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Um Mergulho Profundo

Um Mergulho Profundo

por Anya Piffer
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Há poucos dias parei para pensar no quanto poderia contribuir para aqueles que estivessem passando por um processo de mergulho para dentro de si, como o que vivenciei. Resolvi registrar partes desse meu processo, que foi o mais intenso contato que já tive comigo mesma.

Numa noite escura e sombria quando todos os contatos com o mundo externo não nos são permitidos e quando todos os dissabores parecem nos visitar a alma, enquanto o nosso Ser interno nos convida a assistir como expectador a todas as torturas que o emocional suportar, nesse momento haverá um lugar especial para ficarmos em proteção. Este lugar é dentro de nós mesmos, do nosso Ser Superior, que é a nossa essência.

Esse encontro é o suficiente para nos causar o maior pânico, já que olhar para dentro é semelhante a assistir um filme de terror e sentir as cenas fazendo parte da nossa história. Mas conosco os fatos ocorrem dentro da nossa essência, que muitas vezes é o nosso maior desconhecido. Fugir a esse encontro é como fugir de nós mesmos, para se perder nas correntezas da vida e do próprio percurso.
É interessante que o processo do mergulho profundo da alma chega e se instala sem pedir licença, toma conta de todo o nosso Ser e nos força a seguir por um caminho que não tem volta.
No início do processo, nosso Ser parece querer fugir a todos os terremotos internos, que aumentam diariamente. As mudanças se processam de dentro para fora, mas no primeiro momento nós a enxergamos como se elas fossem causadas pelo mundo externo.

Algumas mudanças externas também ocorrem, porque não somos mais os mesmos. Algo de muito especial se processou dentro de nós e quando há mudança interna, tudo ao nosso redor é remodelado para ficar o mais apropriado ao nosso novo modo de ver o mundo e a nós mesmos.

Surgem repentinas mudanças na vida pessoal, profissional, familiar. Sentimento de não fazer mais parte deste planeta e de achar que tudo e todos estão vivendo uma grande farsa, da qual  não queremos participar. Aquela vontade de se mudar, que antes já fazia parte de mim, se acentuou. Os objetos dos quais gostava de admirar passaram a não fazer o menor sentido e as pessoas pelas quais daria tudo para não perdê-las, se vão e sentimos como se estivessem partindo para uma viagem.

A sensação de perda existe, mas há uma necessidade gritante de mudar tudo em nossa vida, e alguns amigos queridos fazem parte desta mudança. Muitos se vão; alguns permanecem; outros entram e passam a fazer parte de nossa nova história de vida. A dor faz parte de todo o processo e ela se justifica pelo apego que temos por tudo aquilo que estamos deixando para trás.
Novos momentos surgem inexplicavelmente. Novos amigos se aproximam e ganhamos o mais novo mestre para nossas vidas: nós mesmos.

O processo é semelhante à metamorfose. É lindo, difícil, doloroso, mas recompensador. É preciso se entregar ao processo de transformação e agradecer ao nosso Ser Superior pela possibilidade de se manifestar, mesmo pela dor, como se fosse um remédio amargo que precisamos utilizar para sarar a ferida que sempre esteve dentro de nós, mas que anseia a cicatrização. É o processo de cura se instalando em nós. As fases deste processo se dão em repentinos rompimentos com situações da vida que, aparentemente, estavam confortáveis. Geralmente vem acompanhado de mudanças súbitas em todas as esferas da nossa vida.

Cada movimento, que até então era feito por nós, deixa de fazer sentido. A forma de trabalhar passa a ser diferente, mesmo que não haja mudanças no trabalho em si. A forma de viver a vida, de encarar as pessoas, de olhar o mundo, de enxergar o outro, de acreditar no tempo e nas necessidades da vida espiritual, de aprender com os erros, de fazer o melhor, de investir em nós, de se dar mais tempo e oportunidades, tudo isso se torna renovado.

