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Espiritualidade
A passagem de Chico Xavier: discípulo e mestre
por Íris Regina Fernandes Poffo
Francisco Cândido Xavier nasceu dia 02-04-1910, em
Pedro Leopoldo (MG). Ficou órfão da mãe aos cinco anos. Seu pai se casou
novamente e também a segunda mãe faleceu. Era uma família pobre. Teve uma
infância sofrida, porque a terceira esposa de seu pai o maltratava, inclusive
com agressões físicas. Quando adulto, trabalhou como servidor público do
Ministério da Agricultura, e aposentou-se por problemas de saúde.
A mediunidade se manifestou quando criança, e
ele tinha
medo do que ouvia e
via. Recebendo consolo, fortalecimento e orientações espirituais de sua
primeira mãe, e de Emmanuel, seu mentor, sua vida tomou um belo rumo, graças
principalmente à sua dedicação e disciplina. O primeiro livro foi publicado em
julho de 1932: "Parnaso de Além-Túmulo". Na sequência, foram mais de 450
livros, sem visar lucro.
Enfrentou muitas dificuldades na família,
recebeu muitas críticas à sua mediunidade pela mídia, mas não esmoreceu. Após
92 anos de dedicação, vivendo a mais pura humildade, essa pessoa maravilhosa,
um espírito que vem se lapidando há várias encarnações, deixou seu corpo físico
enfermo.
Chico havia pedido à espiritualidade, para que
sua passagem pudesse passar desapercebida, em um momento de muita alegria do
povo brasileiro. E assim foi, no dia 30-06-2002, quando o Brasil conquistou o
título de pentacampeão na copa do mundo de futebol.
No mundo espiritual, foi recebido com muita alegria por todos que o
admiravam e o amavam. Dia de festa no céu, e choro na terra...
Os parágrafos a seguir retratam um pouco deste momento, escritos com base no
livro "Na próxima dimensão", psicografia de Carlos A. Bacelli, pelo espírito
Dr. Inácio Ferreira (2002 - p. 47 a 70):
Chico estava no colo de D. Cidália, sua segunda mãe (a primeira estava
reencarnada), consciente de tudo o que se passava, parcialmente desligado do
corpo físico. Parcialmente, porque desejou permanecer no velório, durante 48
horas, doando fluidos vitais ao seu corpo físico, retardando o processo de
decomposição. Assim, entes queridos, residentes em outras cidades, poderiam se
despedir.
No plano espiritual, além de familiares, amigos e pessoas
auxiliadas por ele, estavam diversos seres iluminados, parceiros dos trabalhos
assistências, das mensagens e dos livros psicografados, que ajudaram no
crescimento e fortalecimento do Espiritismo no Brasil.
Entre eles, Léon Denis discursou destacando a importância do seu trabalho, e a
lacuna que deixaria. Vozes, de um coral infantil, deixavam o ambiente ainda
mais sereno. Compareceram Dr. Bezerra de Menezes, Emmanuel, Dr. Eurípedes
Barsanulfo, e Celina, "excelsa mensageira de Maria de Nazaré", que abraçaram
Francisco com ternura. Luzes coloridas multiplicavam-se a todo instante,
proveniente das orações que eram dirigidas a ele.
No plano terreno, havia tanta gente querendo se despedir dele,
que foi necessária a mobilização da polícia, organizando filas ao redor da
casa, onde o velório ocorria. Por fim, o caixão foi levado para o cemitério,
acompanhado de grande cortejo, e de uma luz azul intensa, que vinha de esferas
mais altas. Do interior daquela faixa de luz, algo parecido como o sol se fez
presente! Suspense. Quem seria esse ser iluminado? Algo muito especial se
passou: dois braços surgiram do interior desta bola de luz em direção a Cidália
e Celina. Lentamente, elas entregaram o corpo espiritual de Chico, a um abraço
verdadeiramente divino. Lentamente, a faixa de luz se recolheu, de baixo para
cima, levando-o para dimensões superiores.Chico Xavier foi um exemplo vivo de humildade e disciplina. Ele partiu
nos deixando muitos livros para ler, e muitos ensinamentos sobre a vida além da
vida. Trouxe consolo e conforto para muitas mães, cujos filhos faleceram
jovens, para viúvas/viúvos, órfãs/órfãos e, inclusive para tutores
enlutados.
Texto Revisado
Atualizado em 7/31/2022
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