Criaturas à espreita...

Criaturas à espreita...
Autor Teresa Cristina Pascotto - [email protected]
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Uma condição fácil de identificar essa atitude seria no exemplo de uma vizinha, geralmente frustrada com sua vida, que vive vigiando a vida dos outros, mas sem nunca se deixar pegar em flagrante. Ela vive “na janela”, por trás da cortina, na penumbra, para não ser vista, olhando os movimentos das outras pessoas que estão “na rua” vivendo suas vidas. Ela inveja a vida de todos, mas não admite nem para si mesma, por isso, com sua vigilância, também está sempre tentando encontrar alguns pontos falhos na vida e atitudes dos outros na intenção de rebaixá-los a um nível que a faça sentir-se menos frustrada. Está sempre criticando e julgando todos para tentar aplacar seu sofrimento por não viver de verdade. Ela não quer viver, não se interessa por nada na vida, mas odeia ver que as outras pessoas “apenas vivem”, mesmo que não estejam realmente felizes, elas enfrentam a vida e seus desafios e isso faz com que consigam ter momentos de alegria, porque estão tentando...

Essa vizinha à espreita é infeliz, vive de mal com a vida, não tem esperanças e já desistiu de viver de verdade. Essa é a escolha dela, ela desistiu da vida e se trancou em si mesma para não ter que tentar viver e se desiludir novamente. Porém, o fato de ela ter escolhido uma vida de autoanulação, não significa que os outros não tenham o direito de tentar e de buscar formas de viver de verdade, mesmo que se desiludam. A vizinha invejosa, cobiçosa e rançosa, não tem o direito de criticar aqueles que estão fazendo de suas vidas o que bem quiserem. Porém, ela não se conforma com a alegria que as outras demonstram e vive desejando que algum mal lhes aconteça, para que percam essa alegria – de simplesmente tentarem viver -, e vivam o sofrimento da mesma maneira que ela vive.

Nos dias atuais em que a velha vizinha atrás das cortinas praticamente não existe mais, assustadoramente, e agora de forma mais invasiva e com muito mais recursos para vigiar mais de perto a vida alheia, existe a mesma “vizinha” à espreita atrás de um computador, vigiando a vida dos outros e torcendo para que se prejudiquem. A vizinha à espreita atual, até tenta viver sua vida, mesmo porque as condições humanas atuais exigem que as pessoas enfrentem a vida, mas esse tipo de pessoa não busca desenvolvimento, ela vive apenas o suficiente para sobreviver e até mesmo nos momentos de diversão e passeios, ela nunca está satisfeita, apesar de todas as fantasias e ilusões que cria para cada experiência de vida.

Essa condição se torna um comportamento obsessivo-compulsivo, e ela só vive disso, sua vida passa a ser estar no mundo apenas para saciar suas necessidades básicas humanas e de ego, para poder ter a mínima interação com as pessoas, mas nunca de verdade esta pessoa se sente presente nas experiências. Suas obsessões por vigiar as outras pessoas – até mesmo seus amigos mais próximos (quando os tem) – a levam para o mundo. Nos casos mais graves, é quando então ela vai para as páginas sociais dos outros, invadindo seu mundo, pois ela não somente entra para ver o que foi postado, mas vai muito além, se projetando psiquicamente no “astral”, como uma criatura à espreita, adentrando e invadindo a vida das pessoas. Este se torna seu vício e tudo o que ela vive se restringe a isso. Reforço que este tipo de pessoa, quando vai para o mundo pela necessidade de sobrevivência, vai num estado de “ausência”, pois está sempre se escondendo em si mesma e sempre projetada energética e psiquicamente nos outros. Este tipo de pessoa não suporta viver “neste mundo”, mas normalmente, nem ela sabe disso, é algo que está em seu inconsciente. Na verdade, ela odeia estar aqui na Terra, não suporta conviver com os outros. Em casos raros, existem pessoas deste tipo que até tem certa consciência desta verdade. Porém, em casos graves, este tipo de pessoa está “no mundo”, vivendo freneticamente, mostrando-se cheia de vida e de vontades, às vezes está rodeada de amigos, mas no seu íntimo, nas profundezas do seu inconsciente, a verdade é que ela odeia as pessoas e odeia ter que fazer o papel da “pessoa alegre e de bem com a vida e que ama os amigos”, só para poder sobreviver sem se sentir excluída e rejeitada pelo mundo. Ela rejeita o mundo, as pessoas em geral – inconscientemente -, mas não suporta ser rejeitada. Assim, após viver suas experiências falsas e ilusórias, a frustração sempre se instala nela e logo ela está novamente vigiando a vida das pessoas, à espreita, desejando que todos fiquem tão mal quanto ela.

Seus amigos e parentes nem imaginam que ela seja assim, ela faz muito bem, também, o papel da melhor amiga disposta a ajudar a todos. Mas seu estado rançoso é sempre muito ativo e intenso, e está por trás da máscara da boa e alegre amiga.

Estas condições que citei são fáceis de perceber, pois ocorre nas condições gerais de vida. Agora imaginem que estas condições existem em níveis “espirituais, astrais, energéticos e psíquicos” – não tenho termos exatos para explicar isto, mas trata-se das projeções de parte da consciência das pessoas. São várias as condições em que este contexto ocorre, vou citar algumas, de forma variada.

Em todos os contextos de vida, seja nas condições “mundanas gerais”, seja nos contextos espiritualistas, isto também ocorre. Muitas pessoas se desinteressam pelas experiências humanas mais mundanas e isso as leva aos caminhos espirituais. Isto, se dentro de um contexto de discernimento e coerência, em alinhamento com a alma, é algo muito saudável. Porém, inúmeras – numa proporção assustadora – são as pessoas que buscam caminhos espirituais como fuga de sua própria humanidade e fazem isso apenas como um recurso para buscarem um caminho de superioridade. Normalmente são pessoas que se sentem inferiores, não porque se acham realmente inferiores, mas, ao contrário, se acham superiores a todos, e seu sentimento de inferioridade é porque não conseguem provar sua superioridade a todos. Alguns se tornam obcecados pelo poder e acabam se tornando gananciosos por dinheiro, pelo poder que acreditam que a abundância financeira lhes trará. Sua intenção é ter poder e provar sua superioridade aos outros. Porém, alguns, mesmo conseguindo alcançar seus objetivos gananciosos de ter muito dinheiro para poderem “comprar as pessoas”, mandar nas pessoas e se colocarem num patamar acima de todos, ainda assim, em sua obsessão por poder, que é a forma que acreditam que os levará a provar sua superioridade a todos, ainda não se sentem vitoriosos, não se sentem superiores.

É então que começam a buscar caminhos para aliviarem a frustração e ira do seu ego que mesmo tendo o poder de comprar pessoas e bens materiais, não consegue sentir seu “sangue ferver” de poder e superioridade máxima! Muitos então acabam “esbarrando” nos caminhos espirituais. E sua obsessão passa a ser o poder espiritual para somar aos seus outros poderes, para finalmente provarem sua superioridade.

Alguns outros, que carregam essa mesma ganância por poder, sofrem muito por não conseguirem conquistar a riqueza material e financeira. São pessoas mais claramente frustradas. Estas são pessoas que tem a mesma sede de poder e vivem tentando “subir na vida”, para poderem provar sua superioridade através das conquistas através do dinheiro. Porém, são do tipo de pessoas que nunca conseguirão ter as riquezas materiais que tanto desejam. Após longos anos tentando enriquecer, chega um ponto, normalmente na idade mais madura, em que “desistem de ficarem ricos” – o desejo se mantém oculto, mas precisam acreditar que não é tão importante ter dinheiro, que o importante é ter saúde e ser feliz – e partem, em sua obsessão por poder, para a busca de outros contextos que lhes façam sentir o poder em suas mãos. É então que muitos destes fracassados e frustrados financeiramente “esbarram” nos caminhos espirituais.

O desejo de todos, desde a vizinha frustrada, até o ganancioso rico, é sempre o poder. Todos, de qualquer forma que atuem e que seja suas vidas, sempre estão em busca de poder. Todos se sentem inferiores porque não conseguem provar sua superioridade. Todos são arrogantes, prepotentes, pretensiosos, orgulhosos, vaidosos e, obviamente, dissimulados e falsos. Nunca mostram aos outros o que realmente são e o que realmente desejam e muito menos mostram para os outros o tamanho do desprezo que sentem por todos. Todos são doentes nessa condição, os que têm certa consciência de seu desprezo ao mundo e de seu desejo de provar sua superioridade, estão num estado de menor gravidade da doença. Porém, aqueles que não têm a mínima consciência, mesmo que de uma micro fração destas verdades dentro de si, são as pessoas em estado mais grave.

