A verdade tem lugar na sua vida?

por Flávio Bastos

"Embriague-se de verdade". (autoria desconhecida)

Poderíamos dissertar sobre a verdade através de vários pontos de vista religioso ou ideológico. No entanto, a nossa proposta é escrever sobre a verdade de inspiração divina.

Pois bem, partindo da premissa de que a verdade, enquanto essência, dispensa máscaras ou rótulos e representa algo ainda incompreensível à natureza humana, podemos desenvolver um raciocínio independente na busca de seu significado na vida de cada indivíduo e, ao mesmo tempo, na vida da coletividade humana.

Se considerarmos o que nos informa a ciência moderna, ou seja, que somos seres dotados de excepcional capacidade de expansão da consciência, já é um estímulo para sairmos de nossa zona de conforto e observarmos a verdade como quem, através de um potente telescópio, observa o firmamento à procura de algo.

Nesse sentido, a "verdade verdadeira" pode parecer pleonasmo, mas "na verdade" não é porque o que buscamos nessa longa trajetória de reencarnações ou de processo evolutivo do espírito imortal, no fundo, é o conhecimento da verdade em essência.

Durante a vida, alguns insights de seu significado percebemos quando experimentamos sentimentos nobres, nos extasiamos com paisagens espetaculares, nos emocionamos com o nascimento de um filho ou nos comovemos com o sofrimento alheio e resolvemos tomar atitude solidária.

Portanto, a verdade verdadeira não se encontra nas igrejas que tem como objetivo a doutrinação religiosa que esconde interesses obscuros, ou no discurso do candidato que veste pele de cordeiro para esconder a sua face de lobo.

A verdade de inspiração divina é leve como a brisa que acalma os mares pós-tempestade, ou pode se tornar um furacão quando for imprescindível o estabelecimento do caos para uma devida depuração energética que visa uma mudança, um recomeço.

A verdade de inspiração divina pode ser tudo ou nada, e dependendo da forma de como a utilizamos em nossas vidas, pode tornar-se uma valiosa ferramenta de conscientização.

Reportando-me à experiência como psicoterapeuta interdimensional, pude constatar que todos os casos que atendi diziam respeito ao distanciamento, pra mais ou pra menos, que os pacientes encontravam-se de suas verdades enquanto essência (self), que é a verdadeira identidade do indivíduo.

Enquanto essência, a verdade divina associada ao significado do amor, encontra-se inserida em nossa consciência, que representa a "caixa preta" de nossas vivências no plano físico. Na situação de latência, essas informações manifestam-se de várias formas no cotidiano da vida, nos mostrando o foco, a direção a seguir, mesmo que a dispersão e os descaminhos sejam de natureza humana como consequência do livre arbítrio.

Portanto, reservar um lugar em nossas vidas para o cultivo da verdade de inspiração divina, que independe de doutrinação religiosa ou ideológica, pode significar o primeiro passo de uma caminhada em direção à verdade de si mesmo em simbiose com a verdade cósmica, através da expansão da consciência.

E esse processo de conscientização, que foge do paradigma materialismo-consumismo como referência de vida, pode começar pela prática da meditação para acalmar a mente e propiciar o acesso do self a níveis de conhecimento que não acessamos de outra forma.

Tudo na vida tem uma razão de ser ou de existir. Nada, absolutamente nada, acontece por acaso. Somos a consequência do que fomos e seremos a consequência do que somos. Porém, a quebra desse paradigma individual pode representar uma significativa mudança para melhor no processo de autoconhecimento e na cura de males que nos acomapanham há muito tempo.

Precisamos preencher vazios da alma com verdades de inspiração divina. Somente assim, daremos o devido valor a nós próprios, à vida e aos seres que nos acompanham nessa difícil e longa jornada.

Texto Revisado