Religiosidade é diferente de religião

Religiosidade é diferente de religião
Autor Leandro José Severgnini - [email protected]
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Muitos grandes homens já pisaram sobre a terra, grandes mestres, verdadeiros avatares, homens não-comuns que vieram fazer uma revolução na consciência humana. Por sinal, eu gosto muito de falar deles, pois foram seres que trouxeram uma nova perspectiva de um futuro diferenciado para o homem partindo do seu próprio comportamento. Facilmente podemos lembrar-nos de alguns desses homens, é o caso de Jesus, de Buda, Confúcio, Maomé, Lao-Tsé, Sócrates entre outros. Se pudermos resumir toda a filosofia e os ensinamentos desses homens em uma única palavra, essa palavra seria “Amor”. Mas na época em que esses homens aqui estiveram não era tão simples falar de amor. Na verdade, ainda hoje encontramos dificuldades para entender algo que só pode ser compreendido intuitivamente e não racionalmente. Porém, o homem em sua ingenuidade, acabou apegando-se muito mais ao mestre do que aos seus ensinamentos. E, ao longo das eras, criou-se uma mistificação de tal modo que hoje o foco é a devoção à personalidade do mestre e não o seu exemplo ou o seu ensinamento. Em outras palavras, nossos mestres nos ensinaram uma consciência universal que podemos chamar de “Religiosidade”, e o homem ignorante de sua Natureza Espiritual Una, satisfez-se institucionalizando o seu mestre, a esta institucionalização damos o nome de “Religião”. Termos parecidos, é verdade, mas de aplicabilidades completamente diferentes. Para quem não concorda, eu gostaria de fazer um questionamento: se todos esses mestres tivessem vivido juntos na mesma época e no mesmo povoado, alguém consegue imaginá-los brigando entre si por sua ideologia? É óbvio que não, pois suas ideologias são as mesmas, mas veja seus "devotos" o que fizeram ao longo da história e fazem ainda hoje. Ou ainda, não podemos nos esquecer de que hoje possuímos determinada crença em um determinado "salvador", em grande parte pela influência cultural do local onde nascemos. Portanto, antes de bater o pé e afirmar que o seu salvador é o único e que a sua ideologia é a verdadeira questione-se: se eu tivesse nascido no Oriente, qual seria o meu salvador? E se eu tivesse nascido em uma tribo isolada da África ou da Austrália, qual seria o meu salvador?

A minha experiência e a minha busca me ensinaram que só existe uma forma de salvação, a salvação de si mesmo. Mas não a salvação de um julgamento divino, mas sim nos salvarmos de nossa ignorância e do nosso egoísmo. E, entendo que a grande ferramenta para isso é a religiosidade. Não aquela que divide, oprime e julga, mas aquela que une. Entenda que a religiosidade não tem nada a ver com seitas ou ideologias, mas é um profundo caso de amor com toda a existência, com toda a vida e com tudo o que vive, uma inabalável contemplação de si mesmo. Tentar mudar o outro é religião, tentar mudar a si mesmo é religiosidade. Usar datas isoladas do calendário para relembrar fatos com um discurso de renovação é religião, meditar e renovar-se a cada segundo de nossas vidas é religiosidade. Rotular tudo sob a ótica divino/diabólico é religião, entender que tudo é um processo de contínua transformação é religiosidade. Adorar alguém pelos seus atos revolucionários e amorosos é religião, procurar praticar o amor ensinado por eles é a mais pura religiosidade.

Leandro Severgnini

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Conteúdo desenvolvido por: Leandro José Severgnini   
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito".
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