No último fim de semana tivemos um exemplo disso com o resultado das eleições. Como toda e qualquer disputa eleitoral, sempre há parcela de indivíduos que ficam satisfeitos e uma parte insatisfeita. Até aí tudo bem, faz parte do sistema vigente. Mas sinceramente, não creio que eu seja capaz de compreender a motivação para as discórdias e inimizades que são criadas diante das circunstâncias. A situação torna-se ainda mais lamentável nas redes sociais, onde é incrivelmente fácil encontrar pessoas que nunca se viram tornando-se inimigos ferrenhos; famílias divididas, amizades desfeitas, corações tomados de ódio por algo que simplesmente não está ao nosso controle. Ainda há quem sugira uma divisão do país onde cada parte seria governada pelo suposto eleito. Mas peraí, mais divisões? A humanidade já não está exageradamente dividida?
No início deste texto, fiz uma introdução falando das guerras, pois me parece que a motivação de muitos é o mesmo instinto possessivo e orgulho que motivou guerras, perseguições e invasões desde eras remotas, e que hoje traduz-se nas batalhas por ideais políticos, religiosos e esportistas. O sentimento humanitário praticamente não existe! É perfeitamente aceitável que aqueles que sintam prejudicados manifestem seu descontentamento, mas me parece inadmissível isso seja motivo para preconceitos regionais e propostas de exclusão territorial. Se olharmos com sinceridade para dentro de nós, veremos que é somente o orgulho que nos motiva a julgar que nossos ideais são nobres e o nosso povo é o mais puro.
Não sou a favor do comunismo, nem do capitalismo, tampouco do socialismo e nem qualquer outro "ismo". Sou apenas a favor do amor! Não creio que sem ele sejamos capazes de um dia acabar com conflitos de qualquer natureza. Ainda vou além e digo que duvido muito que qualquer presidente(a), um dia seja capaz de mudar um país se não estiver devotado ao amor. Não se trata de princípios ou de partidos políticos, trata-se de consciência. Há quem diga que o poder corrompe e pode ser verdade. Mas ele só vai corromper quem já é autocorrompido. E, sinceramente, duvido muito que alguém que seja devotado ao amor humanitário possa conter em seu coração qualquer tipo de corrupção. Se quisermos mudar a realidade que nos cerca, precisamos começar mudando a nós mesmos. Quando cada um tomar a responsabilidade de mudar a si mesmo, certamente teremos um país transformado.
Leandro Severgnini
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Palestrante espiritualista e escritor. Autor dos livros intitulados "Dias de Luta, Dias de Glória", "Liberdade - Nada Menos Que Tudo" e "Em busca do infinito". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |