As cinco chaves para se tornar um iniciado

As cinco chaves para se tornar um iniciado
Autor Rosana Ferraz Chaves - [email protected]
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Uma das melhores ferramentas que todos temos se chama observação.

Os mestres do oriente ensinam que quando o mestre ensina uma lição, não cabe ao discípulo fazer perguntas, se houver dúvidas. Isso é até considerado falta de respeito em algumas culturas orientais.

Os mestres dizem que quando houver dúvida, apenas observe o que os mestres fazem e tente copiar. No momento em que você entender, estará pronto.

Aqui no ocidente quando um discípulo faz uma pergunta, principalmente durante um curso, além de atrapalhar o andamento, por vezes, traz uma impertinência. Isso não ocorre no oriente.

Os mestres dizem “Eu ensinei. Você que não aprendeu. Portanto, fique em silêncio e observe, até aprender”.

Durante a minha vida, fiz alguns cursos, principalmente com mestres chineses ou de cultura oriental.

Quando você não entende o exercício, o mestre percebe de imediato, mas não o corrige. Eles acreditam que pelo menos alguma parte do exercício foi aprendida e que se você ficar repetindo, mesmo errando em parte, acabará por acertar o todo.

Assim, a cada nova aula, uma nova correção é apresentada pelo mestre, desde que você faça tudo que ele pedir, sem oposição e sem questionamentos.

Observei que na espiritualidade ocorre da mesma maneira. Os mestres dos plano astral dizem que você nem sempre vai ter a compreensão do todo, quando alguma coisa importante e complexa estiver ocorrendo. Não é isso que o universo nos pede.

Existem algumas etapas do processo de aprendizagem espiritual, que eu chamo de Cinco chaves de evolução, que todo ser humano e não humano, estão sujeitos para serem aceitos nas academias espalhadas por todos os mundos astrais. São várias hierarquias de aprendizagem, mas a prova inicial, é igual para todos. Cada aprendizado dá direito a uma chave e um espaço que você poderá ocupar, durante o processo.

Primeira Chave - A aceitação.

A primeira lição que o discípulo precisa aprender, para ser aceito como neófito, é a lição da aceitação.

Aceitar o que lhe for servido pela vida, de bom e de ruim, com ou sem sabor, muito ou pouco, seco ou molhado, rápido ou lento, com dor e sem dor.

Essa lição é uma das mais difíceis, porque nos condicionamos a acreditar que sempre que surgir um problema, devemos pedir para nos livrarmos dele, porque todo problema vem do externo, vem do mal.

Na espiritualidade verdadeira, aprendemos que bem e mal são coisas relativas e que dependem do ponto de vista de cada um.

Você não tem discernimento para entender se a lição veio pelo bem ou pelo mal, mas tem sim poder de decidir se o que fará com a lição, resultará em algo bom ou ruim.

Apenas aceite. Esse é o aprendizado da primeira chave.

O Mago é o mestre da aceitação, do começo de tudo. É como o Mago começa a criar, a partir daquilo que se encontra em sua mesa, segundo seus conhecimentos. São os mistérios da Papisa, que se fecha para aprender e só mostra para quem merece. É a lição da Imperatriz, que sempre tem boas falas e positivismo, diante da corte ou da guerra.

Segunda Chave - A impermanência.

Por mais que você goste ou por menos que você odeie, tudo na vida tem começo, meio e fim.

A lição da impermanência parte da aceitação. Uma vez que você aceitou o que veio, também precisará aceitar que não tem controle sobre nada.

Não tem a ver com meritocracia. Não tem a ver com merecimento ou castigo. Existem lições que você precisa aprender, não importando quem você é, se você se acha merecedor ou não.

Somos condicionados a acreditar que se não fazemos determinadas coisas, nunca passaremos por elas.

Se eu nunca deixei de pagar ninguém, então não é justo que eu fique desempregada!

Se eu me alimento bem, não bebo álcool e não fumo, então não é justo que eu fique doente!

Essa lógica não existe no mundo espiritual. O aprendizado que você tem pela dor é rico em nuances, muito além das aparências e do merecimento.

Você imagina que não deveria passar por aquilo que jamais pensou em fazer para ninguém, no entanto, a lição que você deveria estar aprendendo pode estar oculta e só se revelará quando o passado foi deixado para trás e você começar a seguir em frente.

Apenas siga em frente. É o aprendizado da segunda chave.

É como gira a Roda da Fortuna. Para que ela se mova, você precisa subir, parar, descer, parar e começar a subir novamente. A Roda não pode ficar estacionada por muito tempo. É o Sol que aquece, mas lhe queima. É o caranguejo saindo da água, podendo se desidratar se ficar muito tempo debaixo do Sol. É o Louco passeando com sua trouxinha. O Louco é o mestre da impermanência, pois é o único arcano que se move no Tarot.

Terceira Chave - A emoção.

De forma resumida, emoção é tudo o que você sente a partir do plexo solar, para baixo. Emoção tem a ver com ódio, raiva e tudo que deriva disso, que se emana pelo corpo, causando doenças e infortúnios e também protegendo seu território.

A raiva descontrolada consome. A raiva controlada o impulsiona

Emoção tem a ver com o domínio da sua parte mais instintiva, do seu lado sombra.

A partir da impermanência, observe sua raiva. A briga já acabou, mas ela continua lhe consumindo por dentro.

O problema ocorreu há vários anos, mas a chama da raiva não se apagou ainda, porque continua sendo nutrida por você.

A raiva é o apelido carinhoso do ódio. É uma energia vermelha que lhe queima e se transforma numa gosma escura, embotando seus chacras e lhe matando de câncer, doenças na pele e doenças do coração.

Ter raiva é normal, mas continuar com raiva, não é. Observe o que isso causa no seu corpo. A cura da raiva só ocorrerá quando o foco da raiva for você e não o outro.

Apenas observe a raiva agindo em você. Observe o antes, o durante e o depois e se liberte.

A mestra da raiva é a Força. Observe como a mulher domina a fera, no arcano da Força. Não é pela força, que se domina a Força. Observe a Morte limpando o terreno. Veja a planta que nasce, depois que a tempestade termina, sobre os escombros da Torre. Sinta o peso da balança da Justiça. Olha lá o Eremita, apenas observando.

Quarta Chave - O sentimento.

É tudo o que você sente a partir do plexo, para cima. É a energia que vai pelo coração, espalhando-se por todo corpo, enchendo seus pulmões e sua cabeça de beleza, brilho e luz.
Muito mais difícil lidar com o sentimento, do que com a emoção. Somos condicionados a acreditar que quem ajuda, se compadece, coopera, doa, troca e quem é empático, é trouxa.

Você sempre ajuda, então, deveria ter ajuda quando precisasse.

Você nunca trai, então, não deveria ser traído.

Você nunca abandona, então, não deveria ter sido abandonado.

Essa é a lógica do ser humano comum, mas não é a sabedoria da espiritualidade.

Você não foi trouxa quando ajudou e nada recebeu, quando não traiu e foi traído, ou quando foi abandonado. O nome disso é compaixão.

Nada do que você fez foi perdido.

A lição do sentimento vem a partir da emoção. Aceitar e perceber que algumas pessoas não têm nada para oferecer em troca, nesse momento, mostra grandeza. Algumas pessoas ainda não aprenderam a trocar, só a receber.

Um dia que talvez nem tenha sido na vida atual, você também já foi assim.

Quem vai bancar a ajuda que você deu, é o universo e não a pessoa que recebeu a sua ajuda.

O sentimento puro o leva a compaixão.

Quando alguém o machuca e você não revida, você se tornou compassivo. O que a pessoa fez será cobrado pelo universo e não por você.

Ocupe-se agora com o que está sentindo e se livre do julgamento de quem você permitiu  feri-lo. Você sabia que ela poderia fazer e ela fez. Aceite.

É a partir do domínio da emoção, que o sentimento surge. A Temperança do equilíbrio. Perceba a complacência do Papa, a purificação da Estrela, e a alegria do Sol.

Quinta Chave – O desmame.

A pior lição de todas, porque é a mais dolorida, tanto para o discípulo, quanto para os mestres.

No momento em que você estiver pronto e tiver passado com relativo sucesso em todas as outras lições, seus mestres atuais vão te deixar e outros mestres virão. Mudou de série, mudou de sala e mudou de mestres.

Passamos muito tempo com os primeiros mestres e a dor que sentimos quando somos praticamente enxotados da nossa confortável primeira sala de aula, é enorme.

Todo ser humano tem vários mestres iniciais, que se apresentam através de todas as pessoas complicadas que você já se deparou nessa vida.

Cada pessoa complicada foi um instrumento de aprendizagem que os mestres espirituais usaram para o seu aprimoramento.

Na espiritualidade, temos mestres encarnados e desencarnados e não adianta fazer rituais de ancoramento, porque espíritos ou anjos não podem ser parceiros contra a sua vontade. Se for seu parceiro, não precisa ancorar. Se não for, também não adianta.

O que chama a atenção de um espírito de luz é o seu comportamento e não importa em qual país você more ou qual religião você tenha, você sempre vai ser notado, de acordo com as suas atitudes.

Seu mestre inicial nunca esquece de você, mas no momento adequado, outros mestres virão. Então, essa dor você nem sente.

Mas quando o mestre é encarnado e você estiver pronto, alguma coisa muito dolorida vai acontecer, sem que você sequer entenda o motivo, às vezes com muita raiva, as vezes pela aparente injustiça e você também vai ser enxotado.

Todo aluno passa por isso. Um dia você será enxotado e em outro dia, também vai enxotar alguém.

Não existe ninguém no universo que não passe pela dor terrível do desmame, que é quando você deixou de ser aluno e se tornou um mestre.

Acreditamos que estamos separados, mas não estamos. A separação física não supera a união pelo coração.

É o momento em que você não terá absolutamente ninguém para seguir e precisará pegar a sua trouxinha de Louco e começar a fazer seu próprio caminho, muito solitário, de início.

Pode ser até que você volte a trabalhar com seus mestres terrenos, mas de igual para igual e não mais como discípulo.

É a dor imensa do parto, caso você tenha se esquecido da lei da impermanência.

Em algum momento da vida, vai ser só você. Aceite e outros virão.

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Conteúdo desenvolvido por: Rosana Ferraz Chaves   
Oraculista, sensitiva e escritora. Se dedica aos estudos de anjos, baralhos e tarots antigos, ministra cursos de oráculos, neurolinguística. Desenha mandalas e cria perfumes mágicos em seu atelier. Autora do livro Magid - O encontro com um anjo.
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