Assim, nas buscas espiritualistas estas pessoas, de todos os tipos dentro deste contexto, acabam encontrando recursos poderosos para continuarem, em suas manifestações obsessivas e compulsivas, sua busca por poder. Eles almejam a supremacia, o poder dos poderes!

Quando encontram pessoas que oferecem “caminhos de luz” – vou chamar pessoas-luz -, criam uma fixação por elas por perceberem que desenvolveram um potencial espiritual que tanto almejam para si. Sua fixação é também na intenção oculta de extraírem destas pessoas toda a energia de seu potencial espiritual. Algumas ficam obcecadas por estas pessoas-luz, fazendo delas, num primeiro momento, seus ídolos, seus gurus, seus deuses. Na verdade as pessoas que vivem à espreita, não estão idolatrando as pessoas-luz por reconhecerem nelas seu poder, isso seria valorizar demais o outro, o que não é comum nas pessoas à espreita, mas estão apenas sentindo que elas são fonte de energia e conhecimentos, de onde possam vir a extrair o que desejam. Porém, idolatram e acreditam na pessoa-luz que escolheram num determinado momento, apenas até o ponto em que conseguem obter o que desejavam, se não conseguirem extrair delas suas energias de força e poder – muitas vezes as vampirizam energeticamente -, pelo menos se fixam a ela, orbitando-a em sua vibrações emanadas, até o ponto em que sentem que essa pessoa-luz não tem mais nada para oferecer. Às vezes, uma determinada pessoa-luz trilhou até um determinado ponto de sua jornada de luz, mas ainda prosseguirá, assim, a pessoa à espreita sente que ela não tem mais nada a oferecer e então parte em busca de outra pessoa-luz para explorar. Não se trata de encontrar uma pessoa-luz que lhe ofereça possibilidades de elevação e despertar real de consciência, essas pessoas à espreita são exploradores em potencial, portanto, trata-se de encontrarem e se fixarem na(s) pessoa(s)-luz que sentirem que tem mais para lhes oferecer e a quem possam explorar ao máximo. São também vampiros em potencial, pois estão sempre extraindo energias das pessoas em geral, principalmente das pessoas-luz que elegem.

Algumas pessoas à espreita são obsessores em potencial e acabam se “instalando” em uma condição vibracional oferecida pela pessoa-luz e se estabelecem ali, buscando outras pessoas-luz como reforço ou complemento em sua busca espiritual, mas sem nunca abandonarem a pessoa-luz à qual decidiram se agarrar por toda a sua vida.

De qualquer forma que seja ou por qualquer motivo que seja, estas pessoas que vivem à espreita nos caminhos espirituais, além de buscarem e escolherem as pessoas-luz a quem irão seguir por conta do que lhes oferecem, elas não se satisfazem apenas com a interação manifesta e explicita que a pessoa-luz oferece, mas continuam a “seguir” a pessoa-luz a todo momento e em todos os seus passos. Literalmente, ficam à espreita para descobrirem quais são os poderes secretos da pessoa-luz que faz com que ela seja tão poderosa como é. Para isso, tentam vigiar a pessoa através de recursos dos dias atuais, como as páginas sociais ou site e blog. De certa forma, é natural “seguir”, se uma pessoa-luz expõe mais de sua sabedoria e energia na internet, num geral, é para que as pessoas possam ter esse benefício para obterem mais conhecimento. Porém, falo aqui de uma condição que vai além disto em distorção, que é no caso de estas pessoas à espreita tentarem, através da expressão manifestada na internet pela pessoa-luz, tentarem invadir sua energia, sua privacidade divina, na tentativa de extraírem muito mais do que simplesmente conhecimento, querem extrair sua essência.

Se a pessoa-luz não for suficientemente consciente das dinâmicas ocultas que existem nos níveis do inconsciente humano, ela será “vítima” fácil destes invasores e predadores que vivem à espreita justamente para encontrarem uma brecha para entrarem em sua vida e se instalarem confortavelmente em seu campo energético, como parasitas.

