O sabor de saber

O sabor de saber
Autor Leandro José Severgnini - [email protected]
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Todas as conquistas evolutivas da história humana estão diretamente relacionadas com a expansão do conhecimento. O conhecimento intelectual em suas diversas áreas possibilitou ao homem a mudança de sua própria realidade. Tudo se tornou de fácil acesso e disponível para uma grande parcela de indivíduos. Bibliotecas eletrônicas podem ser acessadas na comodidade de nossas poltronas. Fatos e informações são transmitidos em escala global no mesmo instante em que acontecem. Pouco ou quase nada fica restrito à uma elite de conhecedores como foi em outros tempos. É bem verdade que muitas desigualdades sociais e econômicas ainda interferem na realidade de uma grande massa de indivíduos ao redor do globo. Mas devemos admitir que já não é com a mesma intensidade de outrora. Resumidamente, as fronteiras para o conhecimento e a informação estão, aos poucos, deixando de existir. E isso é maravilhoso, por todas as mudanças que se tornam possíveis graças ao conhecimento e a informação. Porém, não é raro observarmos que o mesmo conhecimento que possibilita o diagnóstico apurado de algumas enfermidades, infelizmente, também dá ao homem a possibilidade de construir armas poderosas capazes de aniquilar uma grande quantidade de indivíduos. Deste modo, enquanto o alcance de uma determinada informação traz o alívio e a cura para uns, traz dor e sofrimento para outros.

De fato, toda moeda tem uma dupla face. É uma questão de moralidade. Então fica o dilema: o conhecimento é positivo ou negativo? É óbvio que tudo depende do uso que fizermos dele. Mas a questão não é se o conhecimento vai cair em mãos certas ou erradas. Talvez, a questão seja da própria estrutura educacional das sociedades. Por quê? Ora, é que a educação não tem nada a ver com o acúmulo de conhecimentos e informações. E a nossa sociedade está estruturada de modo a acumular muito conhecimento e pouca sabedoria. Educar é outro processo - do latim educere que significa "promover a expansão de dentro para fora das potencialidades do indivíduo". Logo, deduziremos que a moralidade só pode surgir de dentro do indivíduo por meio da consciência e nunca imposta de fora. Então, a questão da moral e do conhecimento implica não apenas em buscar o conhecimento, mas no que fazer com esse conhecimento. E a sabedoria oriental nos ajuda a resolver isso, pois eles nos dizem que qualquer conhecimento é inútil e até perigoso se não estiver acompanhado do autoconhecimento. Este será o fator diferencial na vida de qualquer indivíduo: saber equilibrar o conhecimento que vem de fora com a sabedoria que vem de dentro. Esse é o processo de educar, fazer florescer a divindade que reside dentro de cada um. Saborear o saber de si mesmo. Eu posso conhecer o mundo, mas se não sei quem eu sou, o que é eu saberei? Da mesma forma, eu posso ser analfabeto, mas se eu souber o que sou, eu saberei o suficiente. Se eu não conhecer a mim mesmo, qualquer que seja o conhecimento, certamente estará em mãos erradas ao passo que qualquer informação estará segura nas mãos de quem conhece a si mesmo!

"A menos que você conheça a si mesmo, todo conhecimento é inútil; a menos que você conheça a si mesmo, todo o saber é apenas um falso-saber" - Osho




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Conteúdo desenvolvido por: Leandro José Severgnini   
Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito".
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