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Espiritualidade
Saudade...
por Silvana Giudice
A saudade bate e machuca....
Meus olhos fechados se contraem para que nada se desvaneça.
Mas que memórias são estas que revivo e não sei como dar “nomes”?
Sinto saudades do que a razão desconhece. Sinto dentro do meu peito uma saudade de algo escondido, oculto, velado e trancado a várias chaves pela minha alma.
Que segredos ela guardaria de mim mesma?
Sinto saudades de cidades que nunca estive, de pessoas que jamais conheci, de situações que não vivi...
Sinto saudades do que vivi, de pessoas que pouco conheci nesta vida, mas que certamente atravessaram o tempo e sempre estiveram batendo no compasso e no ritmo do meu coração.
Sinto a energia invisível de “algo” que deixa seu perfume no ar. Sinto arrepios de prazer e bem-estar, como se chuvas de brilho cintilassem e expandissem a minha aura.
A saudade é um sentimento ambíguo de prazer e dor. Seria prazer do que vivi ou a dor do que perdi?
Mistérios que não se revelam...
Impressões que não se questionam...
Certezas que não se apagam...
Memórias que retornam no passado que se faz presente.
Às vezes, da janela do meu quarto, fico observando o cenário lá fora que, momentaneamente, se modifica.
Carros e motos dão lugar a carruagens e cavalos. Minissaias e decotes se transformam em longos vestidos elegantes. Informais bonés, agora são distintos chapéus e cartolas de sóbrios cavalheiros. O que antes eram modernos edifícios, agora são torres e catedrais antigas...
O hoje é desenhado e repintado no ontem e eu viajo em outra dimensão, e revivo algo que meu ser não entende, mas que minha alma caprichosamente abarca e compreende.
Ah! Inexplicável saudade!
Texto Revisado
Atualizado em 1/23/2020
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