Cuidado com as verdades absolutas!

Cuidado com as verdades absolutas!
Autor Rosana Ferraz Chaves - [email protected]
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Maria é casada com João e, na época, tinha dois filhos pequenos.  Assalariados, lutavam para se estabilizar e criar bem os filhos, isso até o dia em que Maria teve um insight: ela queria porque queria ter uma loja.

Pôs na cabeça que só se sentiria valorizada se tivesse uma lojinha de roupas e quem deveria se virar para arrumar dinheiro, era o marido. Ela merecia!

E competia ao marido dar o dinheiro para abrir a loja. Ela esbravejou e infernou! Fez ameaças de romper o casamento e por fim concluiu com uma dúvida: de que serviria um marido se ele não pudesse nem dar dinheiro para abrir uma lojinha?

O marido teve de fazer um acordo na empresa onde trabalhava e conseguiu o dinheiro para abrir a loja. Depois de aberta, Maria obrigou os amigos a não falarem para ninguém que ela tinha aberto a loja, por medo da inveja.

Todo dia nas redes sociais alguém publica: jamais conte a ninguém sobre seus planos, senão você vai perder tudo!

Nem sequer divulgou o endereço da loja, para que ninguém, nem por acaso, se atrevesse a passar perto.

Se alguém quisesse algum produto, era só falar, que ela trazia, mas conhecer a loja, nem pensar!

Sem divulgação, a loja durou um ano e faliu.

Mercedes era uma batalhadora, dessas mulheres que já sofreram muito na vida e conhecia a dificuldade da sobrevivência.

Por causa disso, ela fazia todo serviço de casa sem a ajuda da única filha e do filho. Dizia que sua filha não tinha nascido para encostar o umbigo na pia e que jamais ensinaria nada para a filha, porque quando ela se casasse, o marido é que teria de bancar uma empregada.

Se a filha tentasse lavar uma louça, era briga na certa. Um dia perguntei para ela “e se sua filha não se casar?” Ela respondeu: “Não! Os meus filhos vão sim se casar!”

Estamos em 2020, nenhum dos filhos de Mercedes se casaram, já passaram dos trinta anos e sua filha jamais namorou um homem rico.

Mônica dava palestras sobre emagrecimento, com um novo método infalível. Em suas palestras afirmava que toda pessoa gorda adorava abraçar, se agarrar nos pescoços dos outros, para soltar sua energia viscosa.

Também dizia que todo gordo era folgado, que vivia com medo de fazer regime, como se estivesse num ofurô de fezes mornas e que nenhum espírito evoluído era gordo. Nem Buda!

Para emagrecer, os gordos deveriam rezar para perdoar os pais, mesmo que não tivessem nenhum problema com eles. Dizia também que eram gordos, porque um famoso psicanalista afirmou que quando a mãe não amamenta olhando nos olhos do bebê, a criança depois engorda.

Ninguém nunca conseguiu emagrecer após seguir os conselhos de Mônica e ainda se sentiam muito pior, após o curso.

Mônica perdeu cada vez mais clientes, mas continua afirmando as mesmas coisas.

Esses foram apenas alguns exemplos reais, com nomes trocados, de pessoas que, ao invés de basearem suas teorias nas técnicas, deixaram-se levar por opiniões alheias, que em suas cabeças, se transformaram em leis.
Todos os dias vemos pessoas insultando pessoas. São filmadas e acabam aparecendo nas redes sociais e a causa das brigas, humilhações e insultos, é sempre a mesma: uma opinião que se transformou numa verdade absoluta.

As pessoas baseiam suas opiniões nas opiniões dos outros, sem se dar conta que o mundo mudou, que existiam culturas e costumes de época muito diferentes dos de hoje e o que funciona para um, pode não funcionar para outros.

Uma pessoa deu uma opinião na Bíblia e aquilo foi Deus que escreveu.

Um jovem acreditou que a pandemia nunca existiu, que jovens não eram contaminados e morreu em três dias, após se contaminar.

Fulano disse que um filho jamais vai superar os pais em nada, que sempre seremos menores que os pais e outro disse que temos obrigação de todo ano reverenciar os parentes mortos, porque sem eles não seríamos nada, que devemos tudo a eles.

Mas por quê? Quais são os argumentos que provam tudo isso? “É assim porque tal pessoa afirmou que é e fim de papo. Quem é você para discordar?”

As coisas mudam, a espiritualidade evolui e técnicas infalíveis, costumam falir depois de um tempo. O nome disso é vida!

Repita essa frase o dia inteiro e será curado! Você repetia e não se curava.

A causa mental da sua doença é isso, isso e isso! E você não se encaixava no diagnóstico.

O espírito superior, mentor, mestre e extraterrestre afirmou que é assim que isso acontece. Só que para você, não foi assim que aconteceu.

Não confunda técnicas com opiniões, conhecimentos profundos, com mesmice.

A espiritualidade é repleta de exceções, encaixes, reentrâncias, lisuras, cores difusas, perfumes estranhos, côncavos e convexos. E é exatamente isso que faz o estudante persistir.

Essa certeza de que existam verdades eternas e imutáveis, não faz parte de quem está disposto a percorrer os caminhos do espírito.

Os cabalistas dizem que após os sete dias de criação do mundo, todo o resto precisaria ser criado e descoberto pela humanidade.

As pessoas afirmam na certeza dos outros com tanta precisão, que acabam iludindo os mais iludíveis.

Desconfie de pessoas que acreditam que já tem todas as respostas ou que podem ser poupadas de certas coisas, porque são avisadas antes, pelos oráculos e pelos mentores.

Não é assim que isso acontece. Se fosse, seria como colar na prova.

Somos avisados de que algo importante está para ocorrer em determinada área, sim, mas o modo de interpretar é todo nosso e fora isso, tudo será novidade.

Sempre que você consulta um oráculo, você já tem o tema da pergunta na sua cabeça, mas muitos outros temas não serão lembrados por você.

Quando você pergunta para um oráculo como vai ser a sua saúde no próximo ano, por exemplo, ele pode até mostrar uma doença grave e sua recuperação no final, e isso vai sossegar a sua alma, mas os medos, as dores, os exames desagradáveis e as cirurgias trarão sentimentos que não poderão ser previstos, porque sentimentos e ações sãos coisas suas e mudam de pessoa para pessoa.

Preste atenção nas suas certezas absolutas, porque são elas que podem lhe derrubar.
Texto Revisado

 


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Conteúdo desenvolvido por: Rosana Ferraz Chaves   
Oraculista, sensitiva e escritora. Se dedica aos estudos de anjos, baralhos e tarots antigos, ministra cursos de oráculos, neurolinguística. Desenha mandalas e cria perfumes mágicos em seu atelier. Autora do livro Magid - O encontro com um anjo.
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