Avô um ser divino, delicioso

por Wilson Francisco

Ana Paula, em junho, fez esse lindo depoimento:
"Um dia eu estava ali sentada na porta da casa do meu avô esperando o vento bater o sino e a partida de cartas começar. Era um evento gigante, mexia com minhas emoções de menina.
Estava ansiosa para jogar, adorava colocar os feijões e contar quem ganhou a partida, tudo era tão simples, tão encantador, tão cheio de amor!
Havia sempre uma pausa para um café coado na hora, uma história contada da memória fresca e criativa, do meu avô.
Lá vinha ele batendo as cartas e eu estupefata, o admirando sem palavras!
Como descrever tamanho amor que ecoava em meu peito?"

Histórias assim dispensam presentes, arranjos e muito menos cobranças, elas apenas se fazem presentes!
É a mágica da reciprocidade da alma e do bem-querer!

"Ah! Eu me lembro, quando era eu quem batia primeiro as cartas na mesa... Então, o sorriso de meu avô que sempre fora grande e vistoso se abria ainda mais e a fala dele era tomada de um orgulho tamanho!
Muito bom de ouvir, ver e sentir!

E ele me dizia:
- Oh, menininha inteligente, sô! Com aquele jeitinho mineiro e companheiro tão gostoso que hoje me deu uma saudade danada de escutar!

Obrigada, meu avô por anos tão profundos de amor e edificações serenas e profundas em minha alma!"

Amigo, me lembrei agora do meu avô materno e escrevi estas palavras para ele; não sei o que isto significa, ele já partiu há alguns anos.
Pronto! Resolvi compartilhar com você!

Pois é, esse texto estava aqui no meu bloco de notas, onde preparo os processos e artigos.
Confesso! Não anotei quem é Ana Paula. O texto é delicioso, profundo. Toca o coração.

"Pronto!" Como diz ela. Resolvi publicar aqui, homenageando o avô Francolin. Ele viajou para o mundo espiritual este mês, depois de 92 anos de vida terrena.
Eu não sei se ele, como o avô da Ana Paula, jogava cartas. Com certeza, ambos escreveram uma linda história de Amor

Texto Revisado