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Autoperdão

Autoperdão

por Ana Carolina Reis
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Quando se ouve falar em perdão, geralmente pensamos em "perdoar alguém"... Dificilmente pensamos no autoperdão.
Perdoar a si mesmo significa abrir mão de todo julgamento, toda autocondenação... 
Desistir do autoboicote e da autossabotagem, parar de se punir.
Difícil? É. Às vezes, é mais fácil mesmo perdoar o outro. Temos a tendência a ser nossos próprios carrascos, nosso pior inimigo... Muitas vezes, a pessoa vem me procurar na terapia achando que tem algum "encosto", algum "espírito perdido, perturbado". Quando, na verdade, quem está perturbando são seus próprios pensamentos, suas preocupações e lixo emocional.
Toxinas que deveriam ter ido embora há muito tempo: crenças distorcidas e limitantes, dificuldades, traumas, bloqueios, mágoas, rancores, ressentimentos, rejeições, carências, abandonos... Uma série de sentimentos e emoções "não desejados" jazem ali debaixo do tapete, a espera de uma solução, de um perdão, de um mísero autoperdão.
Como parar de se culpar e se punir, pelo que você acha que está "errado"? Pelo que está "pecando"?
O fogo do inferno já arde na sua consciência, não precisa esperar a morte. A autocondenação já traz em si esse amargor, essa desolação de que não há esperança, nem paz... Apenas tristeza e luto eterno.
Chega!
Não há culpados pelas mortes, não há como mudar o passado. O passado já passou. Tudo se foi, só podemos reconstruir o hoje para semear um novo amanhã. 
Imagina para o Hitler, ter que reencarnar e ter que se perdoar? E ter que aprender a amar? E ter que saber lidar com seus próprios karmas, sua colheita espinhosa?
O karma um dia se finda. Mesmo o Hitler um dia irá para o céu, irá se iluminar, assim como o Darth Vader foi para a luz, é tão difícil de aceitar assim?
Por que precisamos sempre ter um Judas para espancar, para ser nosso bode expiatório?
Porque não aceitamos essas partes nossas sombrias e simplesmente vamos perdoando e iluminando o Hitler em nós, o Darth Vader em nós? Com isso, vamos liberando o passado e o futuro, podendo no hoje - no presente divino - realizar uma nova plantação, e consequentemente, uma nova colheita.
Mas o que vejo ao meu redor não é isso. É sempre a mesma história de querer alguém para Judas: seja os governantes, seja o Covid, seja lá que for!
Que difícil é aceitar o perdão para si!
Essa raiva projetada contra si mesmo se torna autodestrutiva de diversas formas, culminando com a própria morte auto impingida.
Essa semana assisti no Netflix "O Vendedor de Sonhos" e foi impossível não pensar na minha história, pois perdi meu pai e irmã desta forma trágica.
Em certo trecho do filme, ele diz que o suicida é um assassino, pois além de assassinar a si mesmo, mata todos que ficaram. Isso é verdade, senti isso na pele.
Morri como Ana Carolina e virei Aurora, para sobreviver. 
Agora, quero voltar a ser a Ana Carolina, a Carol, aquela que perdeu o pai e que buscou esse pai em tantos caminhos espirituais, em tantas pessoas... E agora, aceita o próprio pai, suicida, morto, enfim. É o pai que eu tenho e foi um pai maravilhoso, independente do seu fim, independente das suas fraquezas e faltas. É o meu pai.
E preciso me perdoar por não tê-lo "salvado", pois eu tinha apenas 17 anos na época. Nem minha irmã, pois estava em um relacionamento tóxico e estava mais doente que ela, por sinal. Não tinha condições de cuidar dela, muito menos de mim.
Preciso me perdoar e seguir em frente, aceitando a vida, podendo ser feliz.
Eu mereço, eu quero viver.
Não posso me culpar pelas decisões dos outros. Sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grata... Assim ensina o H'oponopono. 
Sinto muito pai, irmã, por não ter conseguido salvar a vida de vocês. Eu era muito imatura na época, não conseguia nem salvar a mim mesma.
Me perdoem, por querer continuar viva, por não aceitar esse destino trágico em nossa família, por não querer mais viver esse luto eterno, que nunca cicatriza.
Eu te amo, eu amo vocês do fundo do meu coração e alma, e rezo sempre para que se libertem e sejam felizes, onde estiverem, com o destino que escolherem ou que puderam viver.
Sou grata, por tantos aprendizados, pelos dias em família, pela oportunidade de auxiliar pessoas que de alguma forma vivenciaram isso, agora eu entendo essa dor.
E assim, sigo minha vida, com minha consciência limpa e tranquila, sabendo que fiz o que pude e que não posso morrer, pois tenho uma bela missão a cumprir nesta Terra.
Tenho tantos a ajudar, a curar, a evoluir junto com eles! Tenho tanto a aprender, a me curar e me conhecer!
Eu quero viver! Não tenho culpa que vocês escolheram morrer ou não puderam fazer diferente.
Eu não aceito mais esse martírio na minha vida, essa tristeza sem fim, esse luto, não, chega!
Tudo tem um fim, e esse é o fim do meu luto, está decretado e assim ressignifico minha vida, com leveza, com paz e com amor. 
 
Ana
@aurorapachamama
www.espacopachamama.com

Texto Revisado

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Autor: Ana Carolina Reis   
Responsável pelo Espaço Aurora Pachamama. Graduanda em Psicologia, pela UFCSPA. Terapeuta de Práticas Integrativas, desde 2004 (CRTH-BR 6400 ABRATH). Mestre em Seichim e Reiki (Diversos Sistemas). Cristaloterapeuta pela "The Crystal Academy of Advanced Healing Arts". Escritora dos livros: "Xô, depressão!" e "A Sabedoria dos Cristais". 
E-mail: [email protected]
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Atualizado em 5/29/2020

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