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O martelo

O martelo

por Adriana Garibaldi
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Gostaria de refletir um pouco a respeito do perdão.
O que seria em verdade perdoar?
Você já perdoou aquilo que o fez sofrer?

Muitos falam que perdoaram sem terem perdoado de fato. Continuam emitindo ondas de ódio, ressentimento e desejo de vingança, enquanto da boca para fora, em tom meigo e sereno, pronunciam algumas frases de efeito relativas à sua capacidade de perdoar.

Num outro extremo, vemos pessoas que às vezes se sentem culpados porque imaginam não ter perdoado, por pensarem como a maioria, que perdão é o esquecimento daquilo que as feriu um dia.
As primeiras estão se autoenganando, porque não querem se sentir julgados pelas pessoas, caso admitam que não conseguem perdoar e as segundas se  punem às vezes injustamente ao ter um conceito errado a respeito do que seria  exercitar o perdão, provavelmente elas já perdoaram há algum tempo, contudo, não sabem disso.
Particularmente, acredito que perdoar não é esquecer, esquecer é amnésia. Perdão é uma outra coisa.

Um conceito que me foi passado pelo meu psicólogo há alguns dias, enquanto tratávamos o tema do perdão, acredito que retrata perfeitamente aquilo que desejo exemplificar aqui. Ele disse:

Se você pegasse um martelo e batesse no dedo do pé com força todos os dias, ao termo de uma semana teria destruindo seu dedo. Verdade que o dedo poderia ser submetido a uma série de cirurgias para voltar ao normal, mas dificilmente ele voltará a ser aquilo que era antes das insidiosas marteladas. Assim somos nós, ao passarmos por experiências traumáticas. Poderemos esquecer as marteladas? Dificilmente, o dedo deformado estará aí para nos lembrar cada vez que calçássemos o sapato e a lembrança daquela dor estará presente, para nos alertar a ficar longe desse martelo ou de qualquer outro. E a isso  eu chamaria de autopreservação. Se a gente tivesse esquecido que o fogo queima e o martelo no dedo machuca, provavelmente não estaríamos vivos...

E dizer ...sofrer de amnésia não é uma boa alternativa.
Você estará odiando o martelo? Pode ser que sim, ou que não. Vai depender de sua resposta ao ocorrido.

Agora você pode escolher entre destruir todos os martelos da face da Terra e não sossegar até que não fique nenhum para contar a história, ou concluir que o objetivo de todo martelo é martelar e eles não precisam ser punidos por fazer aquilo que está na sua natureza. Contudo, a lembrança da dor continuará presente e, a não ser que você fique com perda de memória, ela continuara a existir.
Agora voltando a olhar para nossos personagens.

No primeiro exemplo, a pessoa afirma ter perdoado, mas ela não perdoou porque a simples lembrança desperta nela não somente dor, mas desejo de reparação, ou de vingança, e se não fizer isso com suas próprias mãos, como no caso do sujeito empenhado em exterminar os martelos, o fará em pensamentos, remoendo e desejando que a outra pessoa sofra aquilo que a fez sofrer, enquanto mente para si mesma e para os outros dizendo que já esqueceu a ofensa e que perdoo.

No segundo caso, a pessoa lembrará da dor, e essa lembrança costuma ser penosa, mas reconhecendo o sofrimento que a lembrança lhe causa, compreende que a outra pessoa fez aquilo que estava na sua natureza, no seu grau de amadurecimento moral ou na sua condição psicológica, tal como o martelo que somente sabia fazer uma coisa, martelar.

Ela não desejará que a pessoa sofra, que ela receba o troco como popularmente se fala, nem fará nada para prejudicá-la, nem feri-la, tanto quanto não desejará que todos os martelos sejam exterminados. Essa segunda personagem, ficará aberta a ajudar a outra, caso precise de auxílio, de uma palavra de conforto ou de alguma assistência.

Ela  conseguiu esquecer? Sem dúvida que não, a dor da lembrança das marteladas no dedo ou no fundo de sua alma continuarão a ser sentidas e muitas vezes essa lembrança a faça imaginar que não tenha perdoado.
No entanto, se você lhe perguntasse se deseja o sofrimento do outro, se deseja que padeça, que seja punido, sem lugar à dúvida ela dirá que não, que de todo coração quer que ele seja feliz e, provavelmente, será totalmente sincera nessa afirmação.

Precisa se sentir culpada por não conseguir sofrer de amnésia? Acredito que não, porque afinal, já tinha perdoado antes, desejando-lhe o melhor e compreendendo a incapacidade da outra em agir de uma outra forma.

Você já perdoou? Reflita comigo e tire suas conclusões.

Texto revisado
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Atualizado em 4/22/2016

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