não-Violenta(CNV), segundo o próprio autor é:

"...baseada nos princípios da não-violência – o estado natural de compaixão quando a não-violência está presente no coração. CNV começa por assumir que somos todos compassivo por natureza e que estratégias violentas - se verbais ou físicas - são aprendidas ensinadas e apoiadas pela cultura dominante.

CNV também assume que todos compartilham o mesmo, necessidades humanas básicas, e que cada uma de nossas ações são uma estratégia para atender a uma ou mais dessas necessidades".

A CNV é a capacidade de se observar a situação sem julgamento ou pré conceito, com empatia, compreendendo a si e o outro, e seus estados emocionais e necessidades naquela situação, de modo a ser transparente em expressar seus sentimentos e necessidades de maneira transparente, corajosa e sincera, abrindo espaço para pedir aquilo que gostaria com objetividade.

Assim os quatro pilares da Comunicação Não-Violenta são:
  1. Observação
  2. Sentimento
  3. Necessidade
  4. Pedido
Estruturalmente falando, podemos usar a CNV, sempre assumindo o protagonismo, sem se colocar como vítima ou refém das emoções ou circunstâncias. Seja o Protagonista, o diretor da cena, por assim dizer:

Assertiva (Afirmação) EU combinada com uma Objetiva
  1. Descreva sua experiência de modo objetivo e não as falhas!
  2. Exponha os fatos: “Quando a X situação ocorreu....”
  3. Expresse seus sentimentos: “eu me senti assim Y”
  4. Exponha seus interesses: “porque quero ou preciso de Z”, “posso lhe fazer um pedido?” ou “gostaria de pedir que, por gentileza,...”
Note a importância de não se fazer rodeios. É ir direto ao ponto, de modo respeitoso, confiante, transparente e objetivo.

Há outras técnicas e ferramentas de PNL que podemos usar também e que são muito práticas e muito bem aceitas nos diversos treinamentos e workshops que tenho facilitado, e claro na prática em meu dia a dia.

Dentre alguns pressupostos, a PNL nos ensina que cada um tem uma maneira de processar mental e emocionalmente as coisas, que “mapa não é território”, “O significado da sua comunicação é a reação que você obtém”, “Todo comportamento tem uma intenção positiva”,  “As pessoas sempre fazem a melhor escolha disponível para elas”.  (fonte:https://golfinho.com.br/artigo/pressupostos-da-pnl.htm)

Comece usando as ferramentas em uma situação que você julgue ser mais simples de lidar. Imagine tal situação e pessoa antes de acontecer de fato, como que num filme em que você tem total domínio da situação, sempre com respeito, empatia e consideração pelo outro, finalizando sempre a situação com um “de acordo”, com um sorriso, aperto de mão ou abraço, onde ambas as partes saem satisfeitas e bem.

No final, a guerra é sempre contra nós mesmos, pois não se trata do que acontece conosco ou o que nos fizeram, mas antes, como lidamos com tudo isso.

“O que é o inimigo? Eu mesmo. Minha ignorância, meu apego, meus ódios! Ai está realmente o inimigo”. Dalai Lama

Outa dica é não criar grandes expectativas ou esperar que os outros ajam conforme nós achamos o certo ou melhor. Cada um de uma forma de perceber, sentir, falar, agir, se comunicar, de acordo com seu nível de consciência e ponto de equilíbrio.

“Ninguém está errado. Aos olhos do amor, todas as pessoas estão fazendo o melhor que podem segundo seus próprios níveis de consciência. As outras pessoas parecem erradas quando as perspectivas delas não correspondem as suas. Todos os desacordos são resultados da má compreensão do nível de consciência de outra pessoa”.
Deepak Chopra

O estado mental e emocional de cada indivíduo influencia os resultados observados. Portanto sua forma de se comunicar, expressar e seu comportamento. A pergunta é: qual resultado que quer para si?
Co crie essa realidade ou possibilidade no seu plano mental e emocional, treine várias vezes, construa seu repertório de falas. No dia que de fato ocorrer, você se sentirá como um maestro que liderou a situação sem perder o tom, o ritmo e a harmonia entre os músicos dessa orquestra.
Estar em paz consigo mesmo e criar uma ambiente psicoemocional equilibrado e harmonioso consigo mesmo e com os outros, o que se torna  vital para vivermos mútua e respeitosamente.

“Se as coisas não mudaram até agora, então deixe as coisas como estão e mude você”. Martha Medeiros

Ricardo Keller  
Consultor, Coach, Facilitador, Designer Instrucional  & Psicoterapeuta Holístico
Cel +55 11 9-4229-8181 /  Skype: ricardo.kellersc    [email protected] 

br.linkedin.com/in/ricardokeller/  

www.arquiteturadoser.com.br

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