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Como reconhecer relacionamentos tóxicos entre mães e filhas?

Publicado por Silvia Malamud em Psicologia

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Mães narcisistas perversas são tóxicas na medida em que modulam suas supostas falas de bem-querer e atitudes técnicas de cuidadoras, com situações reversas em tudo o que se pode representar amor e cuidados reais. Como sequencialmente agem dentro desse padrão, fica dificultada a percepção das filhas sobre a clareza da trama na qual estão envolvidas desde o princípio de suas vidas.

Histórias de violência emocional dessa ordem são bastante complexas e de acesso tortuoso enquanto não se conhece profundamente os mecanismos da ação perversa. As relações passam por jogos de manipulação, onde ora se bate, ora se alisa, fazendo com que as filhas, vitimas dessa trama abusiva, desacreditem em qualquer tipo de percepção concreta que possam vir a ter acerca da realidade. Nos breves momentos em que passam por rompantes de lucidez sobre as incoerências afetivas e as questionam, são severamente atacadas por essas mães abusivas, que se mostram enfurecidas ao serem confrontadas. Como consequência, fazem uso de manobras coercitivas para que suas filhas permaneçam submissas aos seus mandatos, fazendo uso de todo poder de autoridade materna que possuem, mostrando-se magoadas, desqualificando-as, inserindo culpas e acusando-as de não serem boas filhas.

Como no conto de "fadas", imaginariamente, essas mães se olham no espelho, não admitindo em hipótese alguma ter alguém por perto que possa servir de ameaça na expressão de seus brilhos e beleza. Têm enorme dificuldade em aceitar que o tempo passa e que se envelhece e por mais inacreditável que possa parecer, ver a juventude em suas filhas, para elas, é o pior dos mundos. Existe uma competição velada, uma recusa em se passar o bastão do feminino para as mulheres da família que vem depois delas. Possuem vaidade acima da média reveladas pelo enaltecimento excessivo que têm de si mesmas, sendo que nunca perdem a oportunidade de contar à todos como são pessoas legais, queridas, e como todos as amam.

Por outro lado, filhas criadas neste tipo de ambiente, desoladas e inseguras, não sabem o que fazer para que possam obter um olhar de acolhimento e de amor dessas limitadas mães. Literalmente pisam em ovos para não se sentirem criticadas, para que ela não fique ressentida com algo que supostamente fizeram, para não sofrerem mais ainda com as atitudes de isolamento e abandono afetivo existentes. Como as mães ficam em alerta monitorando-as no objetivo de apagar qualquer tipo de manifestação que supostamente possa vir a ofuscá-las, os golpes inferidos visam quebrar qualquer tipo de força emocional e identidade que possam vir a ter. As manipulações para que estes intentos aconteçam, passam por coerções veladas desautorizando-as na confiança de suas percepções e por consequência, na construção de uma autoestima saudável.
Por estarem a serviço de si mesmas, essas mães apenas conseguem olhar para quem estiver à sua volta, como meros objetos manipuláveis que estão ali apenas para servi-las em suas infinitas demandas.

Como fazem de tudo para invalidar qualquer movimento que minimamente possa fazer com que as filhas apareçam, desde muito cedo são "adestradas" a se envergonharem se acaso aparecerem mais do que as genitoras. Num pacto silencioso de lealdade familiar para com essas mães, muitas dessas filhas tornam-se reféns passivas, submissas e eternas dependentes emocionais buscando a todo custo aprovação sobre suas atitudes, tentando agradar em primeiro à mãe e ao longo da vida ampliando esse padrão de comportamento para todos os outros que encontrarem e que possuírem algum tipo de vínculo. Como característica comum, todas têm energia em abundância e desde cedo aprendem que para sobreviverem devem passar por cima de si mesmas, negando suas dores, olhando apenas para os desejos dos outros buscando satisfazê-los na tentativa de receber um mínimo olhar de aprovação, reconhecimento e amor. Com o tempo, esquecem de que ter desejos próprios também é um direito. Como trauma de uma vida, vivem reféns do pavor da rejeição, do sentimento de vazio e de isolamento tão conhecido; portanto, sem saber e com pouco discernimento para entender o que está acontecendo com elas mesmas e o que as movem, enquanto não despertarem poderão passar pelos mais diversos tipos de violência emocional. Necessitam aprender a diferença que existe entre abuso e resiliência. A angústia da falta de um vínculo real e a promessa de que ele poderá acontecer, mas que jamais acontece no relacionamento com essas mães, faz parte dos resultados dos abusos sofridos que as deixam como reféns vida a fora repetindo esses cenários emocionais enquanto não fizerem o luto dessas mães afetivamente impossíveis.

Em algum momento, quando despertam da trama de abuso emocional em que estão envolvidas, pode ser que necessitem de bastante auxilio terapêutico para que o resgate de suas identidades possa acontecer. Dependendo da amplitude do mal causado e da possibilidade recontaminação emocional tóxica, o distanciamento é uma das escolhas que costumam ajudar no fortalecimento da personalidade das íitimas, que se encontrarão distantes dos ataques diários. Portanto, três tipos de atitudes de sobrevivência podem ser deliberadamente acionados:

1 - Afastamento físico por algum tempo no intuito de reorganizar a identidade longe dos massivos ataques depreciativos e uma volta ao convívio quando se estiver mais fortalecido e emocionalmente blindado.
2 - Afastamento físico intermitente por conta de questões de práticas familiares e por entender a mãe como um ser psiquicamente adoecido, atitude que num primeiro momento ainda não é garantia de segurança total da preservação emocional da vítima.
3 - Não contato. Em situações mais graves onde os abusos são insuportáveis para a sobrevivência, quando a vitima corre risco de perder a sanidade e a saúde, o afastamento total é a única saída.

É importante saber que se o caso caminhar para atitudes de afastamento, que a vítima após reprocessar seus conteúdos emocionais e ainda com bastante informação sobre o que está ocorrendo em sua vida, articule sábias estratégias para não sair dessa situação mais ferida ainda e que não faça nada antes de alcançar total clareza sobre a trama em que está envolvida.

Nas situações onde não há solução possível de mudança de comportamento das mães, de algum modo, quer seja fisicamente, quer seja emocionalmente ou ambos, é inexorável acontecer um afastamento gradativo e silencioso como mecanismo de sobrevivência das vitimas, sendo que isso pode ocorrer mesmo que haja um olhar humanitário de entendimento sobre o todo o drama e mesmo quando o relacionamento no dia a dia continua.
Lembrando que uma vez que alma se conquista em lucidez, torna-se incorruptível e reconhecerá qual será a melhor atitude a ser tomada.

Quanto mais despertos, melhor!

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Sobre o autor
silvia
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos

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