Senti muita necessidade de aprender a amar de uma forma diferente. De repente, dei-me conta que precisava rever o meu conceito de amor. Considerava-me um ser humano amável e pasmem: o meu Eu que se apresentava ao mundo não era nada disto.

Dentre todas as descobertas, essa foi a mais cruel. Descobrir o quanto eu achava que amava e que, na realidade, era o meu ponto mais frágil. Quanta necessidade de ser aceita pelo outro havia dentro de mim.

A necessidade de amor me invadiu como quem entra em nossa vida sem pedir licença e sai quebrando todos os padrões existentes, arrancando aqueles galhos que eram mantidos ali, paradinhos, para que se tornassem obstáculos a quem ousasse atravessar àquele ponto.

Foi a dor mais violenta dentre todas as demais. Era como ter que nos deixar ir para renascer novamente, com outra roupagem interior e exterior.

Nem mesmo o fato de ter deixado o emprego e junto com ele, status, poder, estratégias, negócios, colegas, conversas, amigos, amigos mais íntimos, companheiros de caminhada, entre outras perdas que vieram “no pacote”... nada disso foi tão doloroso como perceber o quanto eu precisava de tudo isso para me sentir amada. Trocando em miúdos: o quanto eu precisava aprender a me amar.

A dor veio junto com a descoberta. E nesta descoberta fui tomada por um “pavor existencial”, algo parecido com a sensação de ter confiado em alguém importante, que nos decepcionou. Parecia que eu estava diante de alguém desconhecido. Foi muito difícil admitir que essa pessoa que eu pensava que fosse Eu, na realidade era alguém que havia sido projetada para ser Eu, mas estava longe de ser o que o meu Eu é por inteiro.

Tentativas de encobrir a realidade foram muitas. Fiquei pensando em quanto tempo perdi tentando camuflar o que estava ali na minha frente tentando aparecer, soando sinos e tocando sirenes estrondeantes diante de mim.
Essa guerra durou mais tempo que as outras. A dor da descoberta me consumiu e levou-me a passar algumas noites escuras e sombrias que somente a minha própria alma poderá descrever com precisão.
Após um período razoável de entorpecimento resolvi voltar ao mundo e dizer para que vim.

Raios de energia rasgavam o meu ser e despertavam um grande e imenso amor pela oportunidade de viver. Os dias se clarearam, meus olhos se tornaram vibrantes e a luz do cosmo me encheu de confiança e respeito. Algo de muito respeitoso ao abstrato passou a me habitar. E o amor passou a ser o meu mais novo amigo, para todos os momentos.

Como é lindo o processo de se permitir vivenciar a descoberta do Ser supremo que habita em cada um de nós. Neste momento, passamos a ter o controle do leme da nossa própria embarcação, tendo como escudo o amor por nós e por todas as criaturas.

O amor é um sentimento muito intenso e quando ele desperta dentro de nós não sobra mais espaço para outros sentimentos que não seja apenas o amor. E passamos a amar a tudo que nos cerca: as pessoas, os sentimentos dos outros, os nossos próprios sentimentos, a vida, as criaturas que circulam o nosso jardim da vida.

E a vida se justifica pelo amor à fraternidade que existe no universo, a dignidade de sentir-se amado pelo Criador, simplesmente porque somos um ser importante dentro do universo e a nossa presença é divina; é a luz que reflete para todo o sempre a partir do momento que nos abrimos para ofertar a nossa luz ao mundo.

By Anya Piffer

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Autor: Anya Piffer   
Escritora | Mentora | Palestrante |Terapeuta Quântica Autora de 4 livros: Enquanto me curo; Iniciando uma nova humanidade; Estratégias para os novos tempos; O processo do Despertar. www.anyapiffer.com / www.onovohumano.com.br | @anyapiffer | 27 99288.9636 [email protected] 
E-mail: [email protected]
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Atualizado em 6/28/2018

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