Tolerância

Tolerância
Autor Paulo Salvio Antolini - [email protected]
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Foi-me perguntado se pessoas ótimas, “super astral” e que sempre incentivam as que as rodeiam, podem tornar-se “inimigas”, se contrariadas. Podem!

Há pessoas que querem o bem de todos, promovem o bem-estar dos que as rodeiam, mas tem que ser do seu jeito. Elas não deixam de ser boas por conta disso, mas revelam um autoritarismo que não percebem possuir. Isso é muito ruim para os relacionamentos, pois quem tem essa prática, tende a uma condição de julgamento onde “se não está a meu favor, está contra mim”. Deixam de considerar a capacidade e o potencial dos demais. Não percebem que estão desrespeitando os outros, impedindo-os de terem ideias próprias, como se isso fosse possível.

Vejam como casais iniciam um relacionamento e, após algum tempo, as brigas começam a surgir, pois um deles tem essa postura. O outro tem que, não só concordar, mas submeter-se a todas as  vontades e formas de perceber que lhe é imposta. Aquele que antes era apresentado à família como o(a) parceiro(a) ideal, agora tem uma série de “senões”. Tudo que for feito, não será suficiente para agradar o(a) intolerante.

No trabalho, todos são ótimos, até que apresentam uma forma diferente do que o outro pensa e aí já passam a não ser mais tão bons assim. A partir daí, as coisas ficam “truncadas”, não deslancham e o clima fica, “no mínimo”, estranho, pois como não é percebido por quem desencadeia a intolerância e sua participação nesse contexto, mais uma vez tudo recai sobre quem teve uma manifestação diferente da esperada.

Devemos observar como sentimos e reagimos frente às atitudes e formas de pensar das pessoas que nos cercam, seja em nossos relacionamentos afetivos ou profissionais. Se só forem boas ou aprovadas por nós quando pensam e agem de acordo com o que achamos ser correto, então estamos com problemas. Quais? Aceitação, tolerância, respeito ao outro e mais: o que está mexendo com nossa autoestima? Por que uma simples forma diferente de se fazer algo incomoda tanto?

Os que assim agem e que são imbuídos de boas intenções não percebem o que estão fazendo. Portanto, quando apontados em suas ações, ficam intensamente ressentidos, pois têm dificuldade para reconhecerem e aceitarem seus erros. Há também nesta forma de agir um pré-julgamento, onde só é certo o que se pensa ou se faz e de novo cai-se no desrespeito à forma de ser do outro.

Não é porque pensam ou fazem diferentemente de nós que as pessoas estão nos desrespeitando ou querendo passar por cima. No trabalho, não significa que estão nos contestando ou querendo nossos lugares, nossos cargos. Apenas possuem pensamentos próprios, jeitos próprios de fazer as mesmas coisas, muitas vezes, até de forma mais eficiente que as nossas.

Quanto mais vamos nos libertando para nossos relacionamentos, nos desprovendo de pré-conceituações, mais vamos nos enriquecendo e nos desenvolvendo no meio em que vivemos. Ao deixar o crivo dos julgamentos e ao aderir ao convívio em coletividade, vamos ampliando o leque de relacionamentos.

Uma das queixas de quem tem baixa tolerância é de que se sabem amadas pelos demais, mas estão quase sempre sós. Chegam, muitas vezes, a questionar essa forma de amor. Esta solidão é a resposta do meio onde as pessoas só se sentem à vontade quando mais distantes, pois assim podem ser elas mesmas, sem ter que disfarçar ou submeter-se às vontades do outro. Ao mesmo tempo, os(as) intolerantes vivem fazendo concessões, o que os(as) torna ainda mais críticos(as) em seus julgamentos, pois sentindo-se tolerantes, como podem ser acusados de autoritários e impositivos? Há concessões que na verdade são trocas, e não refletem a aceitação do outro à sua própria maneira.

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