APRENDENDO COM A PNL

APRENDENDO COM A PNL
Autor João Anatalino Rodrigues - [email protected]
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APRENDENDO COM A PNL

   

     A aprendizagem é um processo que nossa mente monta em quatro estágios de diferentes níveis de sensibilidade.  O primeiro é o estágio da incompetência inconsciente, o segundo é o da incompetência consciente, o terceiro é o da competência consciente e o quarto é o estágio da competência inconsciente.

    No primeiro estágio, da incompetência inconsciente, a pessoa não sabe que não sabe, na segunda sabe que não sabe, na terceira sabe, mas ainda tem dúvidas e no quarto, ela realmente acredita naquilo que aprendeu e seus músculos, nervos e todos os seus sistemas motores executam o que cérebro manda sem dúvida nem enganos.

     Todos nós nascemos com um cérebro no estágio da incompetência inconsciente. Como dizia o filósofo John Locke, nós somos, ao nascer, uma “tábula rasa”, ou seja, uma lousa em branco na qual tudo pode ser escrito. Não sabemos absolutamente nada e não sabemos que não sabemos.    

     Esse é o estágio da ignorância completa. Mas á medida que vamos interagindo com o mundo, nosso cérebro vai tomando conhecimento dele. Assim, passamos a saber que as coisas existem e que elas têm serventia e significado, mas ainda não sabemos o que são e para que servem. Esse é o estágio da ignorância sentida, ou seja, a da consciência inconsciente, quando nós sabemos, mas não entendemos ainda o que é. É comparada á infancia mental.

    Mas logo nós começamos a experimentar e ter vivências. Primeiro a gente faz as coisas meio sem pensar, meio sem entender porque faz. Depois começa a pensar em como faz e porque faz. Estuda, questiona, duvida, experimenta, testa. Essa é a fase da incompetência consciente. Sabemos, mas ainda não incorporamos o conhecimento ao nosso acervo neurológico, como comportamento automatizado, ou crença verdadeira.

 

     De modo geral, todas as nossas aprendizagens práticas e as crenças que adquirimos seguem essa trilha dentro do nosso sistema neurológico. Podemos pensar, por exemplo, no processo de aprendizagem que nós seguimos para aprender a dirigir um carro. Temos que incorporar ao nosso comportamento uma fase de cada vez. Quando nos sentamos ao volante pela primeira vez não sabíamos absolutamente nada sobre o assunto; á medida em que íamos nos familiarizando com o carro, percebemos que não bastava entrar nele, ligar, pegar na direção e sair dirigindo. Havia uma série de comportamentos que precisávamos adquirir para poder pilotar aquela máquina. E depois de adquirir esses comportamentos, percebemos que precisávamos adquirir a capacidade de dirigir automaticamente, sem precisar pensar nas coisas que tínhamos que fazer para poder dirigir o carro. Então aprendemos a parar automaticamente nos sinais vermelhos, a não parar no meio da rua, a passar marchas automaticamente, a “ver” placas e sinais de transito sem precisar concentrar nossa atenção nelas, etc.

     Imagine se você tivesse que pensar em cada movimento que faz para dirigir um carro. A cada mudança de marcha, a cada pisada no acelerador, a cada brecada, a cada vez que tivesse que parar num semáforo, ultrapassar outro carro, desviar-se de um obstáculo. Que loucura seria isso, não é? Você acabaria se tornando um “serial killer “do trânsito.

     Nós só aprendemos de verdade uma coisa quando somos capazes de fazê-la automaticamente. Da mesma forma, nós só acreditamos de verdade m alguma coisa quando nos sentimos seguros de fato de que ela é verdadeira. Se precisarmos pensar para fazer, ou para acreditar, então ainda não aprendemos a fazê-la bem.Nem temos uma crença verdadeira. Se há dúvida então ainda não acreditamos de verdade.

     Quando coloquei a minha filha para aprender matemática pelo método kumon, fiquei decepcionado, pois me pareceu, á primeira vista, que o método, na verdade, consistia em “vencer o aluno pelo cansaço”. Levei um tempo enorme para descobrir que aquelas operações repetitivas e cansativas, na verdade, era uma forma de envolver o inconsciente do aluno na operação, pois quando se trata de objetos ideais, como a matemática, a geometria, as leis da física, o inconsciente os apreende melhor que o consciente. A manipulação de símbolos, números e objetos ideais é mais competente quando ela é feita em nível de inconsciente. Por isso é que é tão difícil ensinar matemática. Aprender não é. Basta deixar o inconsciente se envolver com o conteúdo.

     Um dos problemas para se aprender coisas novas, ou melhorar as performances em relação ao que já se sabe, é exatamente a fase da competência consciente. Muitas vezes, a “sabedoria” que pensamos ter sobre uma determinada habilidade, nos impede que vejamos formas mais eficientes de fazê-las. Por isso, dizem os zen-budistas, para se aprender realmente alguma coisa nova, é preciso esvaziar nossa mente dos seus conteúdos anteriores, referentes ao assunto do aprendizado. Quer dizer, temos que abandonar nossos “pré-conceitos”, para poder pensar nos novos. Isso exige um portentoso exercício de abstração.[1]

      Não existe uma única pessoa no mundo que não tenha adquirido na vida, pelo menos uma habilidade. Todos nós somos bons em alguma coisa, e a maioria de nós é muito bom em alguma coisa. E seja qual for essa habilidade podemos estar certo que o mundo precisa dela porque senão a natureza não a teria criado. Nós só precisamos pesquisar e descobrir qual é. Depois aperfeiçoá-la o suficiente para que ela se transforme numa capacidade. A aquisição de capacidades, portanto, implica num continuo aperfeiçoamento de habilidades. E o conjunto de nossas capacidades é o único caminho seguro para nos levar ao sucesso. Isso é, o que, em PNL, chamamos de modelagem.

     

 



[1]
Um dos mais famosos exemplos da técnica zen de ensino é a conhecida história do aluno que foi estudar com um prestigiado mestre zen. O mestre convidou o aluno para tomar chá, e enquanto o servia, pediu ao aluno que falasse sobre o que ele entendia ser o zen. O aluno, tentando impressionar o mestre, deitou a falar sobre tudo o que pensava saber sobre o assunto. Enquanto ele falava o mestre enchia a sua xícara. Ao perceber que o chá estava derramando, ele falou para o mestre: - mestre, o chá está derramando. A xícara já está cheia. – Exatamente – disse o mestre. Como você pensa adquirir novos ensinamentos se a sua mente já está transbordando com o que você pensa que sabe?



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Conteúdo desenvolvido por: João Anatalino Rodrigues   
Master Practtioner de Programação Neurolinguística, ministra palestras e treinamentos na área. Autor de dois livros sobre o assunto: "A PROCURA DA MELHOR RESPOSTA" ED. BIBLIOTECA 24X7 E PNL PARA VIDA DIÁRIA- O PODER DOS ARQUÉTIPOS.
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