Esta mesma condição, poderá ocorrer em pessoas à espreita que, num primeiro momento, reconhecem na pessoa-luz um potencial para obterem a ajuda para sua ganância por poder espiritual. Porém, e principalmente, se esta pessoa-luz oferecer resistência aos seus ataques na intenção de invadi-la e se também, de certa forma rejeita-las, esta pessoa à espreita passará então a ficar com raiva da pessoa-luz e inventará mil desculpas para si mesma para criar uma situação ilusória de conflito, para acreditar que a pessoa-luz lhe fez algum mal, para ter uma justificativa para odiar a pessoa-luz e, consequentemente, para rejeita-la, afastando-se dela. Ou seja, no início, esta pessoa à espreita era adepta aos caminhos que esta pessoa-luz oferecia, mas porque ela não se deixou invadir e ainda desmascarou seu ego com seus jogos insanos, este ego à espreita então passa a odiá-la e se afasta da pessoa-luz, porém, continua a assediá-la, e fica obcecada por destruir a pessoa-luz. Encontra aqui não somente uma condição para dar vazão à sua insanidade e seu ódio geral, mas principalmente, encontra aqui um adversário – uma guerra que está apenas nos pensamentos da pessoa à espreita – contra o qual ficará obcecada e, em suas compulsões, viverá à espreita dessa pessoa-luz para tentar encontrar uma fragilidade, algum ponto de desequilíbrio, para que possa finalmente invadi-la para a atormentar e para extrair dela todo o poder que antes não tinha coragem de assumir que desejava, mas agora, em seu ódio justificado, sua obsessão chega aos extremos e tudo o que quer é ter e ser exatamente tudo o que a pessoa-luz tem e é. Antes, enquanto interagia com a pessoa-luz, seus jogos para espreitar e invadir a pessoa-luz eram cautelosos, pois não podia deixar à claras - normalmente estas pessoas à espreita são inconscientes desses seus mecanismos – que a espreitava e que estava sempre assediando-a para extrair dela suas energias de poder. Assim, acredita que ao abandonar o caminho que a pessoa-luz oferecia, esta ficará mais tranquila e não será tão cautelosa e não se protegerá de seus assédios e suas manobras à espreita.

Pessoas à espreita neste contexto, acreditam que desta maneira conseguirão muito mais do que conseguiriam antes, quando ainda estavam participando do caminho que a pessoa-luz oferecia. Infelizmente, algumas pessoas-luz não conhecem estas verdades ocultas nas dinâmicas entre as pessoas e nem imaginam que a saída de algum membro do caminho que costuma oferecer, não significa que “está livre” dele. Lembrando que é bem provável que esta pessoa-luz nem imaginava que sofria o assédio e que esta pessoa a vigiava à espreita. Assim, esta pessoa à espreita que abandonou essa pessoa-luz incauta, com certeza conseguirá invadir seu campo e conseguirá extrair dela os potenciais que deseja. Porém, algumas pessoas-luz são um pouco conscientes e outras são muito conscientes deste tipo de dinâmica oculta, o que faz com que não se deixem assediar e invadir. Algumas pessoas-luz com “habilidades especiais” são capazes de sentir, perceber e “ver” a projeção destas pessoas à espreita à sua volta, são capazes de saber quem está à sua espreita, saber quais suas intenções e que jogos de assédio e tentativa de invasão estão realizando. Suas capacidades lhe dão o poder de atuar nesses níveis de forma sábia para interditar e expulsar estes invasores à espreita.

Imaginem que esta mesma condição existe no término de relacionamentos. Inúmeras são as pessoas que não se conformam por terem rompido um relacionamento – seja familiar, de amizade ou amoroso – e não suportam terem se sentido rejeitadas, preteridas e abandonadas. Por isso, nunca deixam a outra pessoa em paz e vivem à espreita, vigiando suas vidas, com rancor, raiva, ódio e desejo de vingança. Na verdade, não suportam não terem mais a energia da outra pessoa “em suas mãos”, o que faz com que queiram também manterem-se coladas à outra pessoa para poderem extrair dela a energia que tanto desejam para si. A outra pessoa poderá estar em outro relacionamento ou vivendo sua vida, mas a pessoa à espreita não a deixará em paz e vigiará todos os seus passos, ficará à espreita para encontrar alguma brecha por onde poderá entrar em sua energia para atormentá-la e destruí-la, em sua delirante vingança.

Enfim, este tema é muito complexo e teria outras tantas informações a passar, mas estou citando alguns pontos principais.

Assim, pessoas que vivem à espreita dos outros, seja por inveja, cobiça, ódio, vingança ou por não terem coisa melhor para fazer, neste contexto, encontram um cenário perfeito para se ocuparem, atrás de seus instrumentos tecnológicos, jogando seus “jogos mortais”, sadicamente. Mas também jogam de forma masoquista, pois cada vez que assistem à alegria – mesmo que falsa – dos outros, sofrem demasiadamente e aprenderam a gostar desse sofrimento e se tornaram masoquistas. Porém, após o momento de dor, recuperam-se e partem para seus jogos de assédio sádico, projetando-se nos outros, à espreita. Esta condição para todos os casos de pessoas à espreita, torna-se sua única forma de vida, mesmo que seja “buscando a espiritualidade” – o que poderia parecer que são seres que  buscam evolução, quando na verdade só encontram nisso um lugar para jogar com mais poder, o poder da invisibilidade –, e estas pessoas em suas obsessões e compulsões, se projetam em consciência, atuando no “astral” – aqui quero dizer nas dinâmicas do inconsciente e no plano das energias -, deformando-se em sua humanidade nestas projeções, e acabam tornando-se criaturas à espreita. Sim, a forma como vejo quando alguém se projeta à espreita, é em deformidade, são caricaturas grotescas de sua expressão humana, são criaturas abomináveis que esqueceram de sua divindade e se tornaram obsessores que vivem assediando, vampirizando e vigiando, à espreita, os seus eleitos. Estas pessoas acabam vivendo uma vida de “faz-de-conta” em que acreditam que estão buscando evolução e desenvolvimento, quando na verdade já encontraram o que queriam: um lugar obscuro e insano, para projetarem e darem vazão ao seu lado mais sombrio. Alguns tentam manter uma máscara astral na intenção de se disfarçarem para o caso de serem pegos em flagrante, porém, não há disfarce que consiga ocultar a sua densa e baixa frequência vibratória de inveja, cobiça, ódio e vingança, para aqueles que “conseguem ver” para além dos disfarces.

É triste captar suas presenças, porque percebo que desistiram de seu caminho de luz e passaram apenas a sobreviver à custa daqueles que elegem como pessoas-luz, no caso dos que buscam os caminhos espirituais, ou que elegem como pessoas-alvo de suas cobiças, no caso dos que estão em níveis mais densos, mesmo que sejam aqueles que também buscam a espiritualidade.

Ainda, para citar a que nível isto pode ocorrer, pois tudo pode parecer ocorrer apenas para pessoas que estão em “níveis mais densos de consciência”, cito o caso de pessoas, do meio espiritualista – escritores, terapeutas, palestrantes, divulgadores de seus conhecimentos através da mídia, facilitadores de cursos e dinâmicas grupais, etc -, que se julgam poderosos e acreditam terem alcançado um lugar de poder por já serem conhecidos e reconhecidos por muitos. Nestas pessoas que se julgam poderosas, a arrogância, prepotência, vaidade, orgulho e pretensão estão em níveis elevadíssimos. São pessoas que acreditam ter alcançado a supremacia, o poder dos poderes, acreditam que sabem tudo e que são imbatíveis nesses aspectos de poder que julgam ter alcançado. Porém, quando uma pessoa é de verdade poderosa em sua humilde condição de alma, ela não precisa se colocar nessas condições e nunca se sente realmente poderosa e detentora de poderes acima de todos. Uma pessoa que se manifesta em alma, não precisa estar em evidência e, caso seus caminhos de busca sincera e humilde pelo desenvolvimento sagrado de seu ser, a coloquem em uma condição natural de exposição em que estará mais em evidência, isso algo será natural, mas nunca um desejo dessa pessoa. Assim, quando pessoas simples e humildes em sua expressão de poder surgem, sua vibração é sempre intensa, mesmo que ninguém perceba isso de forma racional e clara. Justamente por ser uma vibração que informa poder saudável, aqueles que são os pseudo-poderosos se abalam.

Enquanto se julgam poderosos sem ser, estão interagindo com outros tantos que também se julgam poderosos sem ser - digo poderosos sem ser no caso dos seus egos que se fingem de iluminados e espiritualistas desapegados da necessidade de reconhecimento e poder, quando na verdade são obcecados por poder e reconhecimento -, o que significa que podem disputar veladamente uns com os outros e que vivem vigiando-se mutuamente para terem a certeza de que ninguém irá supera-los, para manterem-se no seu pseudo-poder. Assim todos se limitam, presos uns aos outros numa teia de obsessão por poder e controle, mesmo que neguem essa condição. Apesar destes jogos velados, ainda assim, ninguém se sente ameaçado de verdade, pois ninguém está em posse do real poder de sua alma. Portanto, quando pessoas humildes na expressão de seu real poder através da alma “surgem espontaneamente” e sem fazer alarde, suas vibrações chegam aos que estão no pseudo-poder e isto sim os abala. Abala-os em sua pseudo-confiança, sentem-se ameaçados, mas não entendem por que. Com isto, inconscientemente começam a farejar a presença do poder real e acabam tendo consciência, descobrindo a existência destas pessoas que estão expressando o real poder.  Apesar do movimento inconsciente de insegurança que os direcionou intuitivamente a descobrir a existência do humilde poderoso, após “olharem para ele”, mesmo que nunca o conheçam pessoalmente, fazem questão de desqualifica-lo, criticando-o e julgando-o na intenção de apequenar o “grande ser” que emana o real e humilde poder. Em outra situação, se estas pessoas humildes fazem o mesmo tipo de trabalho que alguns pseudo-poderosos, estes sentem mais intensamente a ameaça do real poder. É aqui então que estes arrogantes poderosos começam a ficar à espreita, veladamente, em projeções espirituais, psíquicas e energéticas, nos planos sutis, daqueles que suave e humildemente estão apenas querendo fazer o seu papel no mundo.

O pioro cenário não é quando um pseudo-poderoso está consciente da existência de uma pessoa que “apareceu do nada” com seu poder real, humilde e natural, e passa então, conscientemente, a seguir seus passos pela internet, por ex.; o pior cenário é quando esta condição alucina o pseudo-poderoso que se julga “a supremacia divina” e não se conforma que uma “pessoa qualquer” venha ofuscar seu (falso) brilho. Isto ocorre no inconsciente do pseudo-poderoso, pois ele é tão arrogante em seu sentimento de superioridade que jamais admitirá que está com receio – medo na verdade – de ser obscurecido pelo real poder do outro. Ninguém obscurece ninguém, a menos que haja intenção neste sentido e/ou que alguém esteja num falso lugar de poder, e obviamente que a luz da alma do outro irá obscurecer a falsidade de seu ego. Então, neste contexto, o pseudo-poderoso, que já desenvolveu habilidades psíquicas, se projeta como um obsessor ensandecido e alucinado, à espreita do que realmente está manifestando poder humilde e real. Ele se transforma em uma criatura abominável e horrenda, aterradora, vigiando os “passos” manifestados pela pessoa do poder real, e intentando contra ela manipulando energias, de forma maligna na intenção de destruí-la. Este pseudo-poderoso que se diz tão iluminado e amoroso, torna-se a expressão do mal, fazendo de tudo para acabar com o outro para nunca mais se sentir ameaçado. Aqui, a deformidade de sua humanidade chega a níveis muito densos e sombrios, este ser que se julgava poderoso e superior, torna-se inseguro e insano. Porém, em sua vida, em níveis conscientes, ele não sabe disso e não percebe o quanto está deformado e desesperado pelo poder natural que alguns seres estão vibrando e manifestando.

Assim, cada pessoa, de alguma maneira e em algum nível de seu ser, pode conter um pouco ou muito e intensamente, destes aspectos que citei de forma mais intensa. O importante é que cada um, antes mesmo de apontar o dedo acusador identificando facilmente esta condição de “criaturas à espreita” nos outros, antes dê uma boa e sincera olhada dentro de si mesmo para descobrir se é uma criatura à espreita em potencial total ou apenas numa pequena fração disso...


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Conteúdo desenvolvido por: Teresa Cristina Pascotto   
Atuo a partir de meus dons naturais, sou sensitiva, possuo uma capacidade de percepção extrassensorial transcendente. Desenvolvi a Terapia Transcendente, que objetiva conduzir à Cura Real. Atuo em níveis profundos do inconsciente e nas realidades paralelas em inúmeras dimensôes. Acesso as multidimensionalidades Estelares. Trago Verdades Sagradas